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A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia

Por:   •  22/6/2017  •  Resenha  •  1.222 Palavras (5 Páginas)  •  429 Visualizações

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BURKE, Peter. O Antigo Regime na historiografia e seus críticos. Os Fundadores: Lucien Febvre e Marc Bloch. In:______. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: Editora da UNESP, 2010. Cap. 1 e 2, p. 17-48. Tradução Nilo Odalia.

Jailson Bezerra de Araújo[1]

Peter Burke (Stanmore, 1937) é um historiador inglês. Doutorado na Universidade de Oxford (1957 a 1962) foi professor de História das Idéias na School of European Studies da Universidade de Essex, por dezesseis anos professor na Universidade de Sussex (1962) e professor da Universidade de Princeton (1967); atualmente é professor emérito da Universidade de Cambridge (1979). Foi professor-visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA – USP) de Setembro de 1994 a setembro de 1995, período em que desenvolveu o projeto de pesquisa chamado Duas Crises de Consciência Histórica.

Peter Burke é o autor do livro que retrata com claridade estudos e compreensões acerca da Escola dos Annales. Aqui resenharei apenas o primeiro e o segundo capítulos do livro. No primeiro capitulo Burke inicia fazendo uma referencia aos historiadores que são considerados os pais deste movimento: Lucien Febvre e Marc Bloch. Segundo Burke eles foram os que deram inicio ao que hoje podemos chamar de Revolução Francesa da Historiografia, isso pelo simples fato de terem naquela época, revolucionando a tão famosa historiografia francesa pelo seu novo modo de escrever história. Burke fala do modo de se escrever história desde a antiguidade com Heródoto e Tucídides, afirmando que existiram várias formas, modos e gêneros nas escritas de história sendo em sua maioria crônicas monásticas, memorias politicas, tratados de antiquários entre outras formas de se relatar acontecimentos.

De fato a criação da Escola dos Annales como podemos ver neste primeiro capitulo do livro de Burke, se deu da necessidade sentida por Febvre e Bloch de uma nova forma de se escrever e relatar os acontecimentos entorno da historiografia francesa. Burke descreve bem este processo de institucionalização desta escola, e mesmo sem se apegar a um modelo positivista e nem escrever relatos de maneira cronológica descreve alguns pontos que favoreceram para a criação de tal movimento, assim como descreve alguns escritores da época e suas obras, que, muitas vezes, serviram de referencia para os iniciantes deste movimento, isso tudo em um período conturbado de revoluções do qual a França estava passando. Um ponto que nos traz grande interesse é que a França, mesmo estando passando por momentos difíceis para a sua historiografia e tendo outros lugares, como por exemplo, a Alemanha, estando mais propensa a criação de determinado movimento ele acabou acontecendo na França e acredito, hoje, que poderíamos afirmar que se tal movimento tivesse origem alemã, talvez não teria alcançado tais proporções que é hoje, ou, pelo contrario, teria alcançado proporções ainda maiores, só que a única certeza que temos é que mesmo a França não sendo a melhor opção para o nascimento dos Annales, este movimento é o que é, e de grandiosidade inigualável.

Neste segundo capitulo do livro de Burke que fala da Escola dos Annales, preferiu o autor dividi-lo por tópicos. De inicio faz uma breve apresentação da própria personalidade de Febvre e Bloch, onde demonstra quais seus principais sentimentos, como eram e, sobretudo suas profissões, onde nos dizia que Febvre era especialista no século XVI e Bloch medievalista.

No primeiro tópico onde Burke o intitula de “Os anos iniciais”, descreve o autor sobre a verdadeira carreira dos fundadores dos Annales. O autor diz que Lucien Febvre, no ano de 1897 foi aceito na Escola Normal Superior que também aceitou Marc Bloch. Tinham eles uma diferença de oito anos de idade sendo Febvre o mais velho, mas esta diferença não os impediu de terem se tornado amigos e porque não dizer sócios. Outro ponto que o autor fala neste primeiro tópico é sobre a questão de influências, sendo que as obras de Michelet foram de suma importância para Febvre, assim como as obras de outros autores da época. Um ponto fundamental para esta relação dos dois é que após terem estudado na mesma escola, mais tarde, trabalharam juntos por cerca de treze anos.

No segundo tópico Burke aborda a questão deste encontro entre Bloch e Febvre em Estrasburgo. Este encontro acontecia todos os dias durante treze anos, de 1920 a 1933. Apesar de como relata o autor ter sido um período curto de tempo, este foi mais que o suficiente e carregado de importância para o movimento dos Annales, e mesmo depois de terem estudados na mesma escola anteriormente, só no ano de 1920 quando começaram a trabalhar em Estrasburgo foi que verdadeiramente se tornaram amigos. Neste tópico o autor também fala da obra de Bloch “Les Rois Thaumatuges” onde em sua tese principal abordava a crença na Inglaterra e na França na Idade Media, sobre o poder de cura que possuíam os reis, de uma doença chamada de escrófula. Também aborda a questão da linha de trabalho de Febvre sobre o Renascimento e a Reforma.

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