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Resenha Crítica do Filme “Die Welle” (A Onda)

Por:   •  30/6/2023  •  Resenha  •  767 Palavras (4 Páginas)  •  92 Visualizações

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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

Discente: Lucas Pagotto Guido – RA: 231224494 – Período: Vespertino

Curso: Relações Internacionais - 1° ano

Docente: Professor André Amato

Disciplina: Ciência Política    

Resenha Crítica do filme “Die Welle” (A Onda)

        Na presente resenha crítica, vou dar a minha opinião pessoal sobre o filme alemão “Die Welle”, em português, “A Onda”, e falar um pouco sobre como o discurso totalitário pode facilmente convencer as pessoas, dependendo da situação econômica, social e política em que se encontram.

        Comecemos com a resenha crítica em si. “Die Welle" é um filme alemão de 2008 dirigido por Dennis Gansel, que retrata a manipulação e o poder de influência na sociedade. O filme conta a história de um professor que realiza um experimento social em uma escola, criando um movimento chamado "A Onda". Inicialmente visto como uma brincadeira, o movimento cresce rapidamente, levando os estudantes a adotarem comportamentos autoritários e discriminatórios. O filme aborda o processo de doutrinação e alienação dos estudantes, ressaltando como a busca por pertencimento e a pressão social podem levar à renúncia dos valores individuais. A atuação dos atores, especialmente Jürgen Vogel no papel do professor, é convincente, retratando a transformação gradual do personagem. No entanto, o filme apresenta algumas falhas, como personagens secundários pouco desenvolvidos, cujos motivos para entrarem na Onda não são explorados. O final do filme é chocante, e mostra as consequências devastadoras que a ideologia e o discurso podem ter na mente das pessoas. No geral, "Die Welle" é um filme provocativo que nos faz refletir sobre os perigos da manipulação coletiva e a importância de questionar ideologias extremistas, destacando a fragilidade da liberdade individual e a necessidade de preservar os valores democráticos. A minha nota final para o filme seria 8/10, e com certeza recomendo que as pessoas o assistam.

        Passemos agora para uma breve análise do tema tratado no filme: o totalitarismo. É possível perceber que, no começo do filme, os alunos estavam separados em “panelinhas” na sala de aula, umas contra as outras, demonstrando uma situação de desunião e desarmonia. Após serem unidos pela liderança do professor, e também pela criação de um símbolo, uniforme e saudação, os alunos esquecem as suas diferenças e individualidades em prol da vivência coletiva no movimento “A Onda”. À primeira vista isso pode até parecer bom, mas, no decorrer do filme os alunos menosprezam e discriminam os que não fazem parte de tal movimento, e o filme segue até a sua conclusão. Pode-se perceber nos acontecimentos do filme o que pode levar pessoas diferentes, e com ideias opostas, a se juntarem a um movimento parecido. Tomemos como exemplo a ascensão do nazismo na Alemanha em 1933. Economicamente, socialmente e politicamente arruinada após a Primeira Guerra Mundial, a chamada “República de Weimar” estava em frangalhos. Após uma leve melhora na situação nacional na segunda metade dos anos 20, a crise de 1929 fez com que o país novamente afundasse. É nesse contexto que o partido nazista ganha, em eleições democráticas, a maioria dos assentos no parlamento e começa a passar leis a seu favor, rumando para uma ditadura totalitária nazista. Porque tal partido, apesar de suas ideias abertamente preconceituosas e ditatoriais, ganhou tantos votos? Alta inflação, alto desemprego, violência política e criminal nas ruas e um parlamento ineficiente fizeram com que grande parte do povo alemão se unisse ao redor de um líder, Adolf Hitler, uma ideologia, o nazismo, e um símbolo, a suástica, que prometiam acabar com todas as mazelas do país, unir a população e dar à Alemanha “um lugar ao sol”. Portanto, em tempos de dificuldade, um discurso totalitário, mesmo que abertamente totalitário, que prometa soluções para as questões nacionais pode facilmente angariar muito apoio popular. As pessoas, ao se filiarem ao partido nazista, sentiam-se pertencentes a uma causa maior. Os uniformes, as bandeiras, as marchas e as músicas, usadas e entoadas por todos os membros, eram de extrema importância porque davam a sensação de uniformidade do movimento, onde classes sociais não mais importavam. E é justamente o que acontece na Onda: o uniforme do movimento, o símbolo, a saudação e a sensação de uniformidade fez com que os membros da Onda, e no passado, do partido nazista, se sentissem superiores aos demais, o que abre margem para ações discriminatórias, como aconteceu no filme e na era do nazismo na Alemanha.

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