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Análise sobre Tocqueville

Por:   •  14/12/2015  •  Dissertação  •  740 Palavras (3 Páginas)  •  274 Visualizações

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Aluno: Vitor Nogueira Dias

Disciplina: Diálogo Inter-religioso

Professor: Faustino Teixeira

“Thomas Merton e o apelo do ‘ponto virgem’”

        Thomas Merton, francês por nascimento e filho de mãe americana e pai neozelandês, dedicou grande parte de sua vida à ocupação acadêmica, onde passou por diversos cursos em diferentes partes do Planeta, até ouvir seu chamado espiritual despertado essencialmente pela leitura do autor Étienne Gilson sobre o Espírito da filosofia medieval; e a partir daí direciona seu interesse para o cristianismo místico e a figura benevolente e piedosa de Deus.

Sua vida é profundamente marcada pelo seu comprometimento à Trapa de Kentucky, onde passou anos afastado e circundado por profunda atmosfera de espiritualidade religiosa, até finalmente ser concedido permissão para uma viagem à Ásia, continente no qual entra em contato com figuras vitais em sua jornada espiritual, como Mahanambrata Brahmachari e Dalai Lama – principais responsáveis por impactar grande parte de seu entendimento religioso e moldar sua abordagem sobre a fé cristã e budista dentro de sua belíssima busca pelo diálogo, coexistência e compaixão com o próximo.

Um aspecto em particular que me marcou bastante após a leitura de Merton, foi sua abordagem do conceito de ‘ponto virgem’, por sinal feita de  maneira demasiado profunda e coerente. Para Thomas, ‘Le Point Vierge’ (O Ponto Virgem) refere-se ao ponto mais íntimo de nós no qual temos a possibilidade de encontrar Deus. Para o homem religioso ou espiritual, trata-se do último estágio entre o relacionamento entre Homem e Criador. Católicos como Merton creem que o Homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, o que nos confere intelecto e força de vontade, portanto temos a capacidade através dessa liberdade de disfrutar da graça que nos é dada e assim nos conectarmos com a fonte, o Criador.

        Esse pedaço de Deus dentro de nós; essa habilidade comunicativa oferecida por nossa singular criação é o que Merton define como ‘ponto virgem’. Esse é um conceito interessante para discutir-se teoricamente, mas possui inúmeras implicações reais sobre nossa espiritualidade e nosso propósito de vida. A vida do Homem é, sobretudo, uma busca por sentido; algum significado maior para a nossa existência. Alguns se focam em suas carreiras, conquistas e outras coisas mundanas para encontrar tal propósito. Merton sugere (e eu me vejo a concordar) que essa busca por significado é uma busca interior pelo divino em cada um de nós, representada pela ideia do ‘ponto virgem’.

A vida de Thomas Merton foi gasta em uma procura com o fim de atingir o patamar de autoconsciência que o possibilitaria tal nível virgem de comunicação. Ele alerta que a estrada para achá-la seria obstruída por “confusão, indistinção, imersão no comum, ordinário, trivial, sórdido e fugaz.”, pois de todos os obstáculos que o homem enfrenta para chegar ao nível onde se pode ter ciência e assim conectar com a presença divina, o caminho de Merton o levou por um lugar diferente da maioria. Seu estilo de contemplação transformou-o em um verdadeiro buscador, e sua devoção à essa busca foi alimentada por seu conceito de Deus.

Merton escreveu: “Nossa descoberta de Deus, e ao mesmo tempo, a descoberta de Deus de nós”. Na plenitude de conhecimento e onisciência de Deus, ele é verdadeiramente apto a sentir cada um de nós. Baseado nisso, Deus deve e descobrirá nós antes que O descubremos. O objetivo maior de fazer com que nossa mente e coração cheguem ao ‘ponto’, é chegar à epifania de que tudo que somos é fruto do amor e dádiva de Deus sobre nós. Thomas acreditava que a partir do momento que nos abrimos para Deus, nos permitimos que ele entre em nossas vidas e em troca O achamos, e Ele sempre nos achará. Pessoas de fé e convicção tais como Thomas Merton passam a vida em busca da oração perfeita, a fonte de onde podemos nos tornar completamente cientes da presença de Deus e que sua entrada em nossa vida seja plena. Por debaixo de tudo aquilo no que nos projetamos ou pensamos de nossa autoimagem encontra-se o ‘ponto virgem’ para o qual fomos criados e pelo qual somos inclinados a buscar. Merton passou sua vida como um monge em busca dessa verdade através da contemplação e testando o árduo processo de se esquivar das distrações e barreiras que se sobrepõem ao ponto interior, onde podemos genuinamente encontrar Deus através de nós mesmos, de acordo com a maneira que somos feitos.

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