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Resenha: Lógica da Descoberta ou Psicologia da Pesquisa?

Por:   •  27/4/2018  •  Resenha  •  771 Palavras (4 Páginas)  •  712 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

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Resenha: “Lógica da Descoberta ou Psicologia da Pesquisa?”

Tainá Pereira de Brito        RA:11101515

Santo André

2017

A “Lógica da descoberta ou psicologia da pesquisa?” é um texto em que o autor, Thomas S. Khun, faz uma crítica a Karl Popper e sua maneira de deslegitimar a tradição científica e de empregar o termo “falseamento”.

        Claramente, a motivação encontrada por Khun ao analisar criticamente as obras de Popper em sua produção gerou alguns conflitos entre seus seguidores, que, por sua vez, não entenderam o essencial pois o leram com “lentes muito especiais”, isto é, não perceberam a posição assumida por Khun devido a um conhecimento prévio da obra popperiana.

Khun e Popper possuem inúmeras semelhanças, ambos dividem o mesmo interesse em tratar a forma como o conhecimento científico é adquirido de estruturas lógicas em decorrência da pesquisa. Ambos não compactuam com a ideia de que a ciência evolui de forma expansiva, eles acreditam que, ao invés disso, o conhecimento científico acomete a evolução de uma teoria mais antiga para uma teoria mais nova. Também, ambos se opõem ao positivismo clássico, e a qualquer forma de produção de uma linguagem observacional neutra.

        Contudo, Khun, ao articular que as suas intenções são completamente diferentes quando dizem a mesma coisa, admite que uma mesma coisa pode ser interpretada de maneiras distintas por diferentes indivíduos. Khun chamou de Gestalt a diferença entre as formas de pensar dele e de Popper. O Gestalt pode ser entendido pela seguinte passagem do texto:

 “Ao ler mais uma vez alguns dos principais livros e ensaios de sir Karl, encontro uma série de expressões recorrentes que, embora possa compreender sem delas discordar completamente, eu nunca utilizaria nos mesmos lugares.”

Para Khun, a pesquisa deve seguir alguns passos, que são testar as hipóteses e caso ela se mostre resistente a sucessivos testes ou a testes demasiadamente severos, o cientista pode considerar válida a sua teoria (ou efetiva descoberta) pois conseguiu resolver um enigma que estabelecera previamente, e caso isso não ocorra, o cientista deve desprezar esse enigma ou tentar resolvê-lo através da formulação de uma outra hipótese. Nesse contexto, Khun chamou  de “ciência normal” ou “pesquisa normal” a frequência em que testes são realizados para resolver enigmas e que resultam em falhas. Uma experiência mal-sucedida não é motivo para se desprezar a teoria por completo, entretanto, a falha não é atribuída ao indivíduo e sim as hipóteses pré estabelecidas, apenas em casos extremos atribui-se a culpa ao indivíduo que praticou tal atividade. E por casos extremos entende-se aqueles episódios raros em que derivou-se de crises no campo de pesquisa ou pela presença de uma outra teoria mais oportuna.

O conceito de “pesquisa extraordinária” é empregado por Khun para nomear uma ciência que é indubitável, fundamento para as revoluções e avanços científicos e que por isso, não é recorrente pois, no campo da pesquisa,  há muitas chances de uma teoria se mostrar incorreta no processo de submissão de uma hipótese a sucessivos testes. Popper enfatiza a “pesquisa extraordinária” em seus exemplos de episódios surpreendentes e destrutivos, em que cita o experimento com calcinação de Lavoisier. Na visão de Khun, Popper se equivocou ao desconsiderar a ciência normal em seu estudo pois é na ciência normal que se constrói a base para a ciência extraordinária.

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