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Resumo de Sociologia - Harvey e Adorno

Por:   •  20/3/2017  •  Relatório de pesquisa  •  1.515 Palavras (7 Páginas)  •  330 Visualizações

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Resumo de Sociologia II – Parcial

Harvey

Fordismo

  • Fordismo: modo de produção voltado a ajuda, por parte do Estado (espécie de complemento), à estrutura capitalista vigente. Não apenas na linha de produção e otimização da produção, mas também como modelo econômico;
  • Linha de produção: racionalização do trabalho, fragmentação da produção, divisão de tarefas, etc.;
  • Fordismo na economia: diminuição do tempo de trabalho, aumento dos salários, poder de negociação coletiva (sindicatos), direitos trabalhistas (seguridade social, salário mínimo), consumo em massa;
  • Decisão das corporações (administração científica – relações pessoais, marketing, produtos, estratégia de preços, obsolecência planejada, etc.) se tornou hegemônica nas definições do crescimento do consumo de massas, a fim de se manter a demanda efetiva;
  • Gramsci previra o fordismo econômico como um regime de acumulação fruto de uma mutação antropológica;
  • Fordismo tinha como objetivo educar para o consumo e adaptar o trabalho à disciplina;
  • Era inicialmente mal visto por conta de ser uma “herança maldita”, uma vez que os países do Eixo haviam o adotado (economia de guerra, coordenação da demanda);
  • Colapso pós-guerra fez com que o fordismo salvasse o capitalismo, buscando crescimento sobre bases estáveis, demanda efeitva e negociação salarial;
  • O novo Estado que surgira tinha como obrigação políticas anti-cíclias de intervencionismo monetário (a fim de evitar crises e manter o ambiente propício para o crescimento econômico), investimento público (fornecimento de estrutura para o desenvolvimento capitalismo e geração de empregos), complemento salarial (leis trabalhistas), mediação nos acordos salariais (formação de sindicatos);
  • Crise no fordismo – motivos:
  • Recuperação da Europa Ocidental e Japão no pós-guerra (compensado nos EUA pela guerra à pobreza e guerra do Vietnã);
  • Políticas de substituição de importação nos países do Terceiro Mundo (aliado às multinacionais, criou industrialização fordista competitiva em ambientes novos);
  • Concorrência gerou a desvalorização do dólar (Bretton-Woods);
  • Problemas com a rigidez dos investimentos de capital fixo em sistemas de produção em massa, que impediam a flexibilidade de planejamento e gerava crescimento estável em mercados variantes. Tal fato foi agravado pelo poder da classe trabalhadora quando tentava-se encontrar soluções para o problema;
  • Única resposta possível estava na política monetária: impressão de moeda no montante que fosse necessário para manter a economia estável. Isso gerou a onda inflacionária;
  • Capacidade excedente nas economias ocidentais (em condição de concorrência crescente, ocasionando uma racionalização da produção), gerando crise no mercado imobiliário e severas dificuldades nas instituições financeiras;
  • Decisão da OPEP e países árabes em aumentar o preço do petróleo, aumentando os custos;
  • Isso tudo gerou a acumulação flexível.

Acumulação flexível

  • Confronto direto com a rigidez do fordismo;
  • Surgimento de setores de produção novos, novas maneiras de mercado financeiro, taxas altas de inovação comercial, tecnológica e organizacional;
  • Compressão do espaço-tempo (comunicação e transportes);
  • Retrocesso do poder sindical, ganhos modestos, desemprego estrutural (favorecia a automação);
  • Diante do aumento da competição, os patrões usaram a seu favor o enfraquecimento do poder sindical e da reserva de mercado;
  • Produção em menores lotes, o que permitiu uma aceleração do ritmo da inovação;
  • Redução do tempo de giro na produção e no consumo;
  • Desregulamentação significou um aumento da monopolização em alguns setores como aviação, energia e serviços financeiros (mania das fusões e incorporações);
  • Desenvolvimento:
  • Capitalismo mais organizado, graças às informações precisas e atualizadas (comunicação), que viraram uma mercadoria. Além disso, vantagem competitiva em se obter a última técnica/tecnologia/descoberta científica possível (o saber como mercadoria);        
  • Completa reorganização do sistema financeiro global e poderes ampliados de coordenação financeira. Desregulamentação de um sistema financeiro rigorosamente controlado (EUA – processo requisitado para sobrevivência do sistema financeiro mundial), guiado pela rapidez nas comunicações.
  • A acumulação flexível procura o capital financeiro como poder coordenador mais do que o fordismo o fazia (o que indica possibilidades de crises financeiras e monetários cresceram muito mais do que no período anterior);
  • Apesar de soar como um neoconservadorismo (após as eleições de Thatcher e Reagan), há muito mais sinais de continuação do fordismo (intervenção estatal no sistema bancário, pagamento de dívidas de outros países, etc.) do que de ruptura;
  • Novos modelos políticos e econômicos não significaram que o intervencionismo estatal tivesse diminuiído – pelo contrário, alcançou um grau bem mais fundamental;

