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Resenha: O Campo Científico - Bourdieu

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Por:   •  15/7/2014  •  416 Palavras (2 Páginas)  •  4.495 Visualizações

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O campo científico assim como qualquer campo social, possui suas relações políticas, sociais e econômicas. Como um sistema de relações objetivas, em seu interior encontram-se diversas posições específicas em busca de um objetivo comum denominado autoridade científica.

É no campo científico onde ocorre a disputa pelo monopólio desta competência científica, porém devemos ressaltar que este espaço não possui uma concorrência perfeita, já que as relações de interesse e poder impossibilitam a neutralidade. Sendo assim, toda pesquisa tem seu objetivo traçado desde o início, seguindo determinados interesses, sendo incomum a prática científica sem uma definição dos mesmos.

Deve-se ressaltar que esta disputa possui dois lados distintos, a epistemologia e a política. Isso significa que as práticas, tendências, instituições, objetos, métodos, técnicas e recursos não são escolhidos simplesmente através do ponto de vista científico, e sim que são escolhidos de acordo com a sua importância dentro do campo científico. Ou seja, de acordo com o maior prestígio e reconhecimento de seus próprios concorrentes.

Quem consegue impor e, sobretudo, legitimar seus padrões, seus métodos e suas visões são donos da autoridade científica, como descreve o autor.

Isso acarreta na disputa entre dois grupos pela hegemonia no campo científico. Um que preza pela manutenção dos métodos empregados anteriormente, apenas se sucedendo à maneira em que novos detentores de conhecimento se adequem a este método. E outro, que visa quebrar os paradigmas da ciência atual, almejando a criação de padrões completamente novos.

Mas o autor demonstra que essa disputa não é de todo o mal para o campo. Com essa constante luta entre os grupos, a ciência pode constantemente se renovar e dar grandes saltos. No entanto, esses saltos se referem à metodologia e não às questões políticas que interferem no campo científico.

Sendo assim, a contestação de valores se dá de forma muito limitada, podando assim o carácter de contestação proposto pelo segundo grupo. Por outro lado, a homogeneização dos profissionais, com nome e reputação a zelar diminui o espaço das ideias mal elaboradas, ou até mesmo equivocadas.

Além disso, Bourdieu lança à luz o risco de a ciência acabar se tornando algo como um culto religioso, onde os fatos são impostos como dogmas. Outra possibilidade ainda seria o campo científico dar as costas a todos que não participam do mesmo, criando assim uma aparente ruptura, onde o conhecimento se torna inacessível.

Isso é gerado, segundo o autor, pela falsa ideia de que existe uma autonomia dentro do campo científico. Discussões políticas e ideológicas se disfarçam de questões epistemológicas, enquanto a ciência tem a tendência de criar dogmas.

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