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Resenha Crítica Ratzel e Mackinder

Por:   •  5/9/2019  •  Resenha  •  1.552 Palavras (7 Páginas)  •  148 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO[pic 1]

Aluno: Wanderson Marcelo do Prado Faleiros  

Matrícula: 201611036

                                             Resenha Crítica

Introdução:

No contexto geopolítico temos um dos principais pensadores acerca do assunto que é Friedrich Ratzel. Suas problematizações são concernentes às ciências naturais e sociais, permitindo uma complexidade que contribui para a maior interpretação geopolítica no âmbito da Geografia. Ratzel promoveu e impulsionou os estudos e trouxe consigo diversos críticos, seguidores e até mesmo opositores.

Mackinder em contrapartida apresenta conceitos inovadores provenientes dos acontecimentos históricos da época do autor. Ele apresenta uma nova vertente que se torna marcante, trazendo uma disparidade quanto a concepção dos outros teóricos, definindo seus aspectos de acordo com uma interpretação baseada nas mudanças ocorridas ao longo dos anos por intermédio dos conflitos

 A resenha buscará por meio da utilização do texto “O solo a sociedade e o estado” apontar os pensamentos diante da problematização de Ratzel e contextualizar as atualizações dos pensamentos geopolíticos utilizando o texto: “O Coração Continental e o Realismo Geográfico de Mackinder”. Essa união proporcionará uma discussão sobre a questão da sociedade e do Estado, apontando as evoluções históricas e cronológicas.

Resenha:

O texto de Ratzel é dividido em tópicos que se dinamizam ao longo da leitura, inicialmente o autor afirma que o Estado é interligado e só existe se está junto ao território, não podendo existir sem um solo. Isso  demonstra a visão do autor de que o homem está em constante relação e ligação com a terra, a meu ver o pensamento exibe exatamente o desenvolvimento de um Estado, pois as relações da sociedade com um solo impulsionam o desenvolvimento  das relações sociais que consolidam o Estado.

O exemplo da queda do império Romano foi extremamente pertinente, pois traz à tona a queda estatal. Mas por intermédio das populações e de suas relações com o solo esses grupos sociais sobrevivem apesar da brusca mudança na dinâmica social, foi uma maneira sucinta e didática para evidenciar o laço entre as populações e o solo, modificando a relação territorial, permitindo que uma nova política surja e que a população se recrie naquele solo.

Ratzel aponta que para o progresso do Estado é necessário ter um domínio político. A meu ver é uma perspectiva crucial para compreendermos a complexidade estatal, pois abrangem questões sociais, econômicas, alimentícias, estratégicas defensivas de território, alimentícias, habitacionais, dentre outras. A política surge como uma maneira de regular e impulsionar o território, organizando consolidando e alavancando as relações com o solo.

Prosseguindo vemos Ratzel apontando as questões alimentícias e habitacionais, nessa parte é interessante a maneira com que os nômades foram exemplificados com suas ligações com o solo, mesmo suas ligações sendo mais frágeis e passageiras eles tem a relação com o mesmo, pois costumam retornar de acordo com as condições.

O autor enfatiza que para um Estado completo e fortalecido é necessário uma ligação entre a necessidade de habitação e alimentação. As forças estatais se criam e se transformam, tornando o indivíduo de certa forma dependente acarretando a busca por proteções territoriais, noto que esse fortalecimento interno do Estado é a essência para um grande desenvolvimento econômico, político e social, tendo em vista que todos tem as condições para viver, fortalecendo as alianças internas.

Já no texto de Mackinder, pensador que veio pós Ratzel é abordado com um viés moderno para seu tempo. Uma visão geopolítica diferente que o fez ser um autor bastante criticado, mas ganhou seguidores de suas percepções políticas geográficas que eram até de vertentes inversas a suas concepções. A meu ver ele é um dos geopolíticos com maior perspectiva estratégica acerca de buscas e disputas territoriais, trazendo inovações teóricas sobre os conflitos.

Pode-se dizer que Mackinder foi privilegiado, viveu em épocas que o possibilitou acompanhar guerras e conflitos importantes mundialmente como as duas grandes guerras mundiais. Com isso, o autor utilizou suas experiências vívidas para transcrever e problematizar os conflitos, gerando uma visão crítica sobre as guerras e a disputa por territórios, trazendo consigo uma nova visão com pontos estratégicos.

Sua vertente geográfica notoriamente amplia a análise territorialidade global. As disputas territoriais anteriormente se davam pelas águas com as grandes navegações, porém Mackinder afirmou que as disputas territoriais teriam mais sucesso se fossem realizadas por meios terrestres, tendo em vista a possibilidade de ampliar seu território com um território vizinho e não com um território distante.

Na minha concepção essa ruptura demonstrou a necessidade de modernização acerca do que estava acontecendo no mundo naquela época. Um exemplo que temos foi a grande dificuldade para Portugal colonizar o Brasil, é mais fácil controlar um território próximo do que um distante, o poder terrestre traz facilidades temporais e estratégicas devido a proximidade e os avanços nos modais.

A partir dessa perspectiva, o autor demonstra o exemplo da guerra secular da Europa para não permitir a invasão Asiática em seus territórios, explicitou a necessidade dos grandes chefes de Estado buscar maneiras estratégicas para manter o equilíbrio de suas forças, não correndo o risco de perderem seus territórios ou sofrer ataques.

Posteriormente vemos a comparação entre a grande diferença territorial entre os russos e ou demais territórios pertencentes a Europa Ocidental, mais uma vez vemos que o poder terrestre tem maior influência, principalmente devido a sua força de mobilidade, constatado historicamente e exemplificado por meio desse comparativo, além disso vemos a grande possibilidade de um coração continental hegemônico.

Após essas considerações Mackinder passa a falar das zonas pivôs que é um ponto estratégico, denominado “coração continental”. Com a hegemonia de poder devido sua forte capacidade de mobilidade, o que traz um potencial transcendente, que aumenta com a variância de modais como, por exemplo, a chegada das ferrovias, o que potencializa o poder dos exércitos.

A meu ver a zona pivô tem um grande potencial político, econômico e social, pois possuí uma centralidade que possibilita o crescimento e desenvolvimento da multimodalidade e acarreta uma hegemonia terrestre, capaz de dominar e conquistar um império criando o “coração continental”. O autor cita uma possível aliança russa com os alemães que nunca aconteceu, mas isso demonstra o grande receio pois as guerras estavam acontecendo naquele momento.

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