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Resenha: A revolução não será televisionada

Por:   •  19/3/2017  •  Resenha  •  2.209 Palavras (9 Páginas)  •  1.255 Visualizações

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RESENHA FILME: A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA

WANDERSON PINHEIRO

RESUMO

O filme se passa na Venezuela nas vésperas do golpe de Estado que destituiu o presidente Hugo Chávez através de uma articulação entre os setores empresariais, a grande mídia privada, a embaixada dos Estados Unidos e setores do exército.

Inicialmente é mostrado o grande apoio popular ao presidente, recém-eleito, em grandes manifestações de rua. Manifestações que apresentam o governo como um governo anti-imperialista, contrário as leis neoliberais do mercado e favorável a uma política de distribuição de renda em favor dos mais pobres.

Durante toda a narrativa é mostrado uma intensa campanha dos meios de comunicação que se referem a Chaves como um grande ditador, que controla o exército e tem uma posição ofensiva em relação aos Estados Unidos, mas seria aliado de Cuba para impor uma ditadura comunista no país.

Chaves na realidade apresenta-se como um líder anti neoliberal, que se inspira nas ideias de Simon Bolívar, buscando se contrapor a uma abertura neoliberal contrária aos interesses nacionais. Suas principais metas seria a distribuição dos benefícios do lucro petroleiro e a abertura para a participação popular nas decisões políticas. É aprovada uma nova constituição através de um referendo através da qual Chávez pretende educar as massas sobre seus direitos e ampliar sua consciência política.

Para isso, o governo bolivariano cria uma série de mecanismos de acesso direto do povo ao presidente como o programa “alô presidente” onde o mandatário se comunica diretamente com a população através do canal estatal de número 8. Pela primeira vez, o mais alto mandatário da nação não era uma pessoa branca, vinda das elites, por isso rapidamente ganhou inúmeros inimigos entre as classes dominantes, possuidoras de muito dinheiro e poder que se sentiram.

Enquanto o governo busca constantemente realizar uma intensa propaganda, divulgando seus feitos, denunciando o imperialismo, realizando missões e distribuição de ações sociais voltadas aos mais pobres, as elites e os empresários seguiam realizando uma grande oposição midiática, de denúncias contra o governo, que na maioria das vezes buscava pintar o presidente como louco, obcecado, etc.

O governo além de realizar alterações na constituição, busca ainda realizar avanços na organização e participação popular, através dos círculos bolivarianos, buscando a participação democrática direta. Estas iniciativas são reconhecidas por amplas parcelas da população mais pobre que reconhece em Chávez um presidente que busca inclui-los na tomada das decisões.

Enquanto isso, setores de elites reclamam que o governo está tomado por setores ignorantes, por pessoas incapazes, analfabetas que não teriam condições de estar governando. A crescente oposição dos setores médios, com apoio da grande mídia e do departamento de estado dos EUA, cresce e ganha setores do exército do alto comando. Pedro Carmona, presidente da confederação patronal venezuelana e Carlos Ortega, presidente da CTV, viajam a Washington para discutir diretamente com o governo dos Estados Unidos, na época sob administração Bush, os planos para o golpe na Venezuela.

Em 10 de abril, um membro do alto comando vai a televisão pedir que o presidente saia do governo. No dia seguinte a oposição convoca uma grande marcha que seguiria até o palácio presidencial Miraflores, no mesmo dia é convocada uma concentração de pessoas em apoio ao presidente para frente do palácio a fim de defender o governo. A oposição leva a marcha para o confronto em frente ao palácio onde se reuniam milhares de chavistas. O clima era de grande agressividade e confrontação.

Em meio à confusão das manifestações pró e contra Chávez franco atiradores começam a disparar de cima dos edifícios, atingindo pessoas de forma fatal e matando diversos manifestantes. As lentes da imprensa golpista capturam imagens de chavistas que disparavam em direção ao local de onde vinham os tiros dos franco atiradores e fazem uma grande montagem midiática, utilizando como uma propaganda intensa de que Chávez seria o responsável pesa mortes. No dia seguinte toda a imprensa exige a renúncia imediata do presidente venezuelano.

Chegam rumores de que algumas guarnições estariam rebeladas contra o governo e a favor da oposição que exige em todos os meios de comunicação a renúncia de Chávez. O governo tenta passar para a população que está no comando da situação, mas o canal 8 é tomado pela oposição e em seguida tirado do ar, cortando qualquer comunicação do governo que fica isolado dentro do palácio.

Em seguida, o palácio é cercado e chega um ultimatum para que Chávez renuncie e se entregue evitando assim um banho de sangue. O mesmo reúne-se com ministros e assessores e decide se entregar, mas não aceita a renúncia, declarando-se assim presidente que estaria sofrendo golpe de estado. Depois de horas de tensão o presidente abandona o palácio e é levado sob custódia do exército para um quartel onde fica incomunicável.

No dia seguinte 12 de abril, os meios de comunicação anunciam que Chávez está preso sob custódia do exército, explicam como se produziu o plano do golpe, com o apoio fundamental dos dois principais canais de televisão do país. Buscam ainda apresentar o novo governo, presidido por Pedro Carmona, como um governo legítimo saído da vontade da maioria dos venezuelanos: “um governo de transição democrática e unidade nacional”. Porém logo em seguida anunciam a demissão de todos os membros das mais altas instituições democráticas, inclusive os membros do congresso nacional.

No dia seguinte diversas manifestações pró-chaves se espalham por Caracas, denunciando o golpe e estas são duramente reprimidas pela polícia. É desencadeada uma enorme repressão, onde é proibido qualquer chavista de aparecer em meios de comunicação. Porém inicia-se nos bairros e favelas várias manifestações com fechamento de vias que dura a noite inteira e é convocada uma manifestação contra os golpistas para o dia seguinte. Rapidamente milhares de pessoas tomam as ruas, ocupam a frente do palácio e exigem a saída dos golpistas, defendendo a constituição e o retorno do presidente constitucional.

Cercado o palácio Miraflores por manifestantes favoráveis a Chávez, é posto em prática um plano pela guarda presidencial fiel a constituição e a Chávez que conseguem retomar o controle do palácio e em seguida trazer os ministros chavistas que se encontravam clandestinos sob ameaça dos golpistas. Em seguida passa-se a discutir a necessidade

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