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NOÇÕES CARACTERÍSTICAS DA PESSOA

Por:   •  19/4/2017  •  Artigo  •  6.917 Palavras (28 Páginas)  •  181 Visualizações

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CAPÍTULO II

2   NOÇÕES CARACTERÍSTICAS DA PESSOA

        Na filosofia de Scheler sobre as questões da pessoa observamos que a pessoa não de identifica com a alma, nem mesmo com o eu. Nem todos os homens são pessoas no sentido pleno da palavra. A noção de pessoa compreende o pleno uso da reflexão, a maturidade e o poder de escolha.

A pessoa não se identifica com a substancia da alma, não é psíquica nem tem nada que ver com o problema psicofísico, com o caráter, a saúde ou a insanidade da alma, etc. não é nem substância nem objeto. É porem a unidade uma realização concreta não havendo relação com os objetos.

A pessoa existe unicamente na execução de seus atos. “Scheler não se contenta em afirmar que a pessoa só se revê por seus atos, mas elimina toda subsistência da pessoa fora da realização de seus atos” (GILES 1989 p 161), é com o áxilo dos atos que se pode chegar à pessoa, mas isto não quer dizer que ela seja simplesmente ponto de partida de atos e, menos ainda, que ela consista nestes atos.

 A pessoa apresenta-se de uma maneira incerta, mas de uma maneira que está por completa devido, os diversos modos que se realiza, mas isso sem que seu ser seja absorvido por algum ato. E como a esfera total dos atos é o espírito, a pessoa é, por essência, espiritual. E por espírito Scheler não entende que seja a inteligência nem a capacidade de escolher, mas um principio novo e totalmente diferente da natureza.

Os atos que determinam o espírito não são funções do eu, nem tão pouco atos psíquicos – mas nem por isso são físicos – no entanto são executados, ao passo que as funções psíquicas se executam. O ato de idealizar, ou de querer atuar com a faculdade de separar a existência da essência, constitui a característica fundamental do espírito humano. Por conseguinte, o espírito faz parte em certa maneira da objetividade, e faz com que haja a possibilidade de ser determinado pelo ser das próprias coisas.

Na filosofia de Scheler é possível demonstrar algumas notas sobre as características da pessoa que assim são definidas como: inobjetividade; autonomia; individualidade.

2.1.   INOBJETIVIDADE[1]

        O homem pode objetivar o mundo exterior, seu mundo interior, inclusive o seu próprio “EU”, porém não a sua pessoa. A nossa pessoa transcende toda objetivação e coisificação.

“A pessoa em sua intimidade é a tal ponto segredo por natureza, que mesmo um ato de livre comunicação não consegue revela-la ao outro. Pois toda posse finita consiste em duas esferas, a da intimidade e a sociabilidade. A esfera da intimidade é eternamente transcendente e todo conhecimento e a toda estimação possível por parte do outro” (GILES 1989 p 161,162)

        Só podemos recolher no ser da nossa pessoa, se nos concentrarmos nela porem não objetiva-lo. Tão pouco as demais pessoas podem ser objetos, entretanto se as objetivarmos pode seu caráter de pessoa (para nós), e serem convertidas em objeto de nossa curiosidade ou até mesmo do nosso egoísmo; porem o amor sabe de antemão que não pode manejar nem coisifica a outra pessoa porque tem como pano de fundo uma dignidade que o transcende.

Só podemos ter parte em outras pessoas realizando em nós e por nós mesmos seus atos livres, identificando-se com sua vontade e amor, através deste, com elas mesmas, ou seja, só fazer ao outro o que nos desejamos para nós, no entanto podemos observar algumas dificuldades em uma relação amorosa.

Essa situação se torna particularmente angustiante, trágica e desesperadora na relação amorosa. O que o amante busca é a realização da pessoa amada como ela é em si. Como sujeito, portanto. Quando parece que conseguiu alcança-la através do amor não é mais um sujeito o que tem diante de si, mas um objeto. Daí a frustração inerente a toda relação amorosa. O que se pretende possuir, que é a realidade do outro eu que se ama, jamais é alcançado.(SILVEIRA, 1996, p 52)

        Sempre que tentarmos objetivar de algum modo a um ser humano, podemos correr o risco de simplesmente só encontrar uma mera casca. A pessoa enquanto tal, foge de todos as possibilidade em absoluto de ser capaz de ser objeto, senão um ser capaz de sofre modificações e de adquirir qualidades que participe (oticamente) em sua existência por obra de participação no pensar, no querer, no sentir com outro e o mesmo que ele esta sentindo.

        No entanto a pessoa pode perceber o mundo exterior, seu corpo e seu eu, mas é impossível que em absoluto possa converter-se em objeto da representação executada por ela mesma ou por algum outro, e assim pode dizer que da essência, da pessoa vive e exista e viva unicamente a relação de atos intencionais.

Por conseguinte, ela não é, essencialmente nenhum objeto. Ao contrario, toda postura objetiva, bem seja o perceber, seja o representar, o pensar, o recordar, o espera, seja imediatamente no transcendente do ser da pessoa. Daqui se conclui que toda objetivação psicológica é idêntica a personalização; portanto á pessoa é dada sempre como realizador dos atos intencionais que se acham ligados pela unidade de um sentido.

        Esta inobjetividade afeta também a pessoa como depositaria dos valores morais, no entanto os valores éticos, em geral, são primariamente, valores cujos depositários nunca poderão ser dado como objetos originariamente, já que estão no plano da pessoa e que elas nunca pode ser nos dadas como objetos, nem tampouco igualmente, nenhum ato, por elas realizadas.

2.2   AUTONOMIA

        A autonomia é um predicado da pessoa enquanto tal. Em primeiro lugar, a pessoa deve se sentir dona do próprio corpo, não na consciência deste.

O fenômeno da personalidade não está essencialmente limitado ao homem sensato e maior de idade, senão unicamente aos homens em quem se manifesta o senhorio sobre seu corpo de modo imediato, sabendo-se, entendendo-se, vivendo-se a si mesmos, imediatamente como dono de seus corpos.

A pessoa é autônoma de duas maneiras: por um lado, temos a autonomia da visão pessoal do bem e do mal; por outro lado, a autonomia do ato de querer o que é dado como bem ou mal. A pessoa esta também unida ao corpo, mas sem qualquer relação de dependência relativamente a ele; o domínio sobre o corpo é antes uma das condições de existência da pessoa. Por ultimo a pessoa nunca é parte, mas e sempre o correlato de um mundo, de sorte que a cada pessoa corresponde um mundo (microcosmo) e a cada mundo uma pessoa. (BACHENSCKI, 1968, p 145)

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