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Resenha O capital e a devastação da Amazônia e Impactos decorrentes da modernização da agricultura brasileira

Por:   •  4/7/2019  •  Resenha  •  1.579 Palavras (7 Páginas)  •  300 Visualizações

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RESENHA DOS TEXTOS:

O capital e a devastação da Amazônia

e

Impactos decorrentes da modernização da agricultura brasileira

Introdução:

Os textos abordados: O capital e a devastação da Amazônia e Impactos decorrentes da modernização da agricultura brasileira foram escritos pelos autores, Fiorelo Picoli e Rosane Balsan, respectivamente.

Fiorelo Picoli é graduado em Administração de Empresas, Ciências Contábeis e Econômicas. Atualmente é professor do Departamento de Administração da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT e atual Coordenador Regional do Campus Universitário de Sinop – UNEMAT. Dentre várias experiências no ramo da Administração o autor enfatiza principalmente os seguintes temas: Amazônia, Desenvolvimento Sustentável, Globalização e Expansão Capitalista.

Em sua obra, Picoli discorre sobre as diversas modificações que o sistema capitalista provoca no território amazônico. Ele observa o espaço a partir das diferentes classes sociais que fazem a história da ocupação da Amazônia para então, abordar o assunto quanto à expansão capitalista e suas formas de atuação no mercado mundial. O autor trata também a questão da expropriação do homem, as formas de exploração da sua força de trabalho e da modificação de seu ambiente natural, através da expulsão dos povos originários e a luta desses povos pela terra. Outra importante questão estudada por Picoli é em relação à extração da madeira, ele retrata nesse ponto a crescente exploração dos recursos naturais, e o volume de empresas madeireiras que contribuem para o devastação e desperdício das madeiras. Essa dinâmica da ocupação do território amazônico têm causado diversas divergências políticas, econômicas e sociais. Com isso o autor tem o objetivo de “causar um certo desconforto ao leitor para que possa atingir o seu intento” demonstrando de uma forma clara que “a produção brasileira e a amazônica são interligadas com as estratégias do mundo do capital, e consequentemente, às necessidades do mercado mundial”.

O segundo texto abordado: Impactos decorrentes da modernização da agricultura brasileira, trata-se de um artigo escrito por Rosane Balsan, a autora iniciou a sua carreira acadêmica na Universidade Federal de Pelotas na graduação de Geografia em 1993. Em 2001 concluiu seu mestrado de Geografia na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho onde também concluiu seu doutorado em 2005. Rosane Balsan atuou como professora substituta nessa universidade e na Fundação Universidade Federal do Rio Grande no período de 2006 a 2007. Sua experiência é enfatizada em Geografia Humana, atuando principalmente nos seguintes temas: agricultura, agricultura familiar, lazer, turismo e turismo rural.

Balsan, em seu artigo, trata sobre a modernização da agricultura brasileira e os respectivos impactos socioeconômicos e ambientais que ela trouxe. Com isso a autora destaca alguns impactos que marcaram a transformação ocorrida na agricultura, essa transformação, dita capitalista desencadeou uma série de mudanças no país, dentre essas mudanças ela enfoca principalmente, a influência que a agricultura realiza nas questões socioeconômicas e ambientais.

Desenvolvimento da análise:

Em ambos os textos, a atuação do sistema capitalista na agricultura é percebida claramente. No texto de Picoli, essa percepção inicia-se a partir da ocupação amazônica através das diferentes classes sociais. As divergências políticas, econômicas, sociais e culturais separam dois grupos distintos: de um lado os grandes possuidores de capitais e do outro, os “despossuídos” e marginalizados conforme são chamados pelo autor. O primeiro grupo concentra cada vez mais riqueza, com as oportunidades que têm de multiplicar seus lucros através dos investimentos de seus capitais. Já o segundo, expulsos de suas terras são “ignorados pelo Estado e pelas suas representações e instâncias.” (pg. 12)

É possível perceber que o Estado apóia os grandes capitais através da criação de órgãos que objetivam legalizar a transferência de capitalistas para a área amazônica, através de benefícios oferecidos com os incentivos fiscais, com a liberação de crédito, sem contar a troca de favores políticos que ocorre para o favorecimento dos dois lados. Enquanto isso, os povos originários, posseiros e trabalhadores são expulsos de formas brutais por militares a mando do Estado. Essa classe baixa composta também por pequenos proprietários não tinham qualquer tipo de oportunidade de se encaixarem nesse tipo de sistema.

No início do século XX a produção de borracha ocorria para atender, principalmente o mercado externo, com isso houve grande interesse de estrangeiros para a região. A partir daí o processo de internacionalização da Amazônia ocorreu rapidamente, e a grande necessidade de mão-de-obra atraiu imigrantes principalmente do nordeste do Brasil para trabalharem na extração do látex, a produção da borracha durou cerca de 100 anos, e entrou em decadência. Contudo a expansão capitalista na Amazônia iniciou a partir da década de 60 com grande interesse dos Estados Unidos que na época já representava o capitalismo mundial. As terras ocupadas por povos indígenas foram tomadas e ocupadas por grileiros, fazendeiros, latifundiários e empresários que tinham uma boa contribuição do Estado através de doações de terras que recebiam para explorarem a região. A partir de então, a devastação da floresta amazônica se intensificou cada vez mais, contribuindo para o desaparecimento da fauna e flora local. A biodiversidade presente no território amazônico também foi alvo de indústrias farmacêuticas estrangeiras que patenteou produtos no mercado mundial a partir da matéria-prima retirada da Amazônia. As madeiras, foco principal para a expansão do capital, sofrem um sério processo de desmatamento por madeireiras nacionais e multinacionais, com isso a expansão de fronteiras agrícolas se intensifica através da pecuária extensiva, da monocultura da soja. As manipulações de grandes produtores contribuem significativamente para a lógica capitalista de mercado.

Toda a força de trabalho para movimentar o sistema provém de posseiros indígenas e trabalhadores imigrantes. As péssimas condições de trabalho, a intensa exploração da mão-de-obra, e as condições subumanas a que são submetidas não fazem parte das preocupações do Estado, pelo contrário, ele funciona

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