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Resenha Crítica do filme Ponto de Mutação

Por:   •  5/7/2022  •  Resenha  •  2.053 Palavras (9 Páginas)  •  466 Visualizações

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Resenha Crítica do filme Ponto de Mutação

Mindwalk (1990) ou “Ponto de Mutação” na versão em Língua Portuguesa baseia-se no livro homônimo escrito em 1982 por Fritjof Capra, PhD em Física pela Universidade de Viena e tem como principais narradores o estadista americano e ex-candidato presidencial Jack Edwards, seu amigo poeta e redator de discursos Thomas Harriman, e uma cientista francesa chamada Sonia Hoffman, e centra-se na possibilidade de mudança do modelo atual paradigmático de desenvolvimento a partir das ideias produzidas por Descartes e Bacon e que permeiam nosso modo ocidental de realizar ciência.

Nesse cenário, de acordo com o que somos levados a acreditar pela ciência dominante, o mundo consiste em um conjunto de objetos que existem independentemente de nós e que podem ser percebidos com nossos cinco sentidos; ele é composto de duas dimensões: tempo e espaço (o primeiro é uma extensão do segundo) e esses objetos ocupam um determinado volume chamado Universo, no qual todas as formas de vida coexistem dentro de certos limites governado por leis naturais e nada existe exceto a matéria. As implicações disso e seus reflexos serão dissecados pelo filme em pauta.

O filme começa com Jack, a convite de Thomas, visitando-o na França, especificamente na ilha de Mont Saint-Michel, um lugar aberto aos turistas que pode ser percorrido a pé quando a maré está baixa. Assim, passeando pelo local, decidiram visitar um antigo castelo medieval, uma cena de conversa que os tocou mais do que poderiam imaginar. Sonia está de férias na ilha e, ao percorrer o local, é convidada para uma conversa com homens. A partir daí, começa uma conversa extremamente filosófica entre três personagens com pensamentos divergentes sobre o que é a vida, o que é o mundo e por que tantas coisas são diferentes hoje.

A cientista oferece a Jack principalmente vários exemplos nas áreas de ciência política, economia, biologia e especialmente ciência quântica, mostrando que nosso antiquado sistema "cartesiano" não pode nos permitir entender completamente sistemas complexos, como a vida, o universo, doença, sociedade, etc. Outra discussão se concentra em uma câmara de tortura no castelo, e inicia-se uma discussão sobre a visão patriarcal do mundo , ainda presente em nosso mundo moderno, atualmente em que o homem desempenha o papel de dominar a natureza, as mulheres, as crianças e tudo ao seu redor.

Ao adentrarem numa determinada sala, a cientista usa a metáfora de Newton como ponto de partida para novas discussões e para mostrar a seus pares que o universo é como um grande relógio, com suas partes e engrenagens, e cabe aos humanos separar e decifrar suas partes e métodos de trabalho para entender o relógio como um todo. A cientista Sonia aproveitou para apontar que o maior defeito dos políticos é que eles são mecânicos e querem enfrentar os problemas de forma pessoal e fragmentada. Insatisfeito, o político Jack, depois de tentar convencê-la de que essa abordagem é a mais eficaz, finalmente começa a mudar a forma como vê as coisas a partir da argumentação da cientista. Outra discussão se concentra numa antiga câmara de tortura no castelo, onde inicia-se uma conversa sobre a visão patriarcal do mundo, ainda presente em nosso mundo moderno, atualmente em que o homem desempenha o papel de dominar a natureza, as mulheres, as crianças e tudo ao seu redor.

EM suas explanações, a cientista acredita que a forma como o mundo é percebido mudou, de uma visão mecânica para uma visão sistêmica para o que Sonia chama de "teia de relacionamentos", do nosso atual "método científico" para uma nova teoria "ecológica", uma " teoria do sistema" onde tudo será integrado, a ideia de dividir um "objeto de estudo" em partes e depois entender o "todo" não cabe mais e não serve para explicar tudo ao nosso redor. Para ilustrar sua teoria, ele mostra por que não vota e por que não acredita em política.

Tomando como exemplo a superpopulação do planeta, ela diz que não é um problema que pode ser resolvido simplesmente com o controle da natalidade, como pregam os políticos, porque não funciona. Sonia também citou nosso país, o Brasil, dizendo que a intensificação da destruição da floresta amazônica é errada, pois pretende-se pagar a dívida nacional com gado e terra.

Nessa abordagem ambiental, a cientista francesa lembra aos novos colegas que o desmatamento pode levar ao efeito estufa. Este não é de forma alguma o único problema ambiental do mundo. Por exemplo, se a agricultura nos alimentasse suficientemente bem, não teríamos tantos problemas de saúde. Autoridades com poder e influência sobre muitas pessoas estão sofrendo de uma crise cognitiva, disse Sônia. As coisas mudam muito rapidamente em mãos humanas e naturalmente se tornam frágeis.

Percebendo como as situações políticas são criadas pelo conflito de escolha, Jack respondeu aos pensamentos de Sonia com ideias como "Se a agricultura de hoje é prejudicial, vá a todas as fazendas e feche aquela que só pode contar com a agricultura como negócio famíliar". Dessa maneira tenta mostrar a ela que não é tão fácil reverter algumas das soluções para os problemas ambientais que ela cita, especialmente, na posição dele como um candidato presidencial de potência mundial.

No entanto, a cientista continua demonstrando sua linha de raciocínio ecológico. O amigo de Jack, Thomas, concorda muito com a francesa, e um dos motivos de ele ter se mudado da América para a França é: entender que a vida política é suja e corrupta, porque se você tem boas intenções, você não apoia e vai perder a eleição. Sonia disse que "a vida é uma conexão de muitas probabilidades" e iniciou outra conversa com seus colegas, mas desta vez sobre questões sobre átomos, eletrônica e outros temas da área da física.

Também finalmente esclarece por que ela está ali em uma ilha longe de tudo. Em sua faculdade, disse a cientista, as pessoas não eram ensinadas a se comportar eticamente em ocupações ou descobertas, ao contrário dos índios americanos que pensam na sétima geração em seus intentos, isso explica-se pelo fato de que ela estava trabalhando em feixes de laser e teve de ser afastada porque os militares haviam erroneamente manipulado o resultado de suas pesquisas. Sonia entende que todo cientista é responsável por suas pesquisas e descobertas, e se algo ruim acontecer, como a bomba atômica em Hiroshima, a culpa é de quem inventou a bomba atômica. Thomas e Jack discordam dela, sugerindo que a culpa deve

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