Reflexões no Asfalto Uma Parada no Baú de Vidas

Muito tempo que não escrevo. Mas nem só de esquecimento e tragédias vivem o homem. "Olha pro céu, meu amor!", como diria o Gonzagão do IPhone 14, caso trocasse a sanfona pelo pau de selfie. Agora encontro-me em viagem para a primeira capital do Brasil, símbolo de miscigenação sutil, até porque com aquela algazarra musical, aliada as inúmeras balas que circulam pelas vielas, silêncio nunca foi o forte. Forte mesmo é a praia, badalada, para quem tem parcelado no cartão ou desviado dos cofres públicos, aliás, que público?  Bom, voltando a parte da viagem, tudo indica que as 11h30 estaremos na rodoviária de todos os santos, embora nem minha namorada que está cochilando a cada 5 minutos de raios solares, tem uma burca ou sequer usa rabo de cavalo (ainda bem, pois até um dos quadrúpedes mais velozes custa mais que minha conta bancária). Aumentar as finanças seria a primeira alternativa, de forma lícita, claro. Inclusive, cada vez que um agente de venda de passagens deseja-nos uma "boa viagem", após o seguro "facultativo" está tatuado no carimbo, penso que pode ser o último trajeto para colocar o nome no Diário Oficial de algum ente. Quem não chora, não tira secreções nasais. Por isso que dia após dia, preciso fazer o meu melhor, como diria Cássio Raimundo, conhecido como O Generoso. E foi mesmo. Conseguiu até me promover. Não esperava este gesto magnânimo. Porém, uso óculos de grau atualmente. Nada vem de graça. Apenas O Senhor Deus que pela sua graça nos cura. Quer dizer, todos aqueles que realmente acreditam nEle ou que são intercedidos. Gesto de amor é isso. Enquanto uns acham que são dancinhas no TikTok no objetivo de ficarem famosos, ricos, mas de remédios até para urinar, outros vão cultuar ao Senhor da sua maneira. Quem sou eu para julgar. Opino apenas quando minha namorada fica com o famoso pré arrependimento: deixa de estudar direitinho, comer direitinho, malhar direitinho e até dormir direitinho para dançar com os dedos nas baladas da Shein e Shoppe. Doce ilusão. Aquilo realmente foi feito para ser um encantador de sereias e boto rosas, ou seja, lendas. Às vezes é preciso até partir para o outro plano a fim de ser imortalizado. Eu não. Prefiro ficar em casa dormindo com meu cão, porém, sabendo que vou acordar. Até parece que alguém sabe de fato. Só nos resta testar. Ah, voltando a viagem, parei numa cidade aqui. Bateria descarregando, menos a do conhecimento, transforma-se a cada reflexão.

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