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A Rejeição do Prazer

Por:   •  4/12/2019  •  Resenha  •  523 Palavras (3 Páginas)  •  181 Visualizações

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LE GOFF, Jacques. A rejeição do prazer. In: Amor e Sexualidade no Ocidente. Paris. Ed. Terramar, 1991.

Kananda Kelrylly Silva de Sousa Ferreira[1]

Jacques Le Goff é reconhecido mundialmente como um dos maiores especialistas da História medieval. Estudou na Escola Normal Superior de Paris, centro de formação dos quadros do magistério francês. Herdeiro da École des Annales e diretor de estudos honorários na École des Hautes Études en Sciences Sociales, escreveu mais de vinte obras historiográficas sobre a Idade Média. Le Goff segue a mesma linha historiográfica dos historiadores Philippe Ariès e Georges Duby nas temáticas que estudam por terem um interesse pelos temas relacionados a vida privada como família, sexualidade, infância.

Em sua obra, Le Goff trabalha a transição da sexualidade de algo liberal (Idade Média, período antigo greco-latino) para um ato condenado principalmente após a fundamentação do Cristianismo. No entanto, essas restrições impostas não foram aderidas totalmente logo de início, foi gradativamente, e não foram mudanças relacionadas apenas ao ato sexual em si, mas também ao vocabulário, à definições, à modos de comportamento . Um outro fator condenatório foi o aborto, e a bissexualidade, tida anteriormente como algo, consideravelmente, natural. A maior justificativa da Igreja e o poder laico para toda essa rigorosidade ideológica foi o princípio de que estaria próximo o fim do mundo e era necessário purificar os seus fiéis.

Outro ponto abordado pelo autor na obra é a ligação que surge entre carne e o pecado, pois a carne estaria propícia ao pecado, seria a parte fraca do homem e deve ser contida, citando ainda alguns exemplos desses pecados que seriam: a fornicação, a concupiscência e a luxuria. Além de incesto, sodomia, a nudez, a homossexualidade e o coito.

Em terceiro, fala sobre um novo conceito de casamento. Esse seria monogâmico e indissolúvel. O casamento é trabalhado pelo autor como uma forma de conter os cônjuges, porque mesmo que ainda houvesse sexo entre eles, seria visto como “menos ruim”, devido ter sido uma união concebida pela igreja, no entanto, haviam regras para a praticação do ato sexual. E teria sido devido a essa imagem do sexo que surgem os castigos: o sofrimento no trabalho, para o homem; e no parto, para a mulher.

Porém, ele mostra ainda os resultados tidos por tantas proibições, tanta rejeição ao sexo:

Este controlo da vida sexual dos casais teve muito peso sobre a vida quotidiana da maioria dos homens e das mulheres e submeteu a sexualidade a um determinado ritmo, originando múltiplas consequências (sobre a demografia, as relações entre os sexos e as mentalidades). [...] as interdições teriam levado os casais devotos a não se unirem mais do que 91 a 93 dias por ano. (p. 202)

Jacques Le Goff tem em sua escrita a imensa capacidade de transmissão de conhecimento e se trata de uma leitura muito simples e gostosa de se fazer. O texto em questão não requer uma boa formação acadêmica para ser bem compreendido, pois ele usa de uma fala simples, direta e agradável. Além de ser uma abordagem bem suscinta do conteúdo trabalhado, não deixando de ser suficiente.

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