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Bourdieu e Estado

Por:   •  1/5/2018  •  Dissertação  •  540 Palavras (3 Páginas)  •  98 Visualizações

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  1. Como Pierre Bourdieu se propõe a pensar o Estado?

Bourdieu inicia colocando o Estado como um objeto impensável devido à dificuldade de pensá-lo. Indica que a consciência que se constrói o mundo social e o próprio pensamento do que é o objeto Estado seria um produto do próprio Estado. Porém, em um primeiro momento Bourdieu o define pela possessão do monopólio da violência física e simbólica (uma definição fundamentada em Max Weber).

Adiante, Bourdieu afirma que o Estado pode ser colocado como um princípio de ortodoxia, isto é, um princípio oculto que é percebido nas manifestações de ordem pública e inverso da desordem, entendido no sentido físico e simbólico. Além disso, o Estado é o objeto que fundamenta a integração moral e lógica, e é o princípio de organização do mundo social através do consentimento e até mesmo da existência das trocas que levam a um dissenso.

Bourdieu critica a tradição marxista, que se apresenta apenas como uma versão antagônica da definição primária do Estado como aparelho que serve o bem comum, ou seja, é um aparelho que funciona em proveito de uma classe dominante, por não investigar a existência da sua estrutura dos mecanismos daquilo que o fundamenta e sim resolver a definição das funções que preenche, ou seja, o Estado é explicado pela sua funcionalidade.

Utilizando o calendário e a estrutura da temporalidade, demonstra que a percepção dessa temporalidade é organizada em função de um tempo público, que é aceito por meio do consentimento geral, eis um exemplo do Estado se manifestando na ordem pública. Festas cívicas e os feriados são exemplos da temporalidade social marcada por atividades e referências facilmente aceita sem muitos questionamentos. Da mesma forma, Bourdieu analisa os relógios como expressão do consenso social utilizando as marcações das horas e compatibilidade em sua análise.

Uma das funções daquilo que chamamos de Estado é a produção das categorizações sociais. Expõe que existem princípios de divisão legítimos, que são tão evidentes que não há questionamentos. Essas categorias são um princípio de divisão universalmente reconhecido nos limites da sociedade. O Estado quantifica e codifica os indivíduos, produz identidades sociais legítimas que devem ser aceitas.

O Estado portanto, para Bourdieu, é uma ilusão bem fundamentada e existe apenas pela crença e que é validada pelo consenso, ou seja, é uma entidade teológica.

Entretanto, para fugir da teologia, é possível substituir o Estado por atos que podem ser chamados de atos do Estado, políticos, que possuem efeito no mundo social. Há políticas que são legitimadas e que não possuem questionamentos e sua eficácia se deve a crença na existência do princípio que os fundamenta. Bourdieu faz análises a respeito de atos cometidos por agentes de autoridade (autoridade essa que remete a um lugar ultimo, o Estado) e por indivíduos no campo da vida privada, expressando como o primeiro tem a seu favor a força da ordem social para autorizar e legitimar seus atos e o segundo não.

Por fim, analisa como esse consentimento geral de aceitações desses atos cria uma comunidade de pertencimento, chamado de nação ou Estado e discorre uma demonstração de sua análise do Estado em sua pesquisa no campo imobiliário, no mercado da casa própria.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

CURSO 18 DE JANEIRO DE 1990 DE PIERRE BOURDIEU

ALTIVO PEREIRA DIAS NETO

UFMA

2018

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