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Resenha crítica "A revolta de Atlas"

Por:   •  11/11/2015  •  Resenha  •  1.555 Palavras (7 Páginas)  •  464 Visualizações

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        A revolta de atlas é uma distopia escrita pela filósofa Ayn Rand com base em sua filosofia:o objetivismo, uma filosofia individualista, cuja fundação principal está na razão e na ideia de egoísmo racional, a crença de que cada homem deve viver com o único e exclusivo propósito de viver por si mesmo e que não deve guiar sua vida sacrificando-se pelo bem de outros.

        No romance, a autora conta a história de um mundo onde todas as nações tornam-se socialistas, exceto o Estados Unidos, embora nesse país, o governo se agiganta de tal forma que a engole toda a sociedade e o comércio que passam a viver em função do primeiro. Nada funciona na vida comum, senão com a autorização do estado, exceto para os  “bem relacionados”, como é o caso de Jim Taggart, que conseguem favores políticos. A situação exposta no livro é uma visão pessimista de um cenário de capitalismo de laços que é o sistema onde os grandes empresários e grandes corporações se aliam ao estado como forma de aniquilar a concorrência.

        No entanto, algo inusitado começa a acontecer no decorrer do livro e com o agravamento da situação do país. Enquanto o estado avança de forma predatória nas riquezas e liberdades individuais, as pessoas mais criativas (também as que produzem mais riquezas) passam a desaparecer de forma que pouco a pouco a nação torna-se cada vez mais medíocre. Há no romance também um tom misterioso marcado por uma expressão que torna-se comum naquela sociedade: “Quem é John Galt?”         Essa expressão é repetida por vários personagens em várias passagens, onde ninguém conseque explicar seu significado.

        Um dos heróis do livro é Hank Rearden dono de uma grande metalúrgica e inventor de uma liga de metal mais resistente, mais leve e mais barata do que qualquer outra existente. De forma semelhante ao que ocorre hoje com a empresa Uber, seus concorrentes tentam barrar a venda do metal apelando para o governo, pois estariam demasiadamente prejudicados com um produto mais barato e de qualidade superior concorrendo no mercado.

        Na história Hank Rearden envolve-se com Dagny Taggart, uma das administradoras de uma empresa ferroviária. Dagny é a primeira que ousa utilizar-se do metal de Rearden em seus negócios. Ela tenta salvar a empresa deixada por seu pai, de seu irmão James Taggart. Um daqueles curiosos casos de empresários socialistas, que tendo herdado uma enorme fortuna, tenta atuar no mercado com a cabeça de um burocrata disbritutivista: um capitalista anti-capitalista. Logo, não é surpresa que a empresa aproxima-se da falência, menos ainda quando ele bate às portas do governo para ser socorrido.

        Logo, fica bem latente o perfil do herói de Rand, um indivíduo independente que busca seus próprios objetivos, procurando pela cooperação através de trocas voluntárias e impessoais no mercado,  ao invés de favores de burocratas. Que tem em mente que lucro não é pecado, e o dinheiro não é a origem da ganância, nem dos problemas do mundo. Como é bem ressaltado na fala de Francisco D'anconia, outro personagem chave na história:

        “Então o senhor acha que o dinheiro é a origem de todo o mal? O senhor já se perguntou qual é a origem do dinheiro? O dinheiro é um instrumento de troca, que só pode existir quando há bens produzidos e homens capazes de produzi-los. O dinheiro é a forma material do princípio de que os homens que querem negociar uns com os outros precisam trocar um valor por outro. O dinheiro não é o instrumento dos pidões, que pedem produtos por meio de lágrimas, nem dos saqueadores, que os levam à força. O dinheiro só se torna possível através dos homens que produzem. É isto que o senhor considera mau? Quem aceita dinheiro como pagamento por seu esforço só o faz por saber que ele será trocado pelo produto de esforço de outrem. Não são os pidões nem os saqueadores que dão ao dinheiro o seu valor. Nem um oceano de lágrimas nem todas as armas do mundo podem transformar aqueles pedaços de papel no seu bolso no pão de que você precisa para sobreviver. Aqueles pedaços de papel, que deveriam ser ouro, são penhores de honra; por meio deles você se apropria da energia dos homens que produzem. A sua carteira afirma a esperança de que em algum lugar no mundo a seu redor existem homens que não traem aquele princípio moral que é a origem da produção? Olhe para um gerador de eletricidade e ouse dizer que ele foi criado pelo esforço muscular de criaturas irracionais. Tente plantar um grão de trigo sem os conhecimentos que lhe foram legados pelos homens que foram os primeiros a plantar trigo. Tente obter alimentos usando apenas movimentos físicos, e descobrirá que a mente do homem é a origem de todos os produtos e de toda a riqueza que já houve na terra.

        Mas o senhor diz que o dinheiro é feito pelos fortes em detrimento dos fracos? A que força o senhor se refere? Não é à força das armas nem dos músculos. A riqueza é produto da capacidade humana de pensar. Então o dinheiro é feito pelo homem que inventa um motor em detrimento daquele que não o inventaram? O dinheiro é feito pela inteligência em detrimento dos estúpidos? Pelos capazes em detrimento dos incompetentes? Pelos ambiciosos em detrimento dos preguiçosos? O dinheiro é feito – antes de poder ser embolsado pelos pidões e pelos saqueadores – pelo esforço honesto de todo homem honesto, cada um na medida de sua capacidade. O homem honesto é aquele que sabe que não pode consumir mais do que produz. Comerciar por meio do dinheiro é o código dos homens de boa vontade. O dinheiro baseia-se no axioma de que todo homem é proprietário de sua mente e de seu trabalho. O dinheiro não permite que nenhum poder prescreva o valor do seu trabalho, senão a escolha voluntária do homem que está disposto a trocar com você o trabalho dele. O dinheiro permite que você obtenha em troca dos seus produtos e do seu trabalho aquilo que esses produtos e esse trabalho valem para os homens que os adquirem, e nada mais que isso. O dinheiro só permite os negócios em que há benefício mútuo segundo o juízo das partes voluntárias.”

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