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A Contradição de Pensamentos: Heráclito x Parmênides

Por:   •  9/6/2020  •  Trabalho acadêmico  •  847 Palavras (4 Páginas)  •  226 Visualizações

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A contradição de pensamentos: Heráclito x Parmênides

Platão se inspira em Heráclito e Parmênides para desenvolver sua filosofia. Por isso, se torna importante iniciar citando – os. Examinaremos de modo especifico acerca do monismo e mobilismo marcantes no séc. V a.C.

Heráclito

Heráclito de Éfeso, é considerado junto aos atomistas, o principal representante do mobilismo, que é a ideia de que a realidade natural se caracteriza pelo movimento, ou seja, todas as coisas estão em fluxo. Entretanto, sua filosofia, é, bem mais complexa do que esse pensamento citado anteriormente. A concepção de logos é a centralidade de seu pensamento, como princípio unificador e elemento básico da racionalidade do cosmo. No famoso fragmento de número 50, ele diz: “Dando ouvidos não a mim, mas ao logos, é sábio concordar que todas as coisas são uma única coisa.” Com isso fica evidente que tudo é movimento, tudo está em fluxo.

Afirma ele também que, a realidade possui uma unidade básica, uma ‘‘unidade na pluralidade’’. Entendendo – a, como a unidade dos opostos. Ou seja, ele vê a realidade marcada por conflitos entre as oposições. Vale ressaltar, que conflito nesse contexto não possui um carácter negativo, garantindo assim, o equilíbrio entre esses opostos, que ocorre por meio da equivalência e reunião dos opostos. Assim, dia e noite, calor e frio, vida e morte são opostos que se complementam (fr.67, 126).

Também podemos analisar sua trajetória ao pensarmos em outra imagem também cara a Heráclito: o fogo. Simbolizando para ele a existência. Lembremos, então, que ‘‘todas as coisas trocam-se a partir do fogo e o fogo a partir de todas as coisas(...)’’ (DK 22 B 90). Entretanto, entendemos, não ser possível pensar no fogo de Heráclito como um elemento físico que funcione como princípio material da existência. O fogo de fato seria para o filósofo de Éfeso, mais uma imagem para explicar a natureza do real. É, portanto, nesse sentido que lemos o fragmento 30: ‘‘o cosmo, o mesmo para todos, não fez nenhum dos deus nem nenhum dos homens, mas sempre foi é e será fogo sempre vivo, acendendo-se segundo medidas e segundo medidas apagando-se’’. Isso nos mostra o fogo, como um processo sujeito a medidas, regras, sendo usado para simbolizar o cosmo, ou como dizemos, a existência.

Outro fragmento importante de Heráclito, talvez o mais deles todos, é o do rio (fr.91): ‘‘Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é mais o mesmo.’’ O trecho traduz claramente a ideia da realidade em fluxo, simbolizada aqui pelo rio que é o movimento de todas as coisas. Existe quem enxergue ideias errôneas nessa metáfora para o alcance do conhecimento, já que a impossibilidade de banhar – se duas vezes no mesmo rio indica a não acessibilidade a um acesso mais permanente ao real, uma vez que este se encontra em constante mudança.

Hegel chega a dizer que Heráclito desenvolveu o pensamento dialético, já que valoriza a unidade dos opostos que se integram e não se anulam. Essa característica é uma espécie de dialética da natureza, mesmo não sendo citado em nenhum fragmento de Heráclito esse termo, vindo aparecer mesmo pela primeira vez em Platão.

Parmênides

Parmênides e os eleatas, vão contrários as ideias dos mobilistas. Eles defendem que só existe uma realidade única. É ele quem inicia a distinção entre realidade e aparência. Assim, a primeira contradição em relação aos mobilismo diz respeito ao fato de o movimento ser apenas aparente, tornando um aspecto superficial das coisas. ‘‘Se, formos além de nossas experiencias sensíveis, de nossa visão imediata das coisas, descobriremos, através do pensamento, que a verdadeira realidade é única, imóvel eterna imutável, sem princípio, nem fim, continua e indivisível (fr.8).’’ É a partir desse fragmento, que ele afirma que o é esférico, a esfera nesse caso, representando o caráter pleno e perfeito do real.

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