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CAMPUS DE AQUIDAUANA CURSO DE GEOGRAFIA- BACHARELADO

Por:   •  5/8/2019  •  Resenha  •  934 Palavras (4 Páginas)  •  116 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CAMPUS DE AQUIDAUANA

CURSO DE GEOGRAFIA- BACHARELADO

Acadêmico: Cristian Ramires Martins de Souza

Curso: Geografia Bacharelado

Professor. Dr. Fernando Rodrigo Farias

Disciplina: Métodos e Técnicas de Pesquisa

“Região, bairro e setor geográfico - Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial”

SOUZA, Marcelo Lopes de. Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

  • O autor do texto inicia sua abordagem acerca do conceito de região analisando as diferentes maneiras com as quais o conceito foi abordado, variando na perspectiva da própria concepção da geografia. Segundo SOUZA(2013) os conceitos de região utilizam diferentes critérios, como no caso de La Blache, em que a região seria formada pela sobreposição de aspectos físicos e humanos que juntos formariam um conjunto único de características dando origem a região. Para Hartshorne a questão de região seria diferente da ideia de área, sendo as regiões, construções mentais criadas a partir do exercício da análise. Já o economista Perroux, como é apresentado no texto, influenciado pelo viés capitalista e seu objetivo de globalização mundial, propõe a dissociação do espaço econômico com o espaço geográfico, esse último por sua vez seria menos relevante, o que resultou na elaboração de três conceitos diferenciados de região: a região homogênea, a região funcional e a região programa.

  • SOUZA(2013) também ressalta no texto a crítica feita por Lacoste no que se refere às harmonias artificiais não só entre os fatores humanos e físicos mas também na dispersão dos fenômenos e características em geral, além da necessidade de análise conjunta das regiões, pois de acordo com o texto, Lacoste defendia que só seria possível regionalizar fenômenos comparando suas características em diferentes regiões. Há também a questão da região ligada a chamada “identidade regional” a qual é intrínseca à vivencia, dentre os autores que seguem tal linha de pensamento, Yi-Fu-Tuan é dado como um desses exemplos no texto. Tuan defendia a questão da topofilia, que faz referência a afinidade com determinado local, e de acordo com o texto, para Tuan essa afinidade se repetiria quanto as regiões, criando assim a  “regionofilia”.
  • Outro paradigma da geografia que teve influência sobre o conceito de região foi a geografia crítica, que segundo o texto, alternava a concepção de região entre questões políticas, culturais e econômicas relacionadas ao Estado nacional e entre a problematização do conceito de região como uma construção ideológica para manipulação populacional. Após apresentar o debate acerca do contexto de região, que de acordo com o autor, é um debate que ainda não foi concluído, o texto traz a problemática da escala para o conceito de região, questionando se existiria uma “escala regional” de fato, ou se o conceito de região seria independente do conceito de escala. Acerca desse debate, SOUZA(2013) apresenta dois exemplos que ilustram a problemática da região: a questão da América Latina e a questão dos bairros, os quais são apresentados após uma breve reflexão do autor acerca do contexto de região.
  • O autor traz, dentre outras críticas, o questionamento para com a ideia de vivência atrelada à região, afirmando que nem todas as regiões são “vivenciáveis”, sendo possível obter “experiência regional” a partir do compartilhamento e conhecimento de informações populacionais e culturais, através do contato com moradores, ou até mesmo por veículos de informação e obras de arte. Outro aspecto abordado é questão das regiões frente ao Estado nação, pois de uma maneira geral é possível perceber maior identificação entre as regiões do que entre a nação, pois como autor sugere no texto, de acordo com Gilberto Freyre, a “nação” seria algo construído para legitimar o controle do Estado sob determinado território, uma vez que a nação traz uma ideia de uniformidade e homogeneidade, o que é contrário a própria ideia de região.
  • É nesse sentido de identidade regional que o autor traz o exemplo da América Latina, que abarca uma discussão frente a ideia de região e continente, pois esse espaço foi e é considerado por diferentes setores como uma região devido a seu processo de formação histórico semelhante, além das afinidades culturais e das identidades. O espaço também pode ser considerado um continente, devido a seus aspectos físicos e naturais. Assim observa-se uma problemática, pois apesar das semelhanças “humanas”, a América Latina também contêm uma vasta diversidade nesse aspecto, assim como seu aspecto físico, sendo assim, a questão da América Latina como região se mantém aberta e bastante complexa.
  • Em uma escala menor, mas ainda tratando-se da problemática da região associada à escala, SOUZA(2013) aborda a questão dos bairros e setores geográficos , uma vez que  há um debate em relação a esses dois conceitos e qual desses seria de fato uma região , uma vez que tem-se diferentes questões atreladas ao bairro como a delimitação político-administrativa, a sua influência em e sobre outros bairros, a questão populacional, de renda, conflitos e cultural, dentre outras que causam um debate uma vez que muitas dessas questões não são comuns somente ao bairro, mas há um , como identifica o autor “ setor geográfico”, de modo a trazer uma problemática para a regionalização da cidade. O texto mostra que essa questão de delimitação interna da cidade, envolve além das questões culturais, econômicas e populacionais, questões de interesse, principalmente no que se refere à especulação imobiliária, pois há uma conveniência por parte dos agentes capitalistas e do Estado em expandir as áreas dos bairros mais valorizados, buscando a ampliação de lucros. Além de outras complexidades do espaço urbano, dentre elas a chamada “fragmentação do tecido sócio-político – espacial da cidade”, que alimentam e ampliam ainda mais o debate entre bairros, setores geográficos e sua regionalização.

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