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O Refluxo do Islã Espanhol

Por:   •  18/3/2019  •  Dissertação  •  1.161 Palavras (5 Páginas)  •  196 Visualizações

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O Refluxo do Islã Espanhol

A profunda renovação ocorrida em torno do ano 1000 no mundo cristão do Ocidente provocou muitas transformações. A reorganização dos estados, a ascensão do papado e o renascimento intelectual na Itália e na França representam algumas dessas mudanças. A procura do ouro e do saber fizeram com que as fronteiras se expandissem para a Europa Central  o sul e o leste do mediterrâneo, expansão essa que permitiram as trocas culturais com árabes e orientais.

Na Espanha o contato entre os soberanos cristãos e muçulmanos através de firmamentos de aliança era intenso, embora muitas dessas alianças fossem frágeis. Símbolo dessa coexistência a tomada de Toledo assinala o confronto entre esses dois mundos coexistentes. Marcada por diversas transformações Toledo tornou-se uma fronteira onde as duas culturas, cristã e muçulmana, se encontravam. Tal importância e sucessos militares conseguidos de maneira isolada um do outro influenciaram a coroa de Castela, onde os reis se proclamaram imperadores.

No século XIII o poder islâmico ocidental se enfraquece e cai de tal maneira que vai perdendo importantes regiões como Valência e Andaluzia, enquanto o Reino de Granada continua existindo de maneira precária como colônia genovesa. Vários são os aspectos dessas transformações ocorridas em diferentes datas.

Fins de abril de 711. Período de invasão a Toledo quando Mussa que governa a África do Norte em nome de Walid I envia o general berbere Tariq para invadi-la. Rodrigo, último rei visigodo é derrotado, e a cidade saqueada. Levou apenas cinco anos para que o pequeno grupo de muçulmanos conquistasse a Espanha e dominassem cerca de dois milhões e meio de cristãos.

1050. Trezentos anos depois a Espanha muçulmana é representada pelos dois terços meridionais, onde apresentam uma população rica e culta. O norte espanhol, abandonado aos cristãos, é um território decadente, consequências do saque e das operações militares. Acompanhando essa transformação Al-Andalus  é uma civilização que tem por base uma agricultura rica e  tecnicamente evoluída, também é uma civilização urbana tradicionalmente árabe que provocou o reavivamento das decadentes cidades visigóticas, através principalmente da atividade comercial, como por exemplo, o comércio de ouro e produtos de luxo com Túnis e Alexandria. Apesar disto, a desigualdade existe entre os povos diferentes. Não forçados à conversão pelo Islã, os cristãos viviam em uma situação de inferioridade social e politica. Diferentes dos judeus que mantinham direitos parecidos com os dos cristãos, mas em algumas ocasiões chegaram a exercer cargos administrativos.

O século X marca o início da expansão das ciências e das artes que se espalharam de diversas formas nas cortes e nas cidades. A arquitetura se desenvolve e grandes monumentos como a mesquita de Córdova são erguidos e uma biblioteca construída por al-Hakam II tem em seu acervo documentos de matemática e astronomia. Mas, no século XI, com a queda do califado de Córdoba, Toledo mostra receptividade e acolhe diversos artistas e sábios que contribuirão para sua cultura.

O território de al-Andalus passou por diversas disputas e como consequências disso no ano 1000 dos cristãos ele se fracionou em taifas, principados (a exemplo de Leão, Castela e Navarra) rivais, e algumas vezes unidos, que entravam em constante conflito. Isto representou uma oportunidade para os cristãos que puseram seus exércitos a serviço dos soberanos muçulmanos e após seu enriquecimento passaram a impor proteção a estes.

O ano de 1085 marca a data de rendição da cidade de Toledo a Afonso VI, rei de Castela, aliado do rei de Toledo que fora expulso por uma revolta de seus súditos. Afonso conquista vários territórios além de Toledo, seu processo de conquista se expande de tal modo que em certo tempo quase todas as taifas (que ele iria extinguir posteriormente) iriam se considerar seus vassalos. Essa conquista mostra como pouco a pouco os cristãos foram adquirindo poder sobre os muçulmanos nesse território conquistado.

As antigas mesquitas são transformadas em igrejas, muçulmanos são expulsos ou fogem, mas a comunidade judaica permanece na região. Neste momento a igreja surge fortemente e os papas apresentam-se não só como líderes religiosos, mas também como elementos éticos sociais que detinham de grande poder, até mesmo para desafiar imperadores.  A vida intelectual se desenvolve, mas está atrelada aos clérigos que estudam os textos de seus antecessores e procuram neles semelhanças e divergências e também problemas para que possam ser solucionados. A importação de livros era grande principalmente de países que conservaram as tradições antigas dos islâmicos e de Bizâncio.

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