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RESENHA Histórias Musicais da Primeira República

Por:   •  11/5/2017  •  Resenha  •  1.066 Palavras (5 Páginas)  •  349 Visualizações

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Martha Abreu é historiadora, graduada pela UFRJ e doutora em História pela UNICAMP. Professora titular do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense e atuante nas áreas de História do Brasil e História das Américas, com ênfase em temáticas como cultura popular, música negra, patrimônio cultural, pós-abolição, relações raciais e ensino de História, História pública da escravidão, escrita da História em vídeo. Atualmente é consultora do Pontão de Cultura do Jongo e do Museu do Pontal.[1]

No texto “Histórias musicais da Primeira República”, a autora tem como objetivo principal questionar o que a historiografia teria apresentado até então sobre a história cultural brasileira na Primeira República, desconstruindo a ideia de que as décadas de 1920 e 1930 foram as responsáveis pelo momento de definição do “nacionalismo musical” e que até aquele momento, a cultura brasileira estava completamente relacionada à Belle Époque e ao “gosto pelo exótico”.

Segundo Abreu, seu objetivo não é alterar a perspectiva de análise da Primeira República, mas sim, mostrar que os julgamentos existentes até então acabam por colocar no esquecimento “atores sociais” e algumas experiências necessárias para compreender a realidade cultural brasileira.

No início do texto, Martha Abreu relembra a perspectiva existente e apontada como uma das principais na historiografia e nos livros didáticos, onde há uma ideia de que a busca pela modernidade europeia – Belle Époque – , pelo branqueamento da população e de suas práticas culturais, era a principal fonte de inspiração e que norteava o pensamento elitista e intelectual brasileiro, deixando para trás um Brasil antigo e africano e que entrava em um cenário civilizado.

A autora apresenta uma série de intelectuais do século XX, como Mario de Andrade e Nicolau Sevcenko como exemplos de autores que viam as décadas de 20 e 30 como o estopim da busca por uma cultura nacionalista e que abandonaria a modernidade da Belle Époque e buscaria um “primitivismo musical” nunca visto. Nesse momento, a autora assimila essa busca por uma cultura nacionalista ao movimento modernista de 1922, que faria da Semana de Arte Moderna de 1922 um verdadeiro sucesso, já que essa nova cultura serviria como propaganda.

E é nesse momento em que, segundo Martha Abreu a crítica dos modernistas ganha novas dimensões e acaba por respaldar a política cultural dos ideólogos estado-novistas, que transformariam o Brasil em um país unificado politica e culturalmente, construindo um povo mestiço, uma música genuinamente brasileira, baseada no folclore e que faria da música popular uma característica de grande importância naquele momento.

A autora apresenta então, num segundo ponto do texto, a relação entre a ruptura com o passado da Primeira República e a criação do nacional. É nesse momento que autores como Mário de Andrade, Renato Almeida, começam a reconhecer uma busca pela cultura ‘primitiva’ brasileira antes da década de 20. Porém, a autora afirma que Avelino Romero Pereira identifica ambos os autores citados anteriormente tendo expressado uma memória seletiva e política ao retratar alguns dos autores e criticar tantos outros, levando uma série de figuras importantes ao esquecimento.

Martha Abreu traz, então, a visão de Guilherme de Mello que, em oposição aos outros atores já citados, apresenta a República não como um período de decadência cultural no Brasil, mas sim, o momento em que a arte nacional reivindicaria o seu passado de glória, abandonando o período monárquico de uma vez por todas, trazendo então a busca pela igualdade e fraternidade e dando valor ao que é nacional.

Em um terceiro ponto do texto, Martha Abreu traz a questão do exotismo. Arnaldo Contier afirma que os modernistas nacionalistas criticavam o exotismo, pois acreditavam que utilizar elementos da cultura negra representariam a África, trazendo então elementos de outra nação que não a brasileira. A cultura negra e seus elementos eram, inclusive, fadados à acusação de falso nacionalismo. A autora conclui, dessa forma, que é necessário identificar o campo musical como um local de conflitos culturais e políticos.

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