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RESENHA CRÍTICA: PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL.

Por:   •  15/3/2020  •  Resenha  •  1.765 Palavras (8 Páginas)  •  464 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ

RESENHA CRÍTICA:

 PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL.

WILLIAM KLEYTON COSTA

3º HISTÓRIA

RIBEIRÃO PRETO – SP

2015

FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra C.A. Patrimônio Histórico e Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

William Kleyton Costa[1]

Patrimônio Histórico e Cultural.

Ao analisar o livro: Patrimônio Histórico e Cultural de Pedro Paulo Funari, logo de início é perceptível uma competência muito grande por parte do autor, em subdividir a obra em capítulos específicos, que por sua vez, dão conta de explicar seus conteúdos sob uma perspectiva sucinta, porém muito bem elaborada. Funari, inicia seu texto comentando sobre a transição contextual de Patrimônio – primeiramente como individualismo, ou o patrimônio de um indivíduo até a transição que levou o conceito da palavra em si a um patamar de coletividade, ou seja, dos grupos humanos. Em sequência, o autor trabalha a partir da evolução deste conceito num âmbito mundial, decorrendo pelos momentos históricos mais marcantes segundo a historiografia tradicional: em Roma Antiga (o conceito era ligado ao patriarcalismo, ao individual e as ligações aristocráticas, em resumo era simplesmente uma herança deixada de pai para filho); na Idade Média (patrimônio é ligado a um conceito simbólico e religioso); no Renascimento (como uma espécie de culto a antiguidade), porém somente até a chegada dos Estados-Nacionais, momento este, que será considerado como uma revolução do conceito de patrimônio, pois é somente a partir deste marco que surgirá uma ideia de coletividade social em torno de uma cultura unificada, que interligue um determinado povo – que por sua vez terá a responsabilidade enquanto preservação de um patrimônio que os identifique culturalmente.

Contudo o verdadeiro ápice da questão patrimonial surge no período posterior a segunda guerra mundial, com o advento da criação da ONU e UNESCO, cujas responsabilidades se relacionam com a preservação da paz mundial e a salvaguarda dos patrimônios da humanidade, assim como, nota-se nesse momento uma importância maior a respeito da diversidade cultural, e para tanto, passa-se a preservar outros aspectos patrimoniais, e não somente os de “pedra e cal”.

Após tratar da evolução conceitual da palavra, e analisar os contextos históricos, nos quais estiveram inseridos os conceitos de patrimônio ao longo do mundo; agora o autor passa a tratar do assunto visando analisar a questão patrimonial na América Latina e fala da importância da restauração de centros históricos que permitiriam uma avanço econômico já que o intuito seria aumentar a visitação turística nessas áreas. Ao mesmo tempo, Pedro Paulo Funari trata da questão do patrimônio em si, dizendo que a partir do término da segunda grande guerra, o conceito, como já foi dito, ampliou-se, mas não somente no sentido conceitual, mas pelo caráter de abrangência, segue-se pelo texto o surgimento de um conceito de patrimônio cultural e não mais somente histórico, ou seja, a cultura em si de um povo, as referências de identidade cultural e coletiva passou a ser chamado também de patrimônio; as diversidades foram finalmente enxergadas em grau de complexidade que sempre mereceram ser vistas, afinal que cultura é homogênea?

Retomando o estudo que elenca a América Latina como personagem principal, e agora analisando as questões com embasamento nesse novo conceito de patrimônio, de caráter cultural, é mais do que necessário deixar claro que houve tamanha dificuldade na América Latina, já que se trata de vastos territórios que apresentam uma diversidade cultural demasiadamente variada. Segundo Funari e Pelegrini (2006, p.34),

“Os centros históricos latino-americanos são tão diversificados que se torna difícil e inadequado trata-los como se constituíssem realidade únicas e homogêneas [...] períodos pré-hispânicos [...] período colonial [...] período republicano [...]”

Se a amplitude da diversidade cultural fosse o único problema em relação a preservação patrimonial na América Latina, seria muito mais fácil de se resolver; porém a maioria dos países latino-americanos sofrem em demasia com diversos problemas, entre eles, por exemplo – a privatização de espaços públicos, baixa renda, subdesenvolvimento, serviços de preservação insuficientes em relação a demanda, e além desses fatores ainda a destruição e vandalismo com patrimônios edificados revelam-se assustadores; longe de dizer que na Europa a preservação patrimonial é maravilhosa, sem nenhum defeito ou recaída, muito longe disso; essa questão talvez possa ser explicada pelo fator já conhecido mundialmente, em relação a riqueza dos países europeus, e sinceramente quando se tem dinheiro disponível e atuação sempre presente de órgãos públicos e governamentais; preservar seu patrimônio cultural torna-se uma tarefa não tão complicada como a princípio pareceu ser.

Funari apresenta em seu texto, um alternativa que certamente colabora com a preservação do patrimônio – a presença da população e da administração municipal, afinal todos devem manter um posicionamento de preservação e restauração de seu patrimônio, tanto que é exatamente esse patrimônio preservado que discursa com o mundo, as características de sua identidade, as suas características culturais, das quais cada um dos seres humanos, latino-americanos ou não, estão inseridos.

Analisar a questão da situação de preservação do patrimônio cultural no Brasil é o próximo aspecto a ser considerado por Pedro Paulo Funari no decorrer do seu livro, já que tratou inicialmente no conceito de patrimônio em âmbito mundial, em sequência tratou de uma forma sucinta no contexto latino-americano, agora é momento de falar de sua nação, o Brasil. O título do capítulo é “Políticas patrimoniais no Brasil: impasses e realizações.” Pode-se notar que não se trata apenas de realizações, como gostaria muitos pesquisadores da área de pesquisa patrimonial, mas também há o termo “impasses”, o que nos remete que a preservação do patrimônio brasileiro nem sempre funcionou da maneira esperada, mas por tratar do termo “realizações” também, nota-se que houve um política por trás de tal preservação – Funari nos traz um exemplo do século XVIII, no qual um patrimônio de origem holandês é preservado no Brasil, e é justamente por essa questão de um patrimônio não brasileiro ser preservado como identitário de um Brasil do século XVIII – que podemos entrar em uma questão fundamental do patrimônio preservado, as escolhas. Segundo Funari e Pelegrini (2006, p. 44),

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