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Fumicultura e intoxicação de agricultores

Por:   •  15/8/2017  •  Seminário  •  1.069 Palavras (5 Páginas)  •  171 Visualizações

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Fumicultura e intoxicação de agricultores

A exposição ocupacional do homem do campo, talvez seja, uma das mais importantes exposições ocupacionais, pois ele e sua família ficam em contato com o veneno todos os dias do ano, durante o dia todo. A quantidade e a variedade de agrotóxicos presentes nas propriedades depende do(s) tipo(s) de cultura(s) desenvolvidas. Muitas vezes, os agricultores não possuem o conhecimento sobre os efeitos danosos que os agrotóxicos podem causar e por isso nem sempre relacionam sintomas freqüentes (dor de cabeça, náusea, dores abdominais, etc.) com a exposição a estes venenos. Nem mesmo os profissionais de saúde estão preparados para estabelecer o nexo causal entre os sintomas de intoxicação aguda/crônica e a exposição (OMS 1993).

  • Orthene, Lorsban, Solvirex, Tamaron – sendo que o último, sequer é recomendado pela Secretaria de Vigilância Sanitária para a cultural do fumo e, aparentemente, esta relacionado com o aumento do número de casos de suicídio da região fumageira;
  • 2 antibrotantes (Antak e Prime), que são medianamente e altamente tóxicos respectivamente;
  • 1 esterilizante de solo (Brometo de Metila), classificado como extremamente tóxico e que também não é recomendado pela Secretaria de Vigilância Ssanitária para a cultura do fumo;
  • TECTO, classificado como medianamente tóxico;
  • Ridomil, classificado toxicologicamente como medianamente tóxico;
  • Carbosulfan (Marshal) pertencente ao grupo dos carbamato e classificado como altamente tóxico pela SVS e;
  • Mancozeb (Dithane), pertence ao grupo ditiocarbamato, que esta sendo estudado por pesquisadores nos EUA para confirmação de seu potencial cancerígeno (IARC 1992; IARC 1993).

No Brasil, atualmente, a área plantada com folhas de tabaco fica em torno de 250 mil hectares (o equivalente a 303 mil campos de futebol), onde trabalham 140 mil pequenos produtores de fumo no país (40٪ no Rio Grande do Sul, 40٪ Santa Catarina, 10٪ Paraná e os restantes 10٪ são divididos entre Alagoa e Bahia).

Geralmente, para os governos, a venda do tabaco é um caminho fácil para o desenvolvimento dos municípios, pois arrecadam muitos impostos, mas a contra-mão desta questão é que o resultado desta política se traduz em adoecimento, perda de produtividade dos trabalhadores através do adoecimento pelo contato com os agrotóxico e com a nicotina presente nas folhas do tabaco. Isto se torna ainda mais grave quando consideramos que é uma cultura que só traz malefícios para quem consome os produtos dela derivados. (Ministério da Saúde 1996).

Além dos dados apresentados acima, podemos citar também os seguintes agrotóxico e as suas conseqüência para os agricultores que plantam tabaco:

Α.-Brometo de Metila e Fosfina

São compostos bem absorvidos por via respiratória e menos via dérmica, mas são importantes irritantes de mucosas.

  • Brometo de Metila causa edema pulmonar, pneumonite química, insuficiência circulatória e transtorno neurocomportamentais como a psicose e perturbações neurológicas com sintomas extrapiramidais (tremores).
  • A Fosfina (fosfeto de hidrogênio) pode causar lesões hepáticas por alterações no metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Pode provocar ainda, edema pulmonar e arritmia cardíaca.

Outros aspectos clínicos da intoxicação

A seguir serão apresentados os principais sinais e sintomas agudos e crônicos, considerando a exposição única ou por curto período e a continuidade por longo período.

Quadro 3. Sintomas de intoxicação por agrotóxicos segundo tipo de exposição

Sinais e Sintomas Exposição: Única ou por curto período continuada por longo período.

Agudos: cefaléia hemorragia tontura hipersensibilidade náusea/vômito teratrogênese fasciculações muscular morte fetal parestesias desorientação dificuldade respiratória coma morte.

Crônicos: Parestesia e paralisia lesão celebral irreversível reversível tumores malígnos ação neurotóxica retardada atrofia testicular irreversível alterações pancitopenia neurocomportamentais distúrbios neuropsicológicos neurites periféricas lesões hepáticas, etc.

Fonte: OPAS/OMS, 1996

Outro aspecto a ser ressaltado refere-se à exposição a múltiplos agentes químicos. O trabalhador rural brasileiro, freqüentemente, se expõe a diversos produtos, ao longo de muitos anos, disso resultando quadros sintomatológicos combinados, mais ou menos específicos, que se confundem com outras doenças comuns em nosso meio, levando a dificuldade e erros diagnósticos, além de tratamentos equivocados. Isto se evidencia na fumicultura, pois no momento da colheita e durante a secagem, seja nos fornos ou nos galpões, os agricultores se expõe aos componentes da folha, onde se destaca a nicotina que causa “doença das folhas verdes”, cujo sinais e sintomas em muitos se parecem com os apresentados nos casos de intoxicação aguda a agrotóxicos.

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