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Cidadão Kane - Resenha

Por:   •  21/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  647 Palavras (3 Páginas)  •  904 Visualizações

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Resenha crítica do filme "Cidadão Kane”

A cena inicial do filme retrata o momento da morte do rico jornalista Charles Kane, que pronuncia em seus últimos segundos de vida: “Rosebud”. A partir daí inicia-se uma investigação sobre a vida pessoal do falecido por parte de um grupo de jornalistas com o intuito de desvendar o intrigante mistério criado por aquela palavra.       

Os relatos sobre a vida de Kane são mostrados a partir de relatos dados por velhos conhecidos do mesmo. Descobre-se que o jornalista começou cedo comprando um modesto jornal e passou a se destacar na carreira. Luxo e fama são dois componentes que passam a estar fortemente presentes na vida de Kane. Já durante sua velhice, o milionário constrói uma mansão para si é acaba usando-a para se isolar.

Ao longo da narrativa não existe nenhum fato dentre as histórias de luxo e exageros da vida de Kane, que possa revelar qual é o significado da palavra “Rosebud”, apesar de todas as especulações propostas pela mídia. O único relato que mostra um momento no qual o magnata pronunciou tal palavra é o de seu mordomo, que diz já ter ouvido o patrão dize-la em um surto de raiva no qual ne depara com seu pequeno globo de neve, uma bola de vidro com uma pequena casa dentro coberta de neve. Mesmo com essa revelação, a mídia não é capaz de entender qual o significado de “Rosebud” e nenhum dos personagens é capaz de entende-lo também.

Apesar de o mistério ser perene dentre os personagens da trama, os espectadores são presenteados com o significado concreto, porém não subjetivo da palavra “Rosebud”. Durante a queima dos objetos sem valor do milionário aparece, em meio aos objetos, um pequeno trenó infantil com o qual Kane brincava na época de garoto antes de ser tirado de sua família e sua marca era: “Rosebud”.

A palavra “Rosebud”, na língua inglesa, significa: “Botão de Rosa”, o que pode se entender como referencia poética ao clitóris. Sabendo disso, a palavra “Rosebud” associa-se à intimidade do jornalista, e o quão relevante era aquele trenó na sua trajetória. Sempre que se refere ao clitóris feminino nos deparamos com o pensamento de que aquele é o “lugar” intimo e especial do corpo da mulher, e por isso nos é revelado que o lugar especial do jornalista fora seus últimos momentos de infância com a sua família.

Se vê portanto que o conflito interno do jornalista milionário se mostra como um campo de composição de interesses divergentes, e essa duplicidade destina uma permanente tensão capaz de fazer com que o protagonista tenha uma vida de luxo para tentar encobri-la. Tal tensão se revela subjetivamente semelhante a tensão presente no campo dos media, que invisivelmente trata de unir campos completamente diferentes em um só e, por isso, revela-se a ideia de que o dizer é muito mais relevante que o fazer, pois essa relação faz com que o discurso tenha função fundamental e primaria para manter essa estruturação na sociedade moderna.

Ao mesmo tempo revela-se a ideia de que a comunicação interpessoal tem muito poder e, muitas vezes, é capaz de estabelecer limites ou até interceptar a tentativa de imposição informativa da mídia, uma vez que mesmo com todo o poder e aparato que existe ao alcance da mídia, a revelação do segredo se da apena para os espectadores, através de uma mensagem direta. Nasce então a perspectiva de um poder limitado dos meios de comunicação, fato apresentado com bastante importância nas pesquisas norte-americana em relação à comunicação.

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