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CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO

Por:   •  3/8/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.316 Palavras (6 Páginas)  •  387 Visualizações

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CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO

Inicio do pensamento geográfico, surgiu com o império grego e romano. A preocupação do homem em conhecer o meio no qual desenvolve sua vida, é antiga, seja impulsionada por fins de sobrevivência, econômicos ou políticos ou até mesmo por curiosidade. Essa ambição está associada, especialmente, à necessidade de sobrevivência que se faz presente ao longo da história da humanidade.

Assim, a Geografia teve origem grega, tendo em vista que esta foi a primeira civilização a produzir estudos geográficos; uma segunda alemã. A origem científica da Geografia se deu na Alemanha do século XIX, à luz dos trabalhos de Alexander Von Humboldt e Karl Ritter1. Com a contribuição desses mestres, a Geografia se estabeleceu em bases científicas.

Da segunda gênese, resultou a institucionalização da Geografia como ciência, e isso não se deu por acaso na Alemanha. Algumas foram às condições que propiciaram o surgimento da Geografia moderna na Alemanha: primeiro, um território fragmentado em dezenas de pequenos reinos; segundo, o desejo de expansão imperialista, constitutivo do capitalismo.

De acordo com Moreira (Ruy Moreira):

As condições necessárias ao surgimento da geografia existem, mas não teriam determinado automaticamente a sua gênese não fosse à existência de um estímulo social mais direto presente na particularidade histórica da Alemanha e de certas características individuais relativas ao pensamento de alguns cientistas alemães. Somente a análise da especificidade do desenvolvimento do capitalismo e das ideias neste país é capaz de aprender as razões que levaram esta sociedade a valorizar a reflexão sobre o temário  geográfico. É, portanto, em solo alemão que a geografia alcança sua forma de ciência moderna. O salto qualitativo se dá entre os alemães no momento em que as questões relativas ao desenvolvimento do capitalismo encontram- se já plenamente resolvidas na Inglaterra e em curso bastante adiantado na França, enquanto a Alemanha permanece ainda às voltas com o seu processo de unificação interna. Se para o capitalismo inglês e Frances o papel da geografia é o de lhes viabilizar a expansão colonial, para o capitalismo alemão seu papel será o de dar respostas a questões ainda preliminares: a unidade alemã. O caráter tardio da penetração das relações capitalistas no país liga-se ao fato de ele ainda não ter se constituído como um Estado nacional. Ao desejo de unificação corresponde uma necessidade de expansão intrínseca ao próprio capitalismo, porque ele só poderá se constituir no interior da Alemanha na medida em que se expandir fora dela (MOREIRA, 1981, p.22).

A própria ciência geográfica constituiu-se porque havia necessidade, e uma necessidade histórica que contribuiu na para sua consolidação, assim, a Geografia se apresenta como uma possibilidade para um dado momento historicamente determinado. De acordo com Marx “os próprios problemas sociais só se apresentam quando as condições materiais para resolvê-lo existem ou estão em vias de resolvê-lo” (MARX apud IANNI, 1982, p.83). Necessidade, que está visível ao voltar a repensar brevemente à questão da Alemanha, ou seja, não se pode reduzir a constituição da ciência geográfica à Alemanha atrelando-a somente a questão da fragmentação territorial, uma vez que ao se discutir a problemática do espaço, discute-se também poder, não obstante para os alemães a questão do espaço era importante.

Cabe salientar que a Geografia científica, ideologicamente influenciada pela burguesia, não sofreu apenas influência dos alemães, mas também dos franceses; essas diferentes escolas produziram conhecimentos importantes trabalhados pela Geografia.

Na atualidade, a construção do pensamento geográfico, se mostra como ciência na forma de luta contra as injustiças sociais, visando uma transformação do mundo.

A Geografia Crítica rompe com a Geografia Tradicional e Pragmática Neopositivista, se estabelecendo em duas correntes: a Geografia Crítica e a Geografia Fenomenológica.

A Geografia Crítica buscava explicar e compreender as causas do fenômeno e não somente descrever, pois por meio da compreensão do fenômeno pode-se chegar a transformações sociais. Os geógrafos críticos assumem seu papel político e social, quebrando a “neutralidade científica”. Eles utilizam a ciência geográfica para lutar contra as injustiças sociais.

A Geografia Fenomenológica pauta-se nas relações do espaço vivido, estando relacionando-se com aspectos culturais, sendo um de seus expoentes Yi-Fu Tuan, com sua contribuição com os conceitos de topofilia e topofobia (TUAN, 2005). No Brasil o geógrafo Milton Santos é destaque dessa corrente crítica, devido à forma ímpar de explicar as relações sociais por meio das técnicas. Ele reitera categorias de análise como espaço, que para autor, é um sistema de objetos e sistema de ações; e território, como sendo posterior ao espaço, porém dando ênfase ao território utilizado. O autor cria o conceito de meio técnico-científico-informacional, fundamental para a compreensão da realidade atual frente ao processo de globalização e suas diversas faces.

Destacam-se também geógrafos como: Ariovaldo Umbelino de Oliveira, Carlos Walter Porto-Gonçalves, assim como Arlete Moysés Rodrigues, Ana Fani Alessandri Carlos, Eliseu Savério Sposito e Maria Encarnação Beltrão Sposito.

De acordo com o contexto histórico, a construção do pensamento geográfico acompanhou as alterações e necessidade do mundo, seja no império, visando o conhecimento do espaço, com o expansionismo europeu e mais recentemente com o processo de industrialização e globalização. Porém muda-se o método de análise, com o advento da Geografia Crítica, o que só se fez possível devido a já realizada inventarialização dos elementos da Terra, em outrora

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