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FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM EM CONTEXTO DE TRABALHO: MODELOS DE GESTÃO ORGANIZACIONAL, IDENTIDADES PROFISSIONAIS E MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO Formação de Pessoas Adultas: uma análise em torno da construção de identidades aprendentes em con

Por:   •  8/2/2018  •  Resenha  •  2.459 Palavras (10 Páginas)  •  422 Visualizações

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FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM EM CONTEXTO DE TRABALHO: MODELOS DE GESTÃO ORGANIZACIONAL, IDENTIDADES PROFISSIONAIS E MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

Formação de Pessoas Adultas: uma análise em torno da construção de identidades aprendentes em contexto de crise

O artigo Formação de Pessoas Adultas: uma análise em torno da construção de identidades aprendentes em contexto de crise, foi escrito pelas autoras Maria Custódia Rocha e Marta Sofia Silva, com o objetivo de analisar o impacto contável dos processos de formação sobre a situação de emprego e sobre a empregabilidade entre os anos 2008-2012 e perceber se os processos de formação, propiciam a construção de identidades aprendentes. Para atingir os objetivos foram formuladas duas questões norteadoras: Os sentidos vivenciais das pessoas em formação e após a formação têm potencial para a construção e reconstrução de identidades aprendentes? E ainda: Os sentidos vivenciais das pessoas em formação e após a formação coadunam-se com os sentidos performativos que se inscrevem nas intencionalidades gerencialistas das políticas e medidas de educação e formação de adultos (EFA)?

É um estudo da Universidade do Minho, realizado em 2011-2012, num período de crise em que se propagam políticas e medidas condicionadas (politicamente legitimadas, pelo acordo que Portugal fez com a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu e que culmina no Programa de Ajustamento Económico e Financeiro). Apresenta uma pesquisa realizada no momento em que vigorou a Iniciativa Novas Oportunidades e em que no Relatório Estratégico do Quadro de Referência Estratégico Nacional, de 2012, e apontam debilidades na formação, nomeadamente ao nível da orientação e acompanhamento de jovens e pessoas adultas, que impedem a supressão das necessidades da cadeia produtiva. Trata-se de uma investigação de caráter exploratório que utiliza os métodos quantitativos e qualitativos, na busca compreender as políticas e sistemas de educação e formação de pessoas adultas. As autoras exploram os conceitos: performatividade; identidades aprendentes; empregabilidade; e identidade profissional entre outros. Para Ball (2005) a performatividade é

uma tecnologia, uma cultura e um método de regulamentação que emprega julgamentos, comparações e demonstrações como meios de controle, atrito e mudança. Os desempenhos de sujeitos individuais ou de organizações servem de parâmetros de produtividade ou de resultado, ou servem ainda como demonstrações de “qualidade” ou “momentos” de promoção ou inspeção.

Já as autoras buscam interpretar os sentidos que as pessoas adultas dão à formação, como sendo sentidos vivenciais (fruto dos processos de socialização em contexto de formação e após a formação). E inferem que as pessoas adultas têm de construir e reconstruir identidades aprendentes através da formação, que em tempo de crise, tem mais capacidade para fomentar o aprender a ser do que o aprender a fazer. A análise crítica apresentada enfoca quadros teórico e empírico que resulta de um processo de investigação/intervenção em Educação – Formação, Trabalho e Recursos Humanos.

A agenda política nacional vislumbrava, superar, em tempo de crise, as necessidades da cadeia produtiva e da economia através da formação. Essas políticas implantadas estavam voltadas a formação de pessoas adultas tentando melhorar a situação de emprego e embregabilidade, através de cursos de capacitação. Constata-se, pelos estudos realizados, que a formação por si mesma não gera emprego e que nem a economia do conhecimento, nem a produtividade, nem a competitividade, nem a empregabilidade fornecem ao cidadão uma razão para aprender, ou seja a educação não crias empregos.

De acordo Lima (2008), se o problema é educativo, a formação profissional não o corrigirá. As autoras corroboram com Licinio Lima e concluem que a formação das pessoas adultas, mesmo num contexto de crise, pode propiciar a construção e reconstrução de identidades aprendentes, pois favorece a melhoria das situações de emprego e o aumento dos níveis de empregabilidade. As ideias que sustentam essa hipótese investigativa derivam do pressuposto epistemológico de que a aprendizagem é uma condição antropológica da existência (Charlot, 2000) e das teses sociológicas de que ao longo da vida “somos sujeitos de muitas identidades” e “somos sujeitos de identidades transitórias e contingentes” (Louro, 2001: 12). Nas diversas redes e relações de socialização, ao longo da vida, as pessoas não se reduzem a meros sujeitos passivos (Rocha, 2012) e se em contextos específicos de socialização as pessoas desenvolvem as mais diversas relações, e são capazes de proceder à construção e reconstrução das suas identidades, em maior ou menor pluralidade, em maior ou menor grau de transitoriedade, mas de forma contínua, aprendendo, numa relação aprender sendo.

Convém ressaltar que as investigadoras obtiveram os dados através de inquérito por questionário de administração indireta e via entrevista centrada. Elas afirmam que este processo metodológico implicou a prévia construção de categorias conforme a hipótese, as questões de partida e os objetivos da investigação. Esclarecendo que as categorias analíticas de significação: ‘impacto na vida profissional’, ‘impacto na vida social’, ‘impacto na vida profissional’ e ‘atitude perante a Formação/Aprendizagem’ amparam qualitativamente esta investigação e os sentidos que os sujeitos deram para a formação e a aprendizagem. Esclarecem, também, que os sentidos se concretizam nas categorias analíticas de interpretação e os descrevem como: o “sentido instrumental”, o “sentido aprendizagem-placebo”, o “sentido de sobrevivência”, o “sentido indemnizatório”, o “sentido revelador”, o “sentido desafiante” e o “sentido aprendizagem permanente”.

Após descreverem retrospectivamente as políticas de educação e formação de pessoas adultas: dos sentidos heurísticos aos sentidos performativos, no mundo na Europa e em Portugal, contextualizando os conceitos ora apresentados. Enfim as autoras procedem a análise dos dados.

Para conseguir dados empíricos que ajudassem a esclarecer às questões norteadoras, as autoras investigaram uma amostra geral de 557 pessoas efetivamente inquiridas de um universo de 1512 sujeitos. A metodologia adotada para obtenção dos dados (inquérito e entrevista) integra-se no paradigma quantitativo e qualitativo, realizado por amostragem e recorte temporal. Elas relatam que os dados/discursos coletados permitiram caracterizar a amostra geral em função do gênero, da idade, as

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