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RESENHA: A PSICANÁLISE DO ADOLESCENTE

Por:   •  8/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.408 Palavras (6 Páginas)  •  698 Visualizações

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FACULDADE ASSIS GURGACZ

JAILINE NICOLE JANKOSKI

VICTÓRIA BLANCO LIMA

RESENHA: A PSICANÁLISE DO ADOLESCENTE

CASCAVEL

2015

FACULDADE ASSIS GURGACZ

JAILINE NICOLE JANKOSKI

VICTÓRIA BLANCO LIMA

RESENHA: A PSICANÁLISE DO ADOLESCENTE

Trabalho apresentado à disciplina de PTT: Abordagem Psicanalítica como requisito parcial para obtenção da aprovação semestral no Curso de Psicologia pela Faculdade Assis Gurgacz.

Professor (a) Orientador (a): Jean Carlos Coelho

CASCAVEL

2015

A PSICANÁLISE DO ADOLESCENTE

“A psicanálise do adolescente”, capítulo V do livro “O Adolescente e o Psicanalista”, 1999, do autor Jean-Jacques Rassial, traz um conjunto de ideias sobre a posição e papel do psicanalista na cura do adolescente.

O capítulo começa com uma breve introdução sobre o trabalho do analista, que é fundado na relação transferencial. Rassial (1999) traz que o analista se confronta com uma dificuldade imediata: se a adolescência é realmente o momento do trabalho de luto da “compreensão dos adultos”, o analista deve, desde o início da cura, aceitar que um dia vai ter que ser rejeitado pelo adolescente como um sujeito qualquer. Relata também que, no encontro com o adolescente, a questão de saber desde onde fala ou se cala o analista é acentuada, pois ele é colocado na posição de dejeto, remetido a “idiotice” do adulto que não compreende nada.

Logo após a introdução, Rassial (1999) começa a discorrer sobre a posição e papel do psicanalista na cura do adolescente. No primeiro tempo, segundo o texto, o analista é reconhecido pelo adolescente somente na mesma posição que um adulto qualquer, incapaz de entender o que quer que seja sua demanda. Este primeiro movimento de rejeição do analista pelo adolescente é também o que se manifesta em certos mutismos, que pode ser superado pelo analista através do reconhecimento deste silêncio como um dizer que vem interrompendo o ruído do mundo. O lugar analítico é primeiramente o lugar onde é possível se calar, de tal modo que o silêncio não seja reduzido a signo de uma impotência em falar; com condição de que o analista se descentre desta exigência mundana de tudo explicar, ou então de se queixar do que não se compreende. Para formular outro modo é preciso deixar o adolescente dizer seu sintoma, além de um dito sobre o mesmo, sobre um sintoma que não ocupa para o sujeito a posição principal que pode ter para o meio que o cerca. Isto só é possível na medida em que o analista não estiver ligado a uma obrigação de tratamento.

Há outro risco na intervenção que o analista faz, que é quando o adolescente o coloca em posição de cúmplice face ao mundo social. Ao compadecer-se sob um modo histérico com a solidão do adolescente, com efeitos similares, corre o risco de erotizar a relação analítica. Na qualidade de adulto, o analista efetuou o recalque das questões do adolescentes, que fizeram retorno em sua própria análise, constituindo um risco de “contratransferência” importante. Face ao que aparece como enfraquecimento do eu do adolescente, como novo questionamento do narcisismo, o analista fracassa certamente quando visa produzir um apoio identificatório, sustentando, com sua força, com seu equilíbrio, o adolescente fraco; mas fracassa da mesma forma quando partilha com o adolescente da mesma fraqueza egóica. É necessário evitar esta armadilha transferencial, através de uma atitude profissional, sustentada por sua própria análise e confirmada pelas supervisões que ele pode efetuar.

A terceira posição para qual o analista é puxado é a do mestre. O adolescente o demanda com frequência explicitamente pedindo ideias, ou, através de um modo de pensamento sistemático, induzirá o analista a assumir este papel. Para o adolescente, o analista seria aquele que daria a verdade a qualquer coisa. A “moralidade feroz” do adolescente pode leva-lo a buscar no analista um personagem sem defeito, tendo resposta para tudo, que nunca se engana e dá provas de um rigor absoluto quanto às regras que fixou. O analista não deve se deixar tomar como um sujeito que sabe, não deve ser aquele que tem resposta para tudo, mas aquele que abre questões e as deixa abertas. A análise mostra que não há saber sobre o sujeito, nem sujeito do saber que se suportem além de um efeito de discurso. Daí as dificuldades de uma clínica psicanalítica e a constatação de que o sujeito ao saber não é senão suposto. Para que isto se revele no fim da análise, é preciso que, desde o início o analista não tenha assujeitado o analisante ao seu domínio, e não tenha respondido à demanda histérica de um saber sobre si, que o cliente formula, como se  dirigisse ao médico.

Outro fator abordado no capítulo referido é sobre o desejo do analista e o adolescente. Nesta parte do texto, pode-se entender que o analista não pode ceder ao seu próprio desejo. O analista se caracteriza por uma capacidade de deixar agir um desejo que não visaria nenhum outro objeto senão as palavras, autorizando, assim, o paciente a desvendar o fantasma que afunda seu desejo. Na clínica, o analista sofre das reminiscências de sua própria adolescência e de sua própria análise, enquanto o adolescente tentará subverter as obrigações simbólicas, que o único ganho possível de liberdade é o que autoriza o conhecimento das determinações, simbólicas, que fundam o sujeito.

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