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O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DE RECIFE

Por:   •  15/7/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.820 Palavras (8 Páginas)  •  214 Visualizações

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O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DE RECIFE

A cidade de Recife está localizada no nordeste brasileiro no estado de Pernambuco da qual é capital. Os fatos que marcaram a sua história são de grande importância tanto para a própria cidade quanto para o Brasil, pois envolve todo um contexto de divisão de terras e disputas de território que coincide com colonização do país.

Para entender como se deu o desenvolvimento desta metrópole, é necessário voltar até o ano de 1534, ano este, em que se iniciou o processo de colonização das terras brasileiras, a partir do sistema de administração territorial chamado Capitanias Hereditárias, criado pelo rei de Portugal, D. João III, com o objetivo de evitar possíveis invasões á nova terra “descoberta“, o sistema consistiu em dividir o Brasil em 14 faixas de terras que iam do litoral até o Tratado de Tordesilhas, a partir desta as terras pertenciam à Espanha.

Os donatários, pessoas que recebiam a concessão das capitanias, tinham como encargo colonizar, proteger, administrar o território, além do direito à exploração dos recursos naturais. Este sistema se estendeu até o ano de 1759 sendo extinto pelo Marquês de Pombal.

Os problemas envolvendo os recursos financeiros, a dificuldade em administrar a grande extensão de terra e ainda os conflitos com os nativos (os índios) fizeram com que a maior parte das capitanias fracassasse, restando apenas duas, a de São Vicente e a Capitania de Pernambuco.

SOBRE A CAPITANIA DE PERNAMBUCO

No dia 10 de março de 1534 a administração da Capitania de Pernambuco foi atribuída por Carta de Doação pelo rei D. João III ao Capitão Donatário Duarte Coelho Pereira, como prêmio pelo importante papel nas campanhas militares e diplomáticas dos portugueses no extremo Oriente.

Um ano após a doação o capitão donatário desembarcou no Brasil com um grupo de colonos, sua esposa, filhos, parentes e os materiais necessários para o inicio da ocupação de sua capitania, o mesmo fixou-se em uma colina, e estabeleceu ali uma capela, moradias para os colonos e para si e também o castelo Duarte Pereira.

A prosperidade foi rápida e logo o lugar passara a se chamar vila de Olinda e tornou-se um dos mais importantes centros da colônia, enriquecendo de tal ponto que disputava com a corte portuguesa em luxo e esplendor.

Com a chegada das primeiras ordens religiosas - carmelitas em 1580, jesuítas em 1583, franciscanos em 1585, beneditinos em 1586, o traçado urbano configurou-se, ainda no século XVI, com a ocupação dos principais promontórios pelos religiosos. Havia ali o colégio dos jesuítas, os conventos, um pequeno cais do varadouro, e residiam cerca de 700 famílias sem contar os que viviam nos engenhos.

ARRECIFE DOS NAVIOS

A cidade de Recife tem sua origem fortemente ligada a Olinda, além da proximidade entre elas há também os acontecimentos históricos que inevitavelmente acabaram por se confluir.

O porto de Olinda não dispunha de tamanho nem profundeza o suficiente para receber o grande fluxo de embarcações de grande porte que cruzavam o Oceano Atlântico, em contra partida Recife nomeado inicialmente pelo primeiro donatário de “arrecife dos navios” veio a ser o porto principal da capitania.

Um lugar ocupado por pescadores e homens do mar numa estreita porção de terra que vinha de Olinda e se alargava em direção ao extremo sul, região para aqueles que preferiam águas tranquilas e livres da agitação do ancoradouro de Olinda.

Surge assim Recife em função do ancoradouro situado entre os arrecifes de arenito e a península com o encontro do mar e dos rios Capibaripe e beberipe.

Fundada em 1537, situada em uma localização privilegiada a pequena colônia de pescadores tornou-se um porto natural de escoadouro das riquezas produzidas, principalmente exportação de pau-brasil e açúcar.

No século XVII o porto era o mais movimentado da América de domínios portugueses, e as noticias de riqueza e oportunidades percorreram rapidamente toda a Europa, por esta razão os que aqui se encontravam, estavam sempre lutando contra as frequentes tentativas de invasão, principalmente dos ingleses, corsários franceses e holandeses.

A INVASÃO DOS HOLANDESES

Por volta do ano de 1630 em 16 de fevereiro os holandeses montaram uma frota com 67 navios e aproximadamente 7.000 homens comandadas por Hendrick Loncq e Diedrich van Waerdenburgh, e a conquista tanto de Recife quanto de Olinda se deu em poucos dias.

Acontecimento que mudou a historia e importância de Recife, o domínio conquistado ficou conhecido por Brasil-Holandês, os invasores estabeleceram o controle de uma extensa faixa do litoral.

Em 1637 em homenagem a Mauricio de Nassau, governador nomeado para administrar o domínio conquistado, a povoação de Recife passou a chamar-se Mauritsstad.

COMO OCORREU O PERÍODO HOLANDÊS

Mauricio de Nassau governou o Brasil-Holandês entre 1637 a 1644, o mesmo manteve um bom relacionamento com os proprietários dos engenhos disponibilizando a estes recursos financeiros a serem investidos em maquinário para a produção de açúcar e compra de escravos.

O porto fora rebatizado com o nome de Recife, onde os holandeses preferiram se estabelecer por lembrar as terras planas da Holanda.

O período em que Mauricio Nassau governou Recife foi marcado por uma série de ações, o mesmo era admirador das belas artes e ciência e trouxe consigo naturalistas e pintores que viriam pela primeira vez no Brasil realizar estudos sobre a natureza e registrar com apuro técnico a paisagem e os habitantes desta terra. Destacam-se os pintores Frans Post e Albert Eckhout que retrataram a paisagem e os exóticos nativos locais, o médico Willem Piso e o naturalista alemão Georg Marggraf estes estudaram a fauna e flora local suas ervas medicinais e as doenças tropicais.

Maurício Nassau ficou conhecido por ser um homem culto, trouxe da Europa grandes arquitetos, engenheiros e paisagistas que deram a Recife o traçado urbanístico com face de metrópole.

Foram construídas ruas, calçadas, drenagens, mercados, as duas primeiras pontes de grande envergadura do Brasil, logo depois foram construídas mais pontes, edifícios como o palácio de Freeburg sede do poder de Nassau, o prédio do observatório astronômico tido como o primeiro no novo mundo.

O plano de Maurício Nassau era a construção da Cidade Maurícia, foram construídas ainda estradas, escolas o primeiro Jardim Botânico do país, igrejas, foi criado

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