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CRIAÇÃO E PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS COMO PRÁTICA EDUCACIONAL ATRAVÉS DA INCLUSÃO DIGITAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CRID CHE GUEVARA

Por:   •  10/7/2016  •  Artigo  •  2.165 Palavras (9 Páginas)  •  370 Visualizações

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CRIAÇÃO E PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS COMO PRÁTICA EDUCACIONAL ATRAVÉS DA INCLUSÃO DIGITAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CRID CHE GUEVARA

Francisco Weslley Lima[1]; Jéssica de Castro Barbosa[2]; Jeriane Rabelo da Silva[3].

RESUMO

Este trabalho traz como proposta discutir e analisar os impactos da criação e produção de conteúdos como prática educacional, a partir da formação de produção e edição de vídeos, trabalhada numa perspectiva de inclusão digital, desenvolvida pelo projeto Centros Rurais de Inclusão Digital – CRID, sistematizado e executado pelo Laboratório Multimeios da Faculdade de Educação – FACED/UFC, e tendo como parcerias o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará - FETRAECE, e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPq. O projeto busca promover o acesso às Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação – TDIC, em assentamentos rurais no estado do Ceará. Além de disponibilizar os aparatos tecnológicos (computadores e internet), para o acesso à informação, o projeto tem caráter educacional, com intervenções e ações técnico- pedagógicas, que visam formar moradores da própria comunidade para atuarem como gestores no CRID. Trataremos aqui especificamente desta etapa, que foi aplicada no CRID Che Guevara, em Ocara/CE, o seu desenvolvimento e seus impactos durante o processo de inclusão digital. Trata- se de uma pesquisa intervenção e os resultados são parciais, visto que esta ação formativa no projeto ainda está em andamento. Todavia, o acesso à informação e as técnicas de produção e edição de vídeos, tem proporcionado aos moradores das comunidades rurais a possibilidade de inserção aos meios digitais, tornando-os produtores e não apenas consumidores de conteúdos.

Palavras – Chaves: Inclusão Digital; CRID; Assentamentos Rurais; Produção Audiovisual Vídeo.

INTRODUÇÃO

No século XXI, as tecnologias e as mídias digitais vêm ganhando cada vez mais espaço em diversos setores da sociedade. Esses aparatos, cada vez mais acessíveis, principalmente nas zonas urbanas, tem tornado as atividades rotineiras do homem dependentes do uso dessas ferramentas. Contudo, ainda existem diversos lugares e pessoas que não possuem o acesso à informação e a essas ferramentas (CASTELLS, 2009), por diversos fatores, como: localização geográfica, ou mesmo a condição social e econômica, e elas estão de certa forma a margem da sociedade. Esse cenário é o que nos incita a refletir sobre as mídias digitais voltadas para a educação com base nas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação- TDIC.

As discussões sobre inclusão digital e os seus impactos na sociedade, têm sido crescente em diversas pesquisas e produções acadêmicas, conforme os estudos de (Santana, 2008; Borges Neto; Rodrigues, 2009; Bonilla, 2012), e isso deve-se provavelmente ao seu uso necessário e massificado. Contudo, a maioria os problemas desencadeados, giram em torno ênfase na formação técnica para uso desses aparatos. É pertinente discutir sobre os aparatos tecnológicos em realidades tão adversas, incluindo seu uso na busca de mudanças, fortalecimento de identidades e construção de novas perspectivas, bem como eles auxiliam na facilitação e resolução de situações diversas.

Na educação, essas ferramentas têm se tornado cada vez mais valiosas. E percebendo a necessidade social, e o valor do uso das tecnologias, mediados por uma ação pedagógica, transformando esses aparatos em instrumentos para a solução de situações-problemas em nosso cotidiano, foi que o Laboratório de Pesquisas Multimeios concebeu o projeto de extensão CRID, que atua através da inclusão digital em comunidades rurais no interior do Ceará desde 2004.

Atualmente o projeto conta com o apoio do INCRA, Fetraece e CNPq, e busca inserir essas comunidades, através da Inclusão Digital, nos meios comunicacionais de informação, incluindo-os não apenas digitalmente, como também socialmente, por meio de ações técnicos- pedagógicas de cunho educacional, através das mídias digitais.

        O projeto baseia-se em uma perspectiva de Inclusão Digital apoiada nas ideias de Pierre Rabardel e é estruturado em cinco princípios de sustentabilidade (BORGES NETO et all,2007), que são: (i) Garantia do Pleno Funcionamento do Ambiente; (ii) Qualidade do Acesso; (iii) Continuidade do Acesso, (iv) Instrumento para Qualificação Profissional e (v) Acompanhamento técnico- Pedagógico.

A Sustentabilidade no projeto CRID é definida em cinco princípios, conforme esclarece Santana, Rabelo e Borges Neto (2016, p.8):

A garantia de pleno funcionamento do ambiente: computadores e internet acessados com qualidade e apoiados pelo sistema de gestão local da UID; a continuidade de acesso: o trabalho dos gestores da UID da comunidade que multiplicam os saberes das formações com outras pessoas da comunidade, em sua maioria jovens, mas também incentivando aos adultos e idosos à participarem da gestão; a qualidade do acesso: a utilização da UID como sala de aula por parte dos professores com seus alunos é o principal índice para pautar este princípio. Professores acessando a UID, planejando as aulas, levando as turmas para a realização das atividades na UID, discutindo a atividade na escola e na Web é uma condição ideal.

Estes princípios objetivam o pleno funcionamento e permanência da unidade de inclusão digital em assentamentos rurais, ressaltando o papel deste espaço na formação pessoal e profissional dos sujeitos, e da comunidade como todo.

        As formações fazem parte da segunda etapa do projeto, e acontecem logo após a análise a priori[4]4 e o acordo didático, entre o Laboratório e a comunidade. Divididas atualmente em quatorze formações, que abordam temáticas desde o reconhecimento de resolução de problemas de hardware, de software, produção de conteúdo, e organização e gestão do espaço da unidade. As formações acontecem semanalmente na comunidade e são planejadas seguindo os modelos do Probioe e da Sequência Fedathi, que visam proporcionar aos indivíduos envolvidos nesse processo, conceber o saber digital e significar os conhecimentos apreendidos, apropriando- se da cultura digital de forma contextualizada a realidade que estão inseridos.

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