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ZONAS DE BAIXA EMISSÃO NA ITÁLIA: ESTRATÉGIA PARA CONTROLE DA QUALIDADE DO AR

Por:   •  9/10/2020  •  Projeto de pesquisa  •  4.798 Palavras (20 Páginas)  •  174 Visualizações

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GIULIA DANTAS BARRETO

RA – 173401

Orientadora: Flávia L. Consoni de M.

RELATÓRIO FINAL

ZONAS DE BAIXA EMISSÃO NA ITÁLIA: ESTRATÉGIA PARA CONTROLE

DA QUALIDADE DO AR

Resumo

A LEZ (Low Emission Zone) consiste em uma estratégia que está sendo adotada

e implementada por diversos países da Europa para controlar a emissão de poluentes.

Operacionalmente, essas áreas apresentam algum tipo de restrição à circulação de

veículos a combustão interna que utilizam combustíveis fósseis, podendo ser tanto

veículos de transporte pública, quanto individuais, ou ambos. Essa pesquisa aborda e

experiência das LEZs na Itália, com enfoque nas zonas de baixa emissão de quatro

cidades: Milão, Palermo, Roma e Nápoles.

1. Introdução

A poluição do ar tem sido um grave problema nos centros urbanos, já que existe

uma relação direta entre o crescimento das emissões com o modo de produção, que está

baseado no uso de combustíveis fósseis (MARQUES, 2015). Os meios de transporte,

que em sua maioria utilizam esse tipo de combustível, estão sempre associados a

alguma forma de poluição, podendo ser sonora, atmosférica e até mesmo visual

(CARVALHO, 2011)

Os veículos movidos a combustão interna, largamente dependentes do uso do diesel e

da gasolina, são um dos grandes responsáveis pela concentração de Gases de Efeito

Estufa (GEE) e de materiais particulados. Eles são causadores de 46% das emissões do

setor de energia, sendo que 77% deste total são de responsabilidade dos automóveis

motorizados individuais (LINKE, 2018). Essa alta concentração de poluentes afeta

negativamente a qualidade de vida da população, surgindo consequências como doenças

cardiovasculares e respiratórias, mortes prematuras e diminuição da expectativa de vida.

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A World Health Organization (WHO) (2015a) exemplifica essa situação trazendo o

dado de que uma a cada oito mortes no mundo está relacionada com a poluição do ar.

Devido ao excesso de veículos, movidos à combustão interna, circulando dentro

dos grandes centros urbanos, os governos locais vem buscando soluções alternativas

para reduzir as emissões de GEE e poluentes locais (NAVARRO, 2018). Assim, as

Zonas de Baixa Emissão, conhecidas internacionalmente como Low Emission Zone

(LEZ), aparecem como possível estratégia, adotada a nível local, para mitigar os

problemas das emissões.

As LEZ são áreas que apresentam algum tipo de restrição veicular, geralmente

localizadas no centro da cidade, que possuem especificidade em relação ao modo de

operar (NAVARRO, 2018), e usam como base os Padrões Europeus de Emissão de

Poluentes – em inglês: European Emission Standards (FERREIRA & GOMES et al,

2015; ELLISON et al, 2013).

A Europa é o continente que mais utiliza a LEZ como estratégia, tendo

registrado em 2015 aproximadamente 200 zonas de baixa emissão (HOLMAN et al,

2015). Dentre todos os países europeus, o que mais se destaca é a Itália devido ao maior

número dessas áreas em comparação às outras nações do continente, totalizando mais de

cem zonas de baixa emissão em diversas cidades.

A intenção inicial deste projeto de IC, intitulado Subsídios para a criação de

zonas de baixa emissão em Campinas, consistia em conduzir um estudo por meio de

pesquisa de campo que pudesse embasar a criação de uma LEZ na cidade de Campinas.

O objetivo era mensurar e qualificar os gases atmosféricos no município de Campinas e

depois georeferenciá-los a fim de identificar as áreas mais críticas da cidade em

concentração de poluentes. Estes dados seriam então informados para a Empresa

Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC) como apoio ao planejamento

desta Zona de Baixa Emissão.

Para esta medição, foi estabelecida uma parceria com o Instituto de Pesquisa

Tecnológica (IPT) que iria ceder um aparelho, desenvolvido pelo pesquisador

Alessandro Santiago dos Santos, próprio para coletar dados sobre a qualidade do ar e

que permite quantificar os poluentes: CO, CO2, NO2 e O3. Outros parâmetros captados

por este instrumento incluem informações sobre temperatura, umidade e localização

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(GPS). A bolsista responsável por este PIBIC, juntamente com a mestranda do

Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da

Unicamp, Anna Carolina Lourenço Navarro, fariam viagens com o aparelho por várias

regiões da cidade de Campinas e, em seguida, se encarregariam da leitura das

informações obtidas e do seu georeferenciamento.

No dia 29 de maio de 2017, foi realizado o primeiro monitoramento

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