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RESENHA: DESAFIOS DA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM COBERTURA JORNALÍSTICA DE DESASTRE AMBIENTAL

Por:   •  23/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.184 Palavras (5 Páginas)  •  258 Visualizações

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Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

Thaynara Melo, nº de matrícula 16.1.3202

Disciplina: Metodologia Científica

Profª.: Glicia Gripp

Jornalismo 2016/1

Resenha acadêmica:

DESAFIOS DA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

EM COBERTURA JORNALÍSTICA

DE DESASTRE AMBIENTAL

Luiz Fernando Dal Pian e Daniel Durante Pereira Alves

No presente artigo, os pesquisadores Luiz Fernando e Daniel Durante se utilizaram de um estudo de caso, mais precisamente um desastre ambiental ocorrido em Natal - RN, em julho 2007, que levou à uma mortandade de peixes, crustáceos e outros organismos no estuário do Rio Potengi, para compreender como a mídia, especialmente a impressa, divulgou as informações e os desdobramentos acerca dos motivos que culminaram no desastre.

É verdade que é dever da mídia de contribuir na ampliação do debate público e na busca por soluções que envolvam as catástrofes ecológicas, mas, segundo os autores, um dos grandes desafios dos meios de comunicação de massa tem sido abordar os conceitos ligados à ciência ambiental, justamente por se tratar de uma área nova e complexa. Um outro problema encontrado por eles quando se trata de desastres ambientais é a predominância de uma cobertura jornalística de caráter denunciativo e sem muito aprofundamento, prejudicando, assim, a formação e educação ambiental dos leitores.

As catástrofes ambientais costumam expor não apenas a degradação do meio ambiente, mas, também, a limitação dos meios de comunicação de massa em abordar o tema, pois, nesses casos, predomina uma cobertura jornalística denunciativa, sensacionalista, com pouco aprofundamento dos dados científicos e raras abordagens educativas (DAL PIAN, 2011). Daí a importância de os profissionais da imprensa buscarem realizar uma cobertura que possibilite explicar os fenômenos ambientais e os relacionar com o cotidiano das pessoas. [p.2]

No desastre em questão, Dal Pian identificou sete termos técnico-científicos que predominaram na imprensa local, todos eles utilizados para tentar explicar as causas da mortandade dos peixes  e, é claro, os desenrolamentos quanto à busca pelos responsáveis. São os termos: Maré Vermelha, Metais Pesados, Amônia, Metabissulfito de Sódio, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Eutrofização. Através da análise de jornais locais, entre eles o Tribuna do Norte, o Diário de Natal e Correio da Tarde, todos da região metropolitana de Natal, os pesquisadores concluíram que os jornalistas trataram de forma precária os conceitos científicos capazes de dar fundamento aos reais motivos que ocasionaram a morte de toneladas de fauna aquática no estuário de Natal - RN.

Luiz e Daniel afirmam que ciência, tecnologia, sociedade e meio ambiente estão intimamente ligados, mas avisam que é impossível conceber o desenvolvimento de uma sem gerar alguma consequência em outra [p. 2]. E é justamente nesse viés, segundo eles, que surge o jornalismo, tendo o papel de disseminar informações que contribuam para o exercício da democracia e a cidadania.

“A divulgação da ciência é hoje instrumento necessário para consolidar a democracia e evitar que o conhecimento seja sinônimo de manipulação e poder” (CANDOTTI, 2001, p. 5).

Mas além dos problemas aqui já apresentados, os autores ressaltam a pouca expressividade da divulgação científica nos veículos de comunicação de massa no Brasil, que fica restrita à notícias que invocam mais atenção do público, como a descoberta de novos planetas, curas de doenças, clonagem de animais, derretimento das calotas polares, etc.

Na grande mídia, a ciência e a tecnologia ficam relegadas a segundo plano, restritas a notas e notícias isoladas, numa cobertura que busca sempre valorizar o espetáculo e o sensacionalismo. [p.3]

Logo em seguida, Daniel e Luiz fazem um levantamento de alguns dos benefícios que os avanços na ciência trouxeram para a humanidade, não deixando de destacar a escassez de discussão sobre os impactos provocados no meio ambiente, através do aumento na emissão de gases de efeito estufa, poluição dos mananciais, desflorestamento, perda de biodiversidade, entre outros.

Até a década de 1960, organizações mundiais tratavam as mudanças climáticas como questões secundárias, em face de outras, predominantemente questões econômicas e militares (MARCOVITCH, 2007).

No artigo, também encontram-se as definições para os termos divulgação científica e comunicação científica, sendo que o primeiro visa o público geral, não-especialista, e o segundo, um público mais seleto de pessoas com formação científica e tecnológica. Como um dos instrumentos da mídia para a divulgação científica, Albagli (1996) destaca o jornalismo científico, que circula informação atualizada sobre a natureza científica e tecnológica. Porém, como já dito anteriormente, há desafios.

Além do desafio de traduzir uma linguagem técnica – dominada por um grupo específico de pesquisadores e intelectuais – para uma linguagem acessível a um público de massa, os jornalistas que cobrem diariamente os temas ambientais dispõem de poucas horas ou até minutos, num processo de produção de notícias repleto de interferências logísticas, estruturais,econômicas e políticas. [p. 4]

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