Indústria cultural

Adorno

  • Produtos adaptados ao consumo das massas (não é produzido pelas massas);
  • As massas são um meio secundário da indústria cultura;
  • Segue o princípio de sua comercialização e não segundo seu próprio conteúdo e sua figuração adequada;
  • Almeja o lucro e não a cultura em si;
  • Procura-se o consentimento total do cliente e não o viés crítico;
  • A mudança encobre um esqueleto no qual houve tão poucas mudanças como na própria motivação do lucro desde que ela ganhou ascendência sobre a cultura;
  • Enquanto o processo de produção dos filmes se aproxima de procedimentos técnicos através da avançada divisão do trabalho, introdução de máquinas e da separação dos trabalhadores dos meio de produção (conflito entre artistas ocupados na indústria cultural e os potentados desta), conservam-se também as formas de produção individual;
  • Ilusão de que o que é coisificado e mediatizado é um refugio de imediatismo e de vida;
  • A técnica da indústria cultural (distribuição e reprodução mecânica) permanece externa a seu objeto;
  • O sistema da indústria cultural reorienta as massas, não permite quase a evasão e impõe sem cessar os esquemas de seu comportamento;
  • Número de emissores menor do que o de receptores;
  • Progressistas viam como democratização e conservadores como degeneração;

Críticas à indústria cultural:

  • Não surge espontaneamente das massas;
  • Visa o lucro e é planejada/produzida/distribuída por empresas capitalistas;
  • Cultura = mercadoria;
  • Forja sua própria demanda;
  • O capital não produz mercadorias, mas sim necessidades;
  • Valor de uso é a materialidade, qualidade, uncidade/incomensurabilidade;
  • Valor de troca é a quantidade, abstração, equivalência e cálculo.

Castel

A sociedade salarial

  • Salário deixa de ser apenas uma recompensa pontual de uma tarefa, mas passa a funcionar como acesso a subvenções extratrabalho (aposentadoria, acidentes, etc.) e amplia a vida social do trabalhador (consumo, habitação, instrução, etc.);
  • “Foi a industrialização que deu origem à condição de assalariado, e a grande empresa é o lugar por excelência da relação salarial moderna”;
  • A relação salarial comporta um modo de remuneração da força de trabalho – o salário – que comanda amplamente o modo de consumo e modo de vida dos operários e de sua família: uma forma de disciplina do trabalho que regulamenta o ritmo da produção;
  • Para assegurar a passagem da relação salarial que prevalecia no começo da industrialização à relação salarial fordista, leva-se os 5 seguintes pontos:
  1. Uma nítida separação entre os que trabalham efetiva e regularmente e os inativos ou semiativos que devem ser ou excluídos do mercado de trabalho ou integrados sob formas regulamentadas;
  • “Os ativos serão aqueles (...) que estiverem presentes num mercado que lhes proporcione um ganho monetário, mercado do trabalho ou mercado de bens e serviços”;
  • É necessário “domar” os indíviduos indisciplinados;
  • Sindicatos na Inglaterra facilitaram a contratação dos “disponíveis” (somente os sindicalizados);
  • Mistura de coerção e sedução para fixar os operários através das “vantagens sociais” e aniquilar sua resistência através de regulamentações rígidas;
  • “Adaptem-se ao modelo do bom operário, regular no trabalho e disciplinado em seus costumes ou terão parte desses miseráveis excluídos da sociedade industrial”;
  1. A fixação do trabalhador em seu posto de trabalho e a racionalização do processo de trabalho no quadro de uma “gestão de tempo exata, recortada, regulamentada”;
  • Racionalização máxima do processo de trabalho, encadeamento sincronizado de tarefas, separação estrita entre tempo de trabalho e tempo de não trabalho. Tudo convergindo para uma produção em massa;
  • Foco no “taylorismo”;
  • É exato dizer que o modo de organização do trabalho comandado pela busca de uma produtividade máxima a partir do controle rigoroso das operações foi, de fato, um componente essencial na constituição da relação salarial moderna.
  1. O acesso por intermédio do salário a “novas normas de consumos operários”, através do que o próprio operário se torna usuário da produção de massa;
  • Ford sistematiza a relação entre produção de massa e o consumo de massa;
  • Possibilidade do operário moderno ter acesso ao estatuto de consumidor dos produtos da sociedade industrial;
  • “A fixação do salário da jornada de 8 horas em cino dólares foi uma das mais belas economias que já fiz na vida, mas elevando a seis dólares, fiz uma economia melhor ainda” frase de Ford;
  • Nova relação entre aumento do salário, aumento da produção e aumento do consumo;

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