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ANÁLISE DE FONTES PRIMARIAS MUSEU NACIONAL DE IMIGRAÇÃO E COLONIZAÇÃO

Por:   •  25/11/2018  •  Resenha  •  727 Palavras (3 Páginas)  •  303 Visualizações

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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

ANÁLISE DE FONTES PRIMARIAS – MUSEU NACIONAL DE IMIGRAÇÃO E COLONIZAÇÃO

FERNANDA ISSE DA SILVA

JAQUELINE DE JESUS HOIÇA

JOÃO PEDRO GILLET DA SILVEIRA

LEONARDO LUIZ DA COSTA

LUIZ FERNANDO KLUG

NICOLY BIATRIZ DA SILVA

PROFESSORA DR. ILANIL COELHO

História do Brasil III

Joinville - SC

2018

Ao analisar as fontes disponibilizadas sobre o Museu Nacional de Imigração e Colonização, uma das primeiras coisas que chamou a atenção da nossa equipe foi em relação a casa histórica no qual o museu está instalado atualmente. A casa, pertencente a administração da antiga colônia Dona Francisca, foi apontada na carta de David Carneiro endereçada a Rodrigo Melo Franco de Andrade em 1937 como um possível bem a ser tombado no estado de Santa Catarina pelo SPHAN. Chamou a atenção o fato de o autor da carta ressaltar que os príncipes nunca moraram no local, e mesmo assim, quando a casa foi tombada, entre 1938 e 1939, foi denominada “Palácio do Príncipes”. Para nossa equipe ficou clara a presença de uma intencionalidade em tal atitude.

A ideia de criar um museu que seria instalado no local só surgiu alguns anos mais tarde. O primeiro projeto discutido na Câmara dos Deputados, em 1949, nos chamou a atenção ao afirmar que com o museu se pretendia recolher e guardar todos os documentos, objetos e artefatos que testemunhassem e recordassem a imigração e colonização não lusitana – nesse momento, relacionado ao Brasil como um todo. Arquivado, o projeto só voltou a ser discutido novamente em 1953, dessa vez com a diferença de fazer um recorte para abranger a imigração no sul do país, e dando ênfase a contribuição desses imigrantes que pra cá vieram à nação brasileira. A documentação analisada enaltece os imigrantes europeus da região, colocando-os como um povo guerreiro e trabalhador que desbravou essas terras inabitadas, por vezes enfrentando os gentis dessa terra. A visão que a documentação apresenta é clara em um aspecto: civilização x barbárie. Os imigrantes se mostram como o progresso da nação. A votação do projeto só avançou de fato em 1956, sendo a lei de criação do museu assinada por Juscelino Kubitschek no ano seguinte.

Surgiu na equipe uma dúvida em relação ao fato de se instalar um museu nacional na cidade de Joinville. O que era e o que a cidade significava para o Brasil nesse período? Podemos observar  na documentação analisada que a ideia era instalar o museu em outra cidade que não fosse uma capital, como de costume. Porém, não ficou claro porque especificamente a cidade de Joinville. Levantamos a hipótese de ser devido a seu processo de colonização, da então colônia Dona Francisca, e do processo de migração de povos germânicos.

Também chamou a atenção o tom do discurso de Gomes de Oliveira em uma das discussões do projeto de criação do museu na Câmara (print do trecho abaixo). Já na década de 50 o discurso que encontramos é de um Brasil que foi constituído por diferentes povos advindos da Europa, dando enfoque não para os lusitanos, mas sim para suíços, poloneses e italianos. Achamos isso um fato interessante, visto que na aula em que discutimos os textos, vimos que o entendimento do Brasil como sendo uma país de diferenças, constituído por diferentes povos, surge mais pra frente. Apesar disso, os discursos apresentados na documentação já trabalham com uma ideia de múltiplas culturas. Valorizam mais uma cultura do que outra, mas a ideia da diversidade étnica ainda assim é apresentada. O destaque, mais uma vez, é pra ideia de civilização x barbárie, abordada por Walter Benjamin. Se enaltece uma etnia europeia, independente de qual, em detrimento da população nativa. Fica claro a ideia de que a imigração europeia trouxe o progresso e o processo de civilização para o Brasil.

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