Texto Sobre Comércio

No livro, o autor começa de forma descontraída e informal a narrar a

execução do seu trabalho. Atento ao seu objeto de estudo, ele descreve alguns dos

comportamentos que a mulher obtivera durante uma possível compra. De maneira

bem clara, explica a origem do estudo criado por antropólogos, que consiste em

observar pessoas no ato de fazer compras. Adaptando para os fins de uma pesquisa

de mercado, ele inventou a chamada, ciência das compras. Hoje os estudos

etnológicos fazem parte de uma das principais pesquisas de mercado conduzidas no

mundo, sendo no início completamente desacreditada. No passado e ainda hoje,

para cumprir com sua tarefa, ele possui um depósito com as mais diversas máquinas

filmadoras entre outros equipamentos que chamam a atenção por possuírem nomes

de estrela de rock e signos do zodíaco. Segundo Paco, “batizar” seus aparelhos

dessa forma, em vez de possuírem apenas números, faz com que durem mais.

Assim se a Jimi Hendrix estiver mal, vai para assistência técnica mais rápido do que

se fosse apenas a câmera 26. Contudo mesmo com esses recursos de alta

tecnologia, ele considera a ferramenta mais importante a folha de papel. Para

cumprir essa atividade existem os profissionais chamados de “monitores”, que são

pesquisadores do campo de ciência das compras, estudiosos de pessoas no ato de

fazer compras. O monitoramento começa quando esses profissionais acompanham

um indivíduo (s) e anotam tudo que ele fizer enquanto estiver na loja. Os

responsáveis por fazer esse trabalho, eram estudantes de pós-graduação em

psicologia ambiental, mas não eram adequados para tarefa já que tentavam aplicar

diversas teorias recém aprendidas que desejavam verificar se funcionavam na

prática, prejudicando o resultado do trabalho. Entretanto, pessoas criativas, como

teatrólogos, artistas, atores, escritores e até manipulador de marionetes

mostraram-se perfeitos para esse trabalho. Depois de encontrado alguém com

inteligência para essa função, são dados treinamentos para saber executar bem a

tarefa, sem por exemplo ser percebido pelo shopper. Com uma linguagem simples e

acessível, destaca um dos profissionais que trabalham com ele, que trabalha no seu

tempo vago como monitor de um jardim de infância, que pode se garantir que possui

então uma das características mais importantes para esse trabalho: paciência. Hoje

a empresa de Paco possui os clientes mais bem-sucedidos e escritórios espalhados

por todo o mundo. A ideia destes monitores de serem invisíveis e parecerem apenas

mais um na multidão ainda os surpreende. Estando ali do lado, como um cliente, é

possível certificar-se de todos os movimentos deste consumidor. Para Paco, todo

monitor, além do registro, deve descrever todas as nuances dos shoppers,

adicionando camadas adicionais de informações informais. Com escritórios e

atuação em várias cidades do mundo, seus monitores possuem experiência em

diversas áreas de atuação do varejo, de bancos a restaurantes, de fast-food e de

butiques de luxo a atacadistas com lojas do tamanho de galpões, além de salas de

concerto, estádios, estações de trem e aeroportos, bibliotecas, hotéis e outros, e

passam mais tempo dentro de lojas em um mês do que a maioria das pessoas em 1

ano. Embora a Envirosell tenha testado diversos sistemas de escaneamento e

exóticos pacotes de software prefere continuar trabalhando com os formulários, que

são reinventados a cada projeto de pesquisa. Os formulários preenchidos passam

para aos assistentes administrativos que são responsáveis de compilar os dados em

um banco de dados informatizado. Paco cita que os programas mais utilizados são o

Excell, o Access e o SPSS. De posse deste banco de dados e de vídeos captados

nas locações, eles são capazes de estudar uma infinidade de “entregáveis”,

conhecendo assim, uma boa quantidade de fatos a respeito do comportamento

humano nas lojas. Uma de suas mais curiosas descobertas foi o que ele chama de

Fator Roça-Traseiro, ele explica que as pessoas, principalmente as mulheres, não

gostam de ter seu traseiro roçado ou tocado por trás quando estão analisando ou

escolhendo algum produto e, para evitar essa situação, elas podem até mesmo

abandonar a compra. Ponderou também sobre a disposição de produtos nas

prateleiras, onde estes devem estar sempre à altura dos olhos do público-alvo

daquele produto. As referências de pesquisa e desenvolvimento do trabalho de Paco

Underhill são parte do legado das obras literárias do autor Willian H. Whyte, ex-editor

da revista Fortune, que desenvolveu trabalho de pesquisa sobre o tráfego de

pessoas em ambientes públicos, estudando, analisando e capturando informações

para melhorar as condições, circulação em praças, parques, ruas, tornando mais

úteis

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