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A História social do conhecimento

Por:   •  7/7/2018  •  Resenha  •  1.453 Palavras (6 Páginas)  •  179 Visualizações

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BURKE, Peter. Umas historia social do conhecimento I: de Gutemberg a Diderot. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

Nayanne Santos Sandes, graduanda de Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana

RESUMO

1. Sociologias e Histórias do Conhecimento

O conhecimento influenciou a sociedade de formas diferentes ao longo do tempo, bem como foi percebido de formas diferentes por diversos campos do saber. A gênese da sociologia do conhecimento se deu no século XX, ou pelos menos um estudo mais organizado sobre este assunto, principalmente na França, Estados Unidos e Alemanha.

Cada país trabalhou o conhecimento de acordo com suas peculiaridades, nos Estados Unidos o conhecimento foi trabalhado através das teorias do consumo conspícuo e da “classe ociosa” do sociólogo Thorstein Veblen, na França Auguste Comte já pleiteara uma história social do conhecimento, uma “história sem nomes”, Emile Durkheim e seus seguidores, notadamente Marcel Mauss, estudavam a origem social de categorias fundamentais ou “representações coletivas”, como espaço e tempo, sagrado e profano, na Alemanha o estudo de Weber do que ele chamava de “ética protestante”, por exemplo, publicado originalmente em 1904, situava esse sistema de valores em seu contexto social e também propunha uma teoria sobre suas consequências econômicas.

Todavia, o período de trabalhos evolvendo a sociologia conhecimento estagna, tendo pouco ou quase nenhum trabalho de relevância durante as décadas seguintes, todavia com o aparecimento da antropologia, filosofia e geografia entre outras disciplinas ajudaram a trazer de volta a sociologia a um status a ser novamente a ser estudado, como fala o próprio Burke ao falar que existe uma lacuna literária acadêmica acerca desse tema, devido principalmente a pouca importância dada pelos historiadores à sociologia do conhecimento.

2. O Oficio do Saber: os Letrados Europeus

O segundo capítulo tem como objetivo falar sobre as pessoas que construíram o conhecimento em determinadas áreas e como o faziam para dissemina-lo, sua ligação com o clero na época medieval e como a mesma foi detentora deste conhecimento por um longo período de tempo.

Como estes “Letrados”, trabalharam em suas pesquisas, o que pode ser visto nos registros históricos da Europa Medieval, as primeiras manifestações deste grupo que culminaria num entendimento como identidade coletiva, e com o surgimento das universidades.

Com a criação da impressão tipográfica, ampliaram-se as oportunidades de carreiras para os letrados. A partir do século XVI, outras oportunidades de carreira surgiram. A Igreja Protestante optou pela formação de um clero culto, enquanto a Católica seguia na mesma direção através fundação dos seminários.

A situação dos letrados no oriente sofreu mudanças, pois também surgiram outras hierarquias, como a do Império Otomano, onde estudantes começavam a ter expectativas de emprego na ulemá ou “hierarquia erudita” depois de completar seus estudos,ou na China ,onde a posição dos shen-shih ou “nobreza erudita” era ainda mais honrosa, pois foi esse grupo que (com alguma concorrência dos eunucos e outros) administrou o Estado para o imperador durante quase 2.000 anos.

3. A Consolidação do Conhecimento: Antigas e Novas Instituições

A consolidação deste conhecimento foi alicerçada nas universidades medievais, local estes ainda controlados pelo clero. Os debates nestes locais eram incentivados, mas mesmo assim não eram locais onde se podia observar o surgimento de novas ideias, os estudantes e professores ficavam estagnados em ideias antigas e teses que discutiam apenas ideias antigas, ou seja, e uma “inércia institucional”.

Surgiram movimentos culturais fora das universidades que tentaram incorporar conhecimentos alternativos ao saber estabelecido, como os movimentos culturais do Renascimento, da Revolução Científica e do Iluminismo. Mas, devido ao isolacionismo das universidades, estas não se adaptaram as novas ideias, o que a tornaram obsoletas na transmissão do conhecimento quando não se opunham a elas.

4. O Lugar do Conhecimento: Centros e Periferias

As cidades contribuíram para espalhar e amplificar o conhecimento, por servirem como pontos de encontro. Todavia, devido à própria geografia da Europa este conhecimento não era distribuído de forma igual, então o conhecimento passa por uma distribuição espacial.

A invenção da imprensa ajudou a aumentar a importância das bibliotecas e a difundir mais o conhecimento rivalizando assim com as universidades, o que levou muitas das universidades a criticar a presença destes lugares alternativos de conhecimento, como algo desnecessário já que o professor já era uma biblioteca viva e capaz de transmitir seu conhecimento aos alunos. No entanto, tais críticas não mudaram o fato que as bibliotecas se tornariam centros de estudos importantes, onde o conhecimento encontraria na diversidade dos frequentadores o local propício para troca de informações e ideias, um espaço real de cultura, conquistando assim seu espaço em cidades como Roma, Amsterdã e Paris.

O fluxo de informações não era uma via de mão única, e sim um constante fluxo de informações que vinham de ambos os lados, tanto do centro quanto da periferia. Passa-se do conhecimento centralizado à necessidade de seu compartilhamento e de distribuição, o que aumenta a necessidade de traduções e reproduções de documentos e livros.

5. A Classificação do Conhecimento: Currículos, Bibliotecas e Enciclopédias

Este capítulo é dedicado a classificar em categorias o conhecimento da Europa moderna, analisando os currículos do “tripé intelectual”, formado pelas Universidades, bibliotecas e enciclopédias.  

O conhecimento apresentado dentro destas instituições de saber tinha suas distinções, como o conhecimento teórico e prático ou mesmo o conhecimento público e privado, este de conhecimento de apenas poucas pessoas, o que incluía segredos de estado segredos da natureza (estudados como filosofia oculta), segredos alquímicos ou técnicos.

Havia debates acerca do conhecimento do que era permitido ou legítimo e do que era proibido e deveria ser mantido em segredo de toda a humanidade. Estes debates se aprofundavam ainda mais incluindo o conhecimento como pecado, quando este representava apenas vaidade do conhecedor e onde o conhecimento masculino sobrepõe ao feminino, sendo que o conhecimento feminino deveria ficar limitado ao lar.

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