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A MULHER NO CANDOMBLÉ, MITOLOGIA, IMPORTÂNCIA E SEU PAPEL

Por:   •  30/3/2017  •  Artigo  •  4.017 Palavras (17 Páginas)  •  1.600 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIENCIAS HUMANAS

CURSO DE LICENCIATURA EM HISTORIA

JOÃO VITOR VIEIRA DE OLIVEIRA

ARTIGO:

A MULHER NO CANDOMBLÉ,

MITOLOGIA, IMPORTÂNCIA E SEU PAPEL

Salvador

2016

JOÃO VITOR VIEIRA DE OLIVEIRA

Artigo:
A Mulher no Candomblé,

 Mitologia, Importância e seu Papel

Artigo apresentada a disciplina de Introdução ao Estudo da História, sobre orientação da docente: Marcia Barreiros.

Salvador
2016

Resumo

        O artigo conota o papel e importância da mulher no candomblé em meio a uma sociedade patriarcal. Trazendo a mitologia como um pilar para a exemplificação da tese, tais como o de: "Oxum e a criação do mundo" e o " Oxum e Exu". Ao seu decorrer, o artigo indaga o papel da mulher no candomblé, papeis quais são designados de forma exclusiva as mulheres, tais como: Ekedes ( As mulheres que não incorporam e que são escolhidas por divindades para zelar pelo mesmo e impor seu sacerdócio a casa),  Yawôs ( São as iniciantes na religião e que dependem dos cuidados das Ekedes, pois elas incorporam as entidades) e as Íyàilòrìsàs ( São uma das funções principais, pois elas são responsáveis por tudo que acontece na casa de axé, ultrapassando a sua função sacerdotal, ela acumula diferentes funções dentro da comunidade de axé, sendo uma grande mãe, que cuida, acolhe aconselha e inspeciona as funções de cada filho de santo, sendo uma grande administradora e conhecedora dos segredos desta religião, que se mantem viva através da fonte oral.). O artigo aborda de uma forma clara e coesa que a mulher pode exercer cargos similares do universo masculino, onde ambos teriam as mesmas qualidades, tirando do senso comum e mostrando a importância da mulher, dentro dessa religião.

Abstract

        The article connotes the role and importance of women in candomblé in the midst of a patriarchal society. Bringing mythology as a pillar for exemplifying the thesis, such as: "Oxum and the creation of the world" and "Oxum and Exu". The article explores the role of women in candomblé, roles that are exclusively assigned to women, such as: Ekedes (Women who do not enter and who are chosen by deities to care for the same and impose their priesthood home ), Yawos (They are the beginners in the religion and who depend on the care of the Ekedes, since they incorporate the entities) and the Íyàilòrìsàs (They are one of the main functions, because they are responsible for everything that happens in the house of axé, surpassing its function Priesthood, it accumulates different functions within the community of axé, being a great mother, who cares, welcomes advises and inspects the functions of each son of santo, being a great administrator and connoisseur of the secrets of this religion, that stays alive through the source oral.). The article discusses in a clear and cohesive way that the woman can exercise similar positions of the masculine universe, where both would have the same qualities, taking from the common sense and showing the importance of the woman, within that religion.

Introdução

         Na maioria das sociedades conhecidas é o homem que detém o poder religioso. É ele quem faz a mediação entre os “outros” e os deuses. Em outras palavras podemos dizer que somente alguns homens, de uma determinada sociedade, tem o poder de conversa e ouvir as vozes divinas.

 Sendo assim se torna meio que impossível de se imaginar, com uma certa surpresa e um próprio estranhamento, de um encontro antropológico de uma religião onde no lugar do masculino, o poder feminino ocupa a mesma gestão e tem cargos mais importantes.

         O presente artigo visa apontar a representação do poder religioso feminino, dentro da religião de Matriz Africana, especificamente o Candomblé, como forma de resistência. Para tanto usaremos da Mitologia, da problematização do papel desta mulher e sua importância como forma de luta dentro do século XVI, para demostrar toda luta traçada por elas, em busca do seu espaço, e de sua autonomia sócio-cultural-econômica.

        Desde a fundação dos primeiros Terreiros de Axé aqui da Bahia, a representação da mulher, seja ela Mãe de Santo, Ekede ou Abian, dentro desse universo religioso, transpassa o imaginário da população leiga, que não entendem como essas senhoras, conseguiram expandir as suas influencias além dos seus terreiros, fazendo serem vistas e aceitas pela sociedade.

         Como efeito, dessa expansão dessas Mulheres de Axé, além dos seus terreiros, elas conseguiram constituir no Brasil, sobretudo na Bahia (Salvador e Recôncavo), uma espécie de Feminismo “Jeje-Nagô[1]”, que a princípio não existia na África, ao menos com a intensidade e importância com a qual foi edificada por aqui.

        Mostrando para a sociedade, que a mulher poderia sim exercer um cargo de igual para igual com universo masculino, onde ambos teriam as mesmas qualidades mais diferentes funções como veremos no discorrer desse artigo, que visa acima de tudo, desmitificar o candomblé e mostra a importância da mulher, dentro dessa matriz religiosa.

Mitologia

         Para entendermos o tão grande é o papel da mulher dentro do Candomblé e podemos compreender em tanto o seu posto, é preciso rebuscamos as lendas passadas de geração em geração pela tradição oral, trazidas da África, e transpassadas dentro dos terreiros, brasileiros afim de demostrar a história e a luta dos Orixás e explicar a cultura que se perpetua ali no momento de culto. Muitas dessas lendas, trazem um Orixá feminino em seu papel principal e abordam como certa maestria e poder o papel deste ser.

         A princípio trabalharemos como 2 Mitos, o mito de Oxum e a criação do mundo e o de Oxum e Exu, para abrimos os trabalhos sobre o papel desta mitologia e como ela se espalhou, trazendo o poder para as mulheres.

         O primeiro mito a ser abordado neste artigo será o de Oxum e criação do mundo, diz que:

 “ Quando os orixás chegaram à terra, organizaram reuniões onde mulheres não eram admitidas. Oxum ficou aborrecida por ter sido posta de lado e não poder participar de todas as decisões. Para se vingar, tornou as mulheres estéries e impediu que as atividades desenvolvidas pelos deuses chegassem a resultados favoráveis. Desesperados, os orixás dirigiram-se a Olodumaré e explicaram-lhe que as coisas íam mal sobre a terra, apesar das decisões que tomavam em suas assembleias. Olodumaré explicou-lhes então que, sem a presença de Oxum e seu poder sobre a fecundidade, nenhum de seus empreendimentos poderia dar certo. De volta à terra, os Orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos, o que ela acabou aceitando, depois de muito lhe rogarem. Em seguida, as mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram felizes resultados. ”[2]

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