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Resenha Do Filme Daens

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Por:   •  2/10/2014  •  645 Palavras (3 Páginas)  •  827 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA

O filme Daens descreve os anos de 1890, quando o Padre Adolphe Daens busca contribuir na luta acirrada por condições concebíveis de vida aos trabalhadores de uma fábrica de têxtil, na cidade de Aalst.O cenário é dado na Bélgica, tendo muitos rumores na questão trabalhista. O padre em todos os instantes busca atuar como principal defensor dos operários, e contra o trabalho infantil.

A época é caracterizada pela Revolução Industrial, o despertar do socialismo e a luta contra as ações ofensivas da classe dominante. O capitalismo já estava estabelecido como modo de produção no mundo desenvolvido da época [europeu]. Todavia tal capitalismo era na prática um meio de exploração da mão-de-obra.O trabalho era explorado intensamente pela elite. Os indivíduos chegavam a trabalhar 16 horas por dia. Os salários eram desestimulantes, pois não davam nem mesmo para suprir as necessidades básicas daquelas famílias. Em suma, o salário era uma miséria. Vale ressaltar que essa gente humilde ainda era obrigada pela situação, a morar em casas velhas e sem qualquer estrutura de conforto.

Outras características que marcaram esta fase são apresentadas pelo fato da exploração alcançar até mesmo as crianças e mulheres. Era comum crianças de sete anos [às vezes mais novas ainda] impulsionando os teares em troca de comida, ou qualquer outra recompensa, se é que pode-se tratar como uma “recompensa”. Haviam grávidas tendo seus filhos na fábrica, seus salários eram mais baixos que aqueles oferecidos aos homens. As fábricas eram desconfortantes, não haviam vasos sanitários e nem janelas. Os trabalhadores eram obrigados a comer no chão, pois refeitório não era algo comum. A ideia primordial era a de aproveitar ao máximo a força de trabalho. E assim que esta força fosse desgastada, haveria um número enorme de pessoas aguardando este momento de opressão e exploração. Afinal, qual seria a outra alternativa?

Outra questão que o filme nos ajuda a refletir é a possibilidade que a igreja sempre teve de interferir positivamente perante as miseráveis condições vividas pelos operários, especificamente europeus. Contudo, percebe-se a imobilidade da igreja, que em momento algum manteve-se preocupada com o povo. Ao contrário disso, mantém uma relação de ameaça contra o padre Daens, afinal este é o único da instituição religiosa que é capaz de sentir o desejo de intervenção imediata em prol da classe operária. Uma igreja, ao menos formalmente, seria uma entidade, que de forma organizada ajudaria o indivíduo a se transformar e contribuir no meio em que está inserido? Como pode uma instituição religiosa ficar impassível à exploração do trabalho fabril, permitindo que uma classe capitalista dominadora aproveite de uma maioria?

Na fábrica belga estava expressivo o aprisionamento do trabalho. E este contexto do “grito de justiça” [como o próprio título do filme sugere] de um grupo notável de pessoas, se mostrou insuficiente para mobilizar a Igreja Católica, contemporânea deste processo.

É importante frisar que a vida da sociedade passaria para uma nova direção com o apoio recebido por Daens, que se muda para a cidade e vai morar com seu irmão jornalista. Ele é forçado a escolher entre seu chamado de padre ou a conscientização política dos oprimidos. Para a surpresa da igreja,

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