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Resenha Ciber-Cultura-Remix

Por:   •  24/8/2016  •  Resenha  •  1.337 Palavras (6 Páginas)  •  1.858 Visualizações

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ICESP – Faculdades Integradas Promove de Brasília

Departamento de Comunicação Social/ Jornalismo

Disciplina de Comunicação Digital

Docente: Marta

Discente: Nardiane Balbino da Silva

Resenha do artigo CIBER-CULTURA-REMIX - André Lemos

De muito já se sabe a importância da cultura na história e na evolução da humanidade. Hoje, com as novas tecnologias impregnadas na rotina das pessoas, esses processos culturais que transformam, criam e recriam os elementos sociais tornaram-se cada vez mais velozes.  Através dessa ideia, o autor do texto Ciber-Cultura-Remix, André Lemos, vem com o objetivo de mostrar as mudanças que o fenômeno da cibercultura acarreta no contexto comunicacional e social da sociedade contemporânea.

Segundo Lemos (2005), a cibercultura são as relações entre as tecnologias de informação, comunicação e a cultura, a partir do nascimento da correlação da informática e as telecomunicações desde a década de 1970. O princípio que norteia a cibercultura é a ideia de recombinação chamado por Lemos de “re-mixagem”.

“As novas tecnologias de informação e comunicação alteram os processos de comunicação, de produção, de criação e de circulação de bens e serviços nesse início de século XXI trazendo uma nova configuração cultural que chamaremos aqui de “ciber-cultura-remix”. (LEMOS, 2005, p. 1)

Segundo Lemos, a cibercultura possui três leis que a formam: a liberação do pólo da emissão, o princípio de conexão em rede e a reconfiguração de formatos midiáticos e práticas sócias. Esse tripé irá nortear os processos de recombinação, através da emissão, conexão e reconfiguração, estas através da visão fenomenológica social pode ajudar a compreender a mudança social da compreensão do espaço (virtual ou não) e do tempo.  

A partir dessa perspectiva, André Lemos analisa em seu texto alguns desses fenômenos atuais: os blogs, os podcasts, os sistemas “peer to peer”; os softwares de fonte aberta, e a arte eletrônica. Contudo, para isto Lemos aborta conceitos necessários para compreender tais fenômenos o que intitula Do copyright ao remix:

As noções de autor e de propriedade intelectual surgem com o capitalismo e a imprensa a partir do século XVIII. (...)A modernidade industrial vai trazer essa idéia romântica de um autor iluminado e dono de sua criação. Ela será usada para controlar a circulação de bem tangíveis e intangíveis, onde o autor cede o seu direito aos editores em troca de pagamento de royalties. Esse sistema esteve mais ou menos estável até o surgimento do pós-modernismo (meados do século XX) onde o artista passa a buscar a quebra de fronteiras e usar trabalhos de outros artistas em processos de recombinação. A arte entra em crise e junto com ela a noção de obra, autor, autoria, propriedade. Na crise da criação pós-moderna (“a arte morreu!”) só é possível apropriações sob o signo da recriação. Não há mais autor, original e obra, apenas processos abertos, coletivos e livres. A tecnologia digital vai reforçar essas características da arte do pós- modernismo. (LEMOS, 2005, p.1- 2)

Segundo Lemos, o conceito de remix vem da possibilidades de combinação, apropriaçãos, desvios e criação livre que os DJ’s realizam em suas mixagens, a partir dessa ideia outros formatos, tecnologias e modalidades são potencializados por essas caracteristicas das ferramentas digitais e pela dinâmica da sociedade contemporânea. Assim, nasce o conceito de “ a informação quer ser livre”, onde qualquer sujeito pode ser ser sujeito criativo do processo comunicativo (Do It Yoursel - faça você mesmo), em tempo real e com abrangência para qualquer lugar do planeta. Cria-se então a primeira lei, “a liberação do pólo da emissão”, onde a emergência de vozes, discursos e a circulação da informação ganham destaques após anos reprimidos pela edição da informação dos meios de comunicação em massa. As máximas dessa lei são: tem de tudo na internet”, “pode tudo na internet”. A segunda lei é o princípio de conectividade generalizada (tudo em rede), a partir da transformação do computador pessoal em computador coletivo e atualmente em computador coletivo móvel, com explosão dos celulares androides e das redes wi-fi. Aqui a máximas é : “a rede está em todos os lugares”.

A terceira lei é a da reconfiguração. Trata-se de reconfigurar práticas sem a substituição total de suas caracteristicas antecedentes. Nessa lei a máxima é “tudo muda, mas nem tanto”.  “Por reconfiguração compreendemos a idéia de remediação mas também a de modificação das estruturas sociais, das instituições e das práticas comunicacionais.”( (LEMOS, 2005, p. 3). Como elucida Lemes, todas essas três leis estão cravadas na “ciber-cultura-remix”.

Nesse momento, o autor irá analisar a arte eletrônica, e destaca os blogs, o podcast, os sistemas P2P e os softwares livres a partir da correlação entre as três leis e a lógica da re-mixagem:

Um dos principais expoentes da cibercultura é a arte eletrônica. Essa nova forma do fazer artístico é a expressão de uma lógica recombinante que abusa de processos abertos, coletivos, inacabados. Isso não é nenhuma novidade no mundo da arte. No entanto, a criação artística na cibercultura coloca em sinergia processos interativos, abertos, coletivos e planetários, problematizando as noções de espaço e de tempo, o lugar do espectador e do autor, os limites do corpo e do  humano, as noções de real e de virtual. (LEMOS, 2005, p. 3)

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