: Resenha crítica do filme “E a vida continua”.

Atividade1: Resenha crítica do filme “E a vida continua”.

        O filme dirigido por Roger Spottiswoode mostra todo o contexto de surgimento de uma doença, a AIDS. Além da dificuldade de se identificar a causa e transmissão de uma doença que levava a maioria dos portadores a morte, há um problema ainda maior por trás desse vírus, é descoberto inicialmente que ela afeta apenas uma minoria social, os homossexuais do gênero masculino e mesmo sendo uma doença com um grau muito alto de mortalidade, não atraia interesse do governo que estava mais preocupado em arrecadar verbas para a guerra que se instaurava e não disponibilizava ajuda econômica ou sequer materiais para equipar o laboratório de pesquisa.

        A doença era vista socialmente como uma praga divina veiculada na mídia como “câncer gay” ou “peste gay”. Na tentativa de diminuir o numero de casos, uma vez que a maioria dos infectados afirmaram ter tido relações em saunas é aconselhado o fechamento desses estabelecimentos, que foi reprovado pelos próprios usuários afirmando que eles estariam reprimindo a homoafetividade, já que estes locais eram dados como símbolo do movimento gay e dessa forma o centro de controle de doenças (CCD) que já sofria com dificuldade de recursos passou a ser mal compreendido o que acabou dificultando ainda mais a coleta de dados que é algo extremamente pessoal.

        Com a possibilidade de se tratar de um retrovírus para acelerar as descobertas e o isolamento do vírus Dr. Don Francis firma parceria com dois institutos de pesquisa que depois brigariam na justiça pela patente do agente causador. O filme mostra a postura totalmente antiética do Dr. Gallo que com uma conduta inteiramente desumana se preocupa apenas com os créditos e fama por trás da descoberta se apossando dos dados do outro instituto e usando como seus.

        O filme se encerra com uma forte crítica político-social já que a doença apenas fez parte de um discurso do presidente Reagan depois da morte de 25000 norte-americanos, isso nos permite fazer uma projeção da quantidade de vidas que poderiam ter sido salvas se o governo tivesse se importado com a doença que vinha se alastrando e afetando uma minoria e tivesse feito algum tipo de intervenção assim que tivessem surgido os primeiros casos ao invés de ter ignorado o problema.