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A importância da Filosofia na compreensão da sociedade e do mundo em que se vive e as dificuldades de implementação desta disciplina no currículo escolar

Seminário: A importância da Filosofia na compreensão da sociedade e do mundo em que se vive e as dificuldades de implementação desta disciplina no currículo escolar. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/11/2013  •  Seminário  •  1.490 Palavras (6 Páginas)  •  468 Visualizações

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O ensino da Filosofia é muitas vezes de má qualidade, devido a uma incompreensão da natureza da própria Filosofia — e do conhecimento em geral. Neste artigo, procuro mostrar que a Filosofia difere apenas em grau, e não em espécie, de outros tipos de conhecimento, e retiro daí conseqüências para o seu ensino. Ensinar Filosofia é ensinar a pensar criticamente sobre os problemas, as teorias e os argumentos da filosofia. Para isso, o estudante tem de ter instrumentos críticos e informação adequada. Só assim poderá participar de igual para igual no debate de idéias filosóficas. Apesar de essas idéias serem praticamente senso comum nas melhores universidades onde se ensina Filosofia, elas constituem algo que ainda está longe de ser uma realidade no ensino português da Filosofia”. A filosofia é o lugar critico da razão” filosofar é pensar criticamente sobre os problemas, as teorias e os argumentos da filosofia.

Para desenvolver esta habilidade é preciso ter instrumentos críticos e informação adequada. O trabalho aqui apresentado tem por objetivo apresentar reflexões sobre os fundamentos filosóficos e como eles permeiam a educação brasileira desde o seu conceito até mesmo sua aplicação em nosso cotidiano escolar.

A importância da Filosofia na compreensão da sociedade e do mundo em que se vive e as dificuldades de implementação desta disciplina no currículo escolar.

Este artigo procura mostrar que a natureza da filosofia levanta dificuldades ao modo como esta disciplina é geralmente lecionada no Brasil. Argumenta-se que algumas das estratégias de ensino da disciplina resultam de uma incapacidade para assumir a natureza aberta e especulativa da filosofia, e explica-se como se pode ensinar filosofia de um modo que faça jus à sua natureza aberta. É importante compreender o que significa dizer que a maioria dos problemas centrais da filosofia continua em aberto. Esta afirmação não significa três coisas: Em primeiro lugar, não significa que não há resultados; claro que há — as diferentes ideias defendidas pelos diferentes filósofos são resultados da filosofia. Só que não são resultados substanciais consensuais, ou seja, resultados substanciais que a generalidade dos filósofos aceite. Em segundo lugar, não significa que não há alguns resultados consensuais em filosofia. Também os há, mas estes não são substanciais, no sentido em que consistem, sobretudo em resultados

negativos ou transversais. Os resultados negativos são a descoberta de que um determinado argumento ou teoria não funciona, como é o caso do argumento da causa primeira, ou a teoria verificacionista do significado. Em terceiro lugar, defender que a filosofia é fundamentalmente uma disciplina em aberto não é necessariamente o prelúdio de um elogio ao permanente “questionamento” sem rumo, ao amor pelo questionamento em si, desprezando resultados como os das ciências.

O problema do ensino da filosofia, poderá parecer que afirmar que a filosofia é uma disciplina em aberto, sem resultados substanciais consensuais, é uma forma de apoucar a disciplina, de denegri-la ou subalternizar. Em qualquer caso, é importante declarar desde já que o caráter aberto da filosofia em nada diminui o seu valor cognitivo ou social, a sua seriedade acadêmica ou escolar, ou a sua importância existencial. Em qualquer caso, as instituições de ensino — tanto universitário como pré-universitário — estão, sobretudo preparadas para ensinar aos estudantes os resultados consensuais substanciais das diferentes disciplinas das humanidades, das ciências da natureza ou da matemática. As instituições de ensino procuram apresentar aos estudantes tais resultados de modo a que este possa compreendê-los e passe a dominá-los com proficiência.

Ao estudante compete unicamente compreender os resultados fundamentais da sua disciplina, e eventualmente saber aplicá-los no desempenho de uma profissão associada.

Os problemas da filosofia esclarecida brevemente a natureza da filosofia, vejamos agora brevemente os seus elementos constituintes. A filosofia ocupa-se de problemas que se caracterizam, entre outras coisas, por não serem susceptíveis de serem estudados recorrendo a metodologias empíricas nem formais. Em termos mais positivos, os problemas da filosofia caracterizam-se por terem um caráter iminentemente conceptual. Isto não deve ser interpretado, contudo, como significando que a filosofia se ocupa de conceitos, e não de realidades extraconceptuais; ou seja, que a filosofia se ocupa da nossa concepção da realidade e não da própria realidade. Assim, os problemas da filosofia têm um caráter fortemente conceptual no sentido em que não parecem susceptíveis de qualquer tipo de abordagem empírica ou formal. Isto é verdade em geral, mas poderá haver algumas exceções, que acontecem, sobretudo quando a filosofia lida com áreas nascentes da ciência, ou que estão prestes a tornar-se ciência. São áreas de saudável intercepção transdisciplinar, que ocorrem quando as ciências lidam com,

aspectos fundacionais da realidade, ou tão gerais que têm aspectos filosóficos. Para tentar resolver os problemas da filosofia os filósofos apresentam teorias — aquilo a que por vezes se chama também teses, ou perspectivas, ou até filosofias. As perspectivas dos filósofos são respostas a problemas filosóficos; os problemas podem ser reais.

Ou ilusórios, e as teorias podem ser mais ou menos plausíveis. Mas as suas perspectivas não são como ficções literárias; são tentativas de resolver problemas que os seus proponentes viam como reais e importantes. Tanto podemos usar o termo “teoria”, como o termo “perspectiva”, ou “tese”, ou qualquer outro: importa é saber que estamos a falar das ideias que os filósofos defendem, distinguindo isso dos problemas que formulam e dos argumentos que usam. Independentemente do que lhes chamarmos, o importante é não usar um termo que dê logo à partida a ideia falsa de que estudar filosofia é apenas uma questão de apreciar e aplaudir as ideias dos filósofos, mas não de discuti-las.

Nos dias de hoje existem varias escolas nesse Brasil sem teto, sem cadeiras e mesas suficientes e professores tentando improvisar

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