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O Impacto da Robótica na Econômica

Por:   •  7/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.622 Palavras (7 Páginas)  •  190 Visualizações

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BREVE HISTÓRICO DO MUNDO CAPITALISTA

Na literatura taxonômica, o gênero humano tem em sua especificidade o termo sapiens. Derivado do termo em latim para “sapiência”, “sabedoria”, este é caracterizado por sua capacidade em utilizar o labor cognitivo e fisiológico para adaptar o meio natural as suas vontades e necessidades. Deste modo, a descoberta de técnicas que possibilitam o controle do mundo natural se caracterizam como as grandes transformações que consolidaram e possibilitaram o desenvolvimento das comunidades humanas. Sendo assim, a utilização da técnica na conformação da natureza as nossas vicissitudes está intrínseca e invariavelmente relacionada a própria evolução dos seres humanos.

A despeito das mais variadas formas como essas relações se expressam nas diversas realidades humanas, é na modernidade que a dimensão entre sociedade e natureza assumem posições antagônicas. Movimento iniciado com a tradição cultural judaico-cristã, a premissa da criação sagrada do universo concebe a humanidade como produto laboral da vontade divina, dotado da perfeição que justifica sua obra. Se o humano é criado à sua “imagem e semelhança”, este não está associado ao restante da vida selvagem, cujos comportamentos instintivos não se assemelham a obra de Deus, entidade dotada da totalidade racional do universo. Reforçado com os preceitos racionalistas no período iluminista, cujo princípio fundamenta-se no domínio da natureza através da razão, o conceito de “pessoa” passa a denotar a disruptura entre sociedade e cultura, corroborando para o predomínio da primeira em relação à segunda.

Considerando que, em todas as épocas, a humanidade valeu-se de técnicas em conformidade com seus interesses, é na modernidade que a técnica adquire caráter singular e seu uso é sistematicamente aplicado. Ellul distingue a operação técnica, utilizada nas sociedades pré-capitalistas para a realização de atividades necessárias de fenômeno técnico, surgido no mundo ocidental a partir do século XVIII. Segundo Barrientos-Parra:

A partir desse século reflete-se sobre as técnicas e opera-se a racionalização de sua utilização, o que produz uma mudança completa de perspectiva. Em outras palavras, o que era do domínio experimental e espontâneo passa a ser uma atividade racional com um objetivo claro e voluntário: a busca da eficácia. As técnicas serão avaliadas umas em relação às outras em função do critério da eficácia. E a preocupação da imensa maioria dos seres humanos de nosso tempo passará a ser a procura, em toda ordem de coisas, do método absolutamente mais eficaz.

Nas sociedades capitalistas modernas, o tempo social é regulado pela atividade produtiva das máquinas, pelos ponteiros dos relógios e pela demanda no consumo. Assim, atinge todas as esferas e instituições que compõem a vida humana, seus valores e modos de operações. Ainda segundo Ellul, em semelhança com a tradição marxista, o fenômeno técnico é ambivalente. Enquanto seu predomínio, consolidado através da classe burguesa, possibilita grandes transformações e avanços para a humanidade nos mais diversos aspectos, este apresenta sua perversividade, estruturando uma sociedade industrial com catastróficas consequências sociais, ambientais e econômicas.

A despeito da complexidade do processo histórico que propiciou o surgimento do sistema capitalista, este apresenta três momentos fundamentais. Refletindo um contexto de crescente florescimento das ciências, estas se materializam através do acentuado desenvolvimento nas forças produtivas, sobretudo através da implantação da maquinofatura. Conflagrada a primeira Revolução Industrial, o capitalismo estrutura-se sob a base produtiva, na relação direta entre produção e consumo. Com o advento das ideias técnico-científicas nos princípios administrativos do século XX, sintetizados sobretudo nas ideias de Henry Ford e Frederick Taylor, a instalação da linha de montagem deu surgimento a produção larga escala, voltada ao consumo em massa. A modificação no processo produtivo possibilitou acentuado crescimento do consumo e acumulação de capital por parte dos detentores dos meios de capitais.

Contudo, as rápidas transformações sociais pelas quais atravessou o século XX consubstanciaram-se em alterações na própria operacionalidade do sistema capitalista. Com o surgimento dos mercados especulativos, tal sistema conflagrou com a rigidez e verticalização do sistema fordista, através do crescente processo de acumulação flexível. Estruturado a partir de um processo de verticalização produtiva, segundo Harvey , a nova forma de acumulação capitalista na crescente automação, na dispersão geográfica do trabalho para regiões de menor controle regulatório (crescente terceirização e fragmentação do trabalho), na mudança tecnológica crescente e na aceleração do tempo de giro do capital, concentrado sobretudo nos mercados especulativos. Segundo o autor, o processo é responsável por uma organização ainda mais concistente da economia capitalista, estrutura na informação e internacionalização do mercado financeiro.

PRODUÇÃO E ROBÓTICA

A partir da breve introdução sobre o desenvolvimento do sistema capitalista, sua intrínseca relação com os sistemas técnicos e o consequente impacto na organização do sistema capitalista, passemos a análise da aplicação da robótica no mundo produtivo.

Em sua origem, o termo robô deriva do eslavo robota, significando trabalho forçado ou escravo, e teve sua divulgação em uma peça de 1921 de Karel Capek. Em relação ao surgimento literário, em detrimento de uma definição técnico-científica, a ideia relaciona-se no imaginário comum através de uma característica antropomórfica, definida por Capek. Já segundo a RIA (Robotics Industries Association) um robô é definido como “um manipulador reprogramável, multifuncional, projetado para mover materiais, peças, ferramentas ou dispositivos especializados através de movimentos programáveis variáveis a fim de desempenhar uma variedade de tarefas”. A despeito das diversas conceituações do termos, todos possuem em comum a definição de robô enquanto um “manipulador de tarefas”.

Segundo diagnóstico realizado por Rafael Leal , a crescente necessidade de competição entre as empresas por seus nichos de mercado deflagra maior demanda sobre a utilização de robôs em seus processos produtivos. Enquanto um “manipulador reprogramável” e mecânico, este tem maior potencialidade produtiva em relação ao trabalhador humano, assim como não sujeita-se a regulações normativas. Enquanto os salários médios possuem altas crescentes, a verificação dos custos na produção

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