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RESENHA CRÍTICA DAENS, UM GRITO DE JUSTIÇA

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Por:   •  22/3/2015  •  792 Palavras (4 Páginas)  •  1.426 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA

Filme Daens, Um grito de Justiça. Autores (roteiristas): Louis Paul Boon e François Chevallier. Dirigido por Stijn Coninx, 1992.

1 CREDENCIAL DO AUTOR

Stijn Coninx é um diretor de filme belga e vice-presidente do Conselho de Administração da Royal Belgian Film, melhor conhecido pelo filme Daens, Um grito de Justiça. Foi proclamado Barão pelo Rei Albert II da Bélgica. Estudou direção de cinema em HRITCS (atualmente Rits, em Erasmus Hogeschool Brussel).

2 RESUMO DA OBRA

O filme belga Daens, um grito de Justiça, retrata a revolução industrial nos anos de 1890, destacando a atuação do padre Adolphe Daens, em defesa dos operários trabalhadores de uma fábrica têxtil na cidade de Aalst, para onde é transferido e assume a igreja local. Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 1992, a trama retrata as péssimas condições de trabalho dentro da indústria e a miséria vivida pelos trabalhadores, em uma época onde a classe operária não dispunha de leis ou benefícios que os auxiliassem. Além disso, as relações de trabalho modificaram-se com a mudança de milhares de camponeses para as cidades em busca de emprego nas fabricas.

Os salários eram tão reduzidos, que para sobreviver, toda a família do operário, incluindo mulheres e crianças eram obrigadas a trabalhar, tal realidade eram salários mais baixos para as mulheres que os oferecidos aos homens, e o trabalho prematuro de crianças que impulsionavam máquinas de tear em troca de mínima alimentação, em condições de até 16 horas de trabalho por dia, com instalações que prejudicavam a saúde do trabalhador e vitimavam crianças por acidentes de trabalho. Hobsbawm (2002, p. 67) escreve que o trabalho de crianças e mulheres com salários abomináveis já acontecia em décadas anteriores com a indústria de algodão, onde a mecanização trouxe um aumento considerável na produtividade da mão de obra.

O filme ressalta ainda a relação de tamanha dominação entre burguês e proletário pautada pela lógica de maximização dos lucros e competitividade, onde o trabalhador era dono apenas de sua força de trabalho, vendida em condições desfavoráveis, sem garantias de segurança, em um período de rápida industrialização.

As consequências da rápida industrialização e urbanização levadas a cabo pelo sistema capitalista foram tão visíveis quanto trágicos: aumento assustador da prostituição, do suicídio, do alcoolismo, do infanticídio, da criminalidade, da violência, de surtos de epidemia de tifo e cólera que dizimara parte da população etc. (MARTINS, 1994, p. 7)

Apresentado como revolucionário, Daens passa a morar na casa de seu irmão jornalista e aproveitando-se do jornal do partido católico à sua disposição, passa a escrever artigos contra a política e o sistema de trabalho da época. Visto como socialista, sofre ameaças e ofensivas da igreja que, retratadas na trama, demonstram a posição encurralada da instituição religiosa perante a classe dominante.

Para além dos ideais implementados por padre Deans, a sociedade passa a movimentar-se gerando conflitos entre operários e empresários em uma análise crítica ao capitalismo, sofrendo influência das ideias socialistas em uma definição

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