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O Narcisismo - resenha para a matéria do terceiro ano -introdução a psicanalise

Por:   •  22/12/2017  •  Resenha  •  1.897 Palavras (8 Páginas)  •  517 Visualizações

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Sobre o Narcisismo (englobando os dois textos e as anotações que tenho - Freud e Lacan)

O narcisismo é o processo integrador da imagem corporal, a criança frente ao espelho (não sei como seria se não existisse espelhos de vidro) se vê na imagem, que é nomeado pela função materna. Depois dessa fase, estaremos sempre buscando nos mesmos nos outros através das relações interpessoais incluindo a afetivo sexual. Fornece a integração de uma figura positiva e diferenciada do outro.

A cça nasce indiferenciada aos objetos exteriores. Não há objeto, não há outro, não há sujeito.  Meio que fundido ao mundo, ele e o mundo é uma coisa só. A criança olha no espelho e olha pra ‘mãe, que o devolve e o nomeia, e a criança, através do outro, se vê na imagem integrada, nasce fundida ao universo, quando começa a diferenciar, o pé a mão, e no estádio do espelho quando se vê um ser integro e diferenciado do Grande Outro. Esse tempo mítico será de certa forma sempre revivido no adulto, de forma tanto corriqueira e natural, quanto patológicas.

Paul Nacke introduziu o termo em 1899, um ano antes de a introdução dos sonhos,  escolheu o termo narcisismo para denotar “a atitude de uma pessoa que trata seu próprio corpo da mesma forma pela qual o corpo de um objeto sexual é comumente tratado”. Todos os seres humanos têm algum nível de narcisismo em seu desenvolvimento.

Em 1914 Freud lança seu artigo “Sobre a Introdução do Conceito de Narcisismo”. diferenciando “libido do ego” e “libido objetal”; introduzindo os conceitos de ‘ideal do ego’ e o inicio da conceituação do superego em o Eu e o Isso em 1923). [pic 1]

O nome narcisismo que veio do mito, nos leva a pensar como procuramos o outro fora e nas paixões objetais que levam a uma certa mortandade. E a clinica por sua vez tentará mostrar o preço de um narcisismo que atrapalha a vida da pessoa. Em alguns casos, há de se mostrar que sempre haverá de abrir mão de algumas coisas em prol de todo resto. Entendimento que de forma equilibrada, se processa na saída do complexo de Édipo.

O Mito, projeção e pulsão de morte

No mito, Narciso era um jovem muito belo, entorpecido pela própria beleza. Um dia ele vê a ninfa Eco escondida a admira-lo, e tenta conversar com ela, Eco foi punida pelos deuses por ser tagarela, só podia repetir as ultimas palavras ouvidas. Entao ele tenta conversar com eco que apenas repete suas ultimas palavras, mas Narciso acredita estar sendo correspondido {Narciso: quem esta ai?  Eco :quem esta ai ? Narciso: Narciso! Aparece: Eco: aparece}. Narciso então depois afoga em sua própria imagem, encantado com sua própria beleza.

Narciso só recebe dos outros o que é dele próprio, Narciso só se relaciona com os outros buscando a si mesmo. O mito é usado para Freud explicar o processo identificatorio. Narciso que se afoga na própria imagem representa o fascínio por uma imagem de si, que se relaciona em Lacam ao estádio do espelho, momento de constituição do eu. 

A fascinação por si mesmo pode guardar uma relação patológica quando por exemplo, um fascínio de forma negativa, por um lugar de fracasso por exemplo, onde inclusive parece ser minha patologia pessoal, que venho trabalhando em terapia, e que leva a uma certa mortandade, a uma narcose (entorpecimento ilusório de si mesmo

Na terapia, o encantamento faz com que algo não seja visto – é defensivo. A analise avança buscando um esvaziamento deste fascino. Agara-se a este fascínio para não dar conta de alguma coisa. Agarra-se a imagem (do que devemos ser para os outros). A retificação subjetiva vem no sentido de questionar ao analisando o que o sujeito faz com aquilo que esta no avesso de seu narcisismo?  Deixar uma parte de si para salvar o resto, lembro-me de uma fala assim em alguma aula.

Um sujeito fixado no narcisismo primário tentará sempre aproximar o ideal do eu ao seu eu ideal. ). Para melhor compreender isso entra os conceitos de eu ideal e ideal de eu. Onde a medida que se constitui a imagem de si mesmo, ela deverá ser cultivada e defendida, como a rainha de branca de neve que quer a todo custo, inclusive pagando com a morte, sua identidade perdida.

A Rainha Narcísica no mundo da magia

A rainha do conto Branca de neve traz uma mensagem narcisica. Freud fala que os filhos são o narcisismo dos pais revivido. Na versão dos Grimm a rainha é mãe de Branca e nas mais modernas madrasta. Na versão mais antiga ainda A rainha ao se olhar no espelho nega sua identidade e tenta recuperar a identidade perdida  (a mais bonita), nessa tentativa morre, a morte representa o extremo. A negação do elemento novo é uma forma. Nega-se o elemento novo para defender o antigo, é uma defesa, e uma defesa do ideal de eu formado no estádio do espelho, anterior ao Édipo.

Um individuo muito fixado nas fases anteriores ao Édipo, numa busca por resgatar a imagem perdida. Ao invés de reinventar a identidade, buscar respostas singulares as contingências dos rompimentos narcísicos (e isso tem haver com aceitar a castração), o sujeito busca dar as mesmas respostas. Configurando o sintoma e a repetição como sua marca.

Essa alegoria nos leva a pensar no narcisismo como uma relação imatura, auto-centrada, erotizada, mais que sexualizada, detida em uma contemplação especular do idêntico ao “Si-mesmo” do sujeito. Já falamos também o lado positivo e necessário, ou melhor, estruturante do narcisismo, que faz o sujeito ultrapassar o auto-erotismo primitivo (do narcisismo primário) para favorecer a integração de uma figuração positiva e diferenciada do outro, e, sobretudo, do outro em seu estatuto sexuado.  Assumir a imagem do seu corpo próprio como sua identidade (eu sou essa imagem). Reconhecimento do eu que vem pelo Outro, ou a partir da imagem do corpo próprio investida pelo outro.

O narcisismo Primário e Secudário e as relações objetais

O narcisismo guarda a relação de como direcionamos nossa energia psíquica para nosso próprio eu ou para os objetos externos. A libido é a energia psíquica provindo da pulsão onde tem como meta a satisfação.Como já sabemos na teoria das pulsão, a satisfação só é parcialmente satisfeita e volta a tencionar o sistema, exigindo nova satisfação, e isso movimenta o ser humano. A depender da constituição do sujeito ele direcionara essa libido para determinados objetos. Sendo a pulsão de origem sexual (zonas erógenas) esse objetos são sempre sexuais, assim as pulsões sexuais são a libido. Na primeira teoria das pulsões Freud falara que o conflito psíquico vem da oposição entre a libido- pulsões sexuais e as pulsões de autoconservação. Na segunda teoria das pulsões, em 1920, introduzindo o conceito de pulsão de vida pulsão de morte. O texto sobre o narcisismo é de 1914, e Freud observando que por vezes a catexia objetal se volta ao eu dividira a libido em libido sexual e libido não sexual (quando o objeto a que se direciona é dessuxualizada) e conceituando que na relação entre estas duas libidos se estabelece ligações entre os indivíduos.

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