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Resenha O De Mgistreo

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Por:   •  7/10/2014  •  1.141 Palavras (5 Páginas)  •  219 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Agostinho vivia atormentado por conflitos intelectuais e existenciais, um dos motivos foi ter sido obrigado a abrir mão da mulher amada, por questões sociais. Até então, ausente de qualquer tipo de crença buscava métodos filosóficos que lhe pareciam mais perto da verdade, sem ser fiel a um único sistema. Começou a frequentar a Academia Platônica, tornando-se adepto ao neoplatonismo onde adquiriu conhecimentos para sua futura contribuição para com a igreja católica em fixar uma verdade racional estável.

Em agosto de 386 d.C., através das palavras do apóstolo Paulo, Agostinho se converte ao cristianismo, recebe o sacramento do batismo e volta para África, sua terra natal. Em Tagaste se dedica totalmente a Deus, vivendo em orações e jejuando, onde escreveu suas obras, entre elas O De Magistro, a qual será abordada neste trabalho. As obras do Santo serviram como âncoras para ideias de futuros pensadores, como Santo Tomás de Aquino.

Ao contrário dos Escolásticos que se preocupavam com padrões em busca de perfeição e em informar suas referências, O De Magistro de Santo Agostinho, apresenta-se como uma obra despreocupada em seguir padrões “matemáticos” para sua estrutura interna, o que resulta em um texto mais solto. Tal característica não compromete em nada o seu valor, apenas exige uma leitura minuciosa para entender o que é proposto pelo autor.

O De Magistro se trata de um diálogo entre Santo Agostinho e seu filho Adeodato. A obra foi escrita após a morte de Adeodato e nos revela a preocupação que Santo Agostinho tinha pela educação de seu filho, e comoção por seus talentos. Para ensinar seu filho Santo Agostinho lança mão de seus conhecimentos adquiridos como professor em Roma. Investiga junto com seu filho a importância da fala para aprendemos, ou seja, se questiona qual seria sua finalidade.

Apesar da existência de outras literaturas que abordavam métodos pedagógicos contemporâneos a Santo Agostinho, incluindo até mesmo outras obras do Santo, nenhuma outra detalhou com tanta originalidade, clareza e profundidade os questionamentos de: como é possível ensinar; como transmitir para mente de um indivíduo o pensamento de outro?

DESENVOLVIMENTO

Ensinar ou aprender é a resposta de Adeodato ao seu pai, quando o questiona sobre a finalidade da fala. Agostinho discorda e explica que a fala só tem um propósito, ensinar, pois quem pergunta também ensina. A dúvida também ensina a quem está sendo perguntado. - Por exemplo: um aluno com seu questionamento ensina ao professor por meio de sua dúvida, com isso trocam “saberes”, pois o saber é individual, mas é justamente pela troca de saber de quem aprende e de quem ensina que se produz o “conhecimento”, que é coletivo, esta é a base que fundamenta o conceito da criação da Universidade na idade média, que está intimamente relacionada com a forma platônica de ensinar - No entanto, Adeodato contrária à resposta de seu pai argumentado sobre as palavras usadas em uma canção. Pois a canção não nos ensina nada, apenas proporciona o prazer. Contudo, Agostinho o faz entender que a canção nos remete as lembranças, que nada mais são do que um meio de buscarmos conhecimentos -“saberes?”- que já estão em nosso interior.

Segundo a dialética, a fala tem por finalidade tão somente ensinar. Poderia se pensar como Adeodato que ele também serve para aprender, contudo Santo Agostinho demonstra que aprender e ensinar são a duas faces da mesma moeda. Em um primeiro momento, Agostinho classifica as palavras como signo /sinais, mas reformula quando afirma que não existem sinais sem que signifiquem algo. O Signo palavra (som) é significante de um significado, ou seja, o som oral remete a uma imagem de algo que está no mundo real. Sendo assim, o signo pode ser representado pelo símbolo ou sinais desde que nos leve a um significado. Agostinho descreve símbolo como acordos entre grupos. Ex: A bandeira do Brasil só terá significado para os brasileiros ou estrangeiros que possua um mínimo de conhecimento sobre o nosso país, do contrario não significará nada. Para Agostinho, os símbolos são menos abrangentes, diferente dos sinais que representam tudo aquilo que não foi acordado, como gestos, palavras, desenhos e outros. Podemos citar a obra de arte, quando pintamos a imagem de um cavalo em qualquer lugar do mundo vai ser reconhecido como o mesmo.

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