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Old Nick e a atualidade

Por:   •  4/6/2017  •  Resenha  •  1.092 Palavras (5 Páginas)  •  187 Visualizações

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“OLD NICK” E A ATUALIDADE

Podemos dividir a história política em dois momentos: antes e depois de Maquiavel, principalmente pelo tratamento de Estado e governo como realmente são e não como deveriam ser. Maquiavel é conhecido por ter dito o que todos anteriormente tinham calado, foi ele quem mudou radicalmente a forma de ver e de fazer política nos séculos seguintes, influenciando a torto e a direito, à esquerda e à direita, ditadores e libertários. É a partir dele que podemos encontrar a maior separação entre a “era” filosófica de Platão e a política da “verdade efetiva das coisas”.

“Dessa forma que o príncipe deveria se portar, para ele não havia um motivo, um bem maior social para se manter no poder, era simplesmente pelo poder. O tipo de governante ditado por Platão, que deveria ser filósofo, pois não se importaria com seus próprios interesses não é aqui admirado por Maquiavel nem mesmo pelos nossos políticos atuais.” (NOGUEIRA, Marco Aurélio; Em Defesa da Política).

Até Maquiavel a política estava ligada a um âmbito mais religioso, tendo o Teocentrismo em primeiro ponto e a política propriamente dita em segundo plano, com a valorização do indivíduo vindo em seguida. Após Maquiavel, essa ordem será invertida tendo a política e o indivíduo com maior importância. O fanatismo da fé era algo odiado por ele. Em 1559, a obra de Maquiavel foi indexada pela Igreja Católica, daí o surgimento do termo maquiavélico que conhecemos até hoje como algo que envolve perfídia, falsidade, traição. Desde então, a literatura passou a apelidar Maquiavel de “old Nick”, que, em inglês, significa “Velho Nicolau” e vem de “diabólico” por ser o termo com o qual os ingleses se referiam ao diabo.

“O Príncipe não precisa ser bom, precisa parecer bom.” e o governante deve ter uma relação amigável com o povo que o elegeu; neste sentido, acredita-se que os ensinamentos de Maquiavel ainda são assimilados e (talvez) postos em prática. A pose dos políticos – contemporâneos ou não – ao se preocuparem em parecerem pessoas honestas, “de família” e dignas de respeito demonstra a influência que este ensinamento traz até os dias atuais. Muitos mantêm a obra de Maquiavel como “livro de cabeceira”, um manual de sobrevivência política.

Ainda que Maquiavel considere o povo como “inconstante e feroz”, ele diz que “é melhor ser temido do que amado”, e também aconselha que o governante evite ser odiado, explicando que “o que mais contribuirá para ser odiado é a usurpação dos bens”. Quando o povo tem seus bens respeitados, costuma viver satisfeito com a situação atual, sendo assim mais difícil de ocorrer uma revolta contra o príncipe.

A partir dos últimos anos, com a alta cobrança de impostos e a corrupção intensa, a população faz, cada vez mais, protestos. Os impostos e o roubo do dinheiro público podem ser vistos como a usurpação dos bens dos cidadãos, já que é uma retirada forçada de capital de uma pessoa, e o investimento que o povo faz no país não é compensado por melhorias no mesmo. Mesmo o pagamento ao Estado sendo obrigatório, o que realmente enfurece o povo é o fato de que são impostos de valor absurdo; valor esse que vai para o bolso de políticos e não reflete em melhorias na infra-estrutura.

Dois dos principais conceitos da filosofia política de Maquiavel também citados no Príncipe e que podem ser relacionados à nossa atualidade são: a virtù e a Fortuna. A virtù, como sendo uma figura utilizada para representar a liberdade, o livre-arbítrio do governante em relação à imprevisibilidade da história. O governante tem a capacidade, através da virtù, de superar, controlar as ocasiões e acontecimento do seu governo, construir uma estratégia capaz de conquistar a Fortuna. Também a virtù virá a representar metade das ações do príncipe. Podemos observar que a virtù traz ao governante uma maior liberdade de pensamento/ação, possibilitando certa fuga do pensamento tradicional. A Fortuna representa uma deusa grega encarregada pela riqueza e prosperidade da cidade, que, segundo Maquiavel, escolhe entre os mais viris, com maior virtù, aquele que vai conquistá-la.

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