Melanie Klein

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema principal a analise do caso de João e a reflexão a respeito da relação objetal que se estabelece entre a mãe e João na concepção de Melanie Klein e também a identificação dos conceitos de FANTASIAS INCONSCIENTES E RELAÇÕES OBJETAIS para Melanie Klein.

De acordo com Klein (Leader, 2001), a fantasia pode ser considerada uma estrutura através da qual o sujeito se relaciona com os objetos exteriores.

Nos anos iniciais de vida as crianças têm a mente funcionando basicamente através de fantasias e uma frustração nessa idade inicial pode ocasionar comportamentos agressivos pela criança, pois ela precisa liberar aquele sentimento ruim que permanece dentro dela onde os meios podem ser através de comportamentos agressivos, descontrole do esfíncter, seria como se ela estivesse liberando algo ao mundo externo para prejudicar as pessoas próximas liberando assim toda sua angustia.

No caso do J e sua irmã M passaram logo nos anos inicias de vida por um trauma muito grande onde presenciaram a morte de sua mãe e não sendo suficiente ficou um período com essa mãe morta e após isso sofreram agressões dos cuidadores que os adotaram. Vieram também pelo relato da tia de um lar conturbado onde os pais brigavam muito e a mãe tinha um descontrole emocional, mas que mesmo assim tentava cuidar das crianças. Eles cresceram não tendo uma figura protetora ao lado deles e criando a fantasia do seio mau.

Segundo Klein, 1986, a vida fantasmática auxilia o sujeito na formação da impressão de seu mundo externo e interno, através dos processos de introjeção e projeção.

Esses mecanismos são determinantes no estabelecimento que as crianças têm do objeto bom e mau dentro do seu mundo interno. Esses mecanismos atuam de diversas formas e são muito importantes no processo de formação da personalidade.

J estabeleceu uma frustração com seus cuidadores onde isso interferiu em sua formação trazendo muitas dificuldades nas quais a tia relata que tem baixo rendimento escolar é extremamente agressivo, faz necessidades na cama.

Outra mudança que ocorre na vida de fantasia é a sua gradual adaptação à realidade. Até então as crianças não distinguiam o que é real o que o que é fantasiado, já que a vida fantasmática as dominava completamente. Com a emergência da posição depressiva, as fantasias são ampliadas, elaboradas e diferenciadas, refletindo o progresso que esta ocorrendo no desenvolvimento intelectual e emocional (Klein, 1986 a).

J tinha sua mãe como objeto bom onde queria proteger a partir do momento que ele vivencia todo esse processo da perda e do sofrimento e projeta esses sentimentos através dos maus comportamento do descontrole da esfíncter como um modo de proteção de tudo que já passou.

Segundo a teoria Kleiniana as fantasias atuam na mente de crianças, adolescentes e adultos ao longo do desenvolvimento psíquico por meios de diferentes conteúdos imaginários.

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