Resenha: Caramuru

CARAMURU

Caramuru é um filme bem humorado, que mostra de uma forma divertida e descontraída à época das navegações portuguesas, entretendo os espectadores ao longo do filme.

Diogo Álvares é um jovem pintor que se envolve em uma confusão relacionada com os mapas que Pedro Álvares Cabral usaria em suas viagens. No meio de toda esta confusão, cai no jogo de uma mulher charmosa chamada Isabele que busca nada além de riqueza. Diogo acaba por ser punido com deportação na caravela comandada por Vasco de Athayde. Como muitas caravelas que se arriscavam na época em busca de rotas mais rápidas, a de Vasco de Athayde naufraga. Diogo sobrevive e chega à costa brasileira e o que parecia catástrofe se torna uma história de amor entre um português e uma índia, chamada Paraguaçu. O choque cultural que vive o protagonista é vidente especialmente devido à sua reação quando Moema, a irmã de Paraguaçu, o tenta agarrar. Choque cultural semelhante ao de Diogo, é o vivido por Paraguaçu, quando esta não entende o motivo de vestir-se tanto ao invés de simplesmente andar nua. O filme tem a intenção de mostrar como o europeu cristão da época considerava exótico a vida dos índios que não tinham vergonha de suas “vergonhas”, especialmente vindo de uma cultura tão rígida, tomada pelo catolicismo e cheia de leis.

O filme é cômico e exagerado ao mostrar a chegada dos portugueses ao Brasil, mas ao mesmo tempo se preocupa também com a veracidade de certos fatos, como o interesse dos europeus nas matérias-primas e também na tão sonhada cidade de ouro. Este quesito de exploracão foi bastante satirizado, pela forma como Vasco de Athayde dialogava com o chefe dos índios, que fez o navegador acreditar na existência da lenda El dorado.

O filme no geral relata de uma forma clara e de certa forma concreta a relação em que os portugueses e índios viviam no início da colonização. Uma relação vantajosa para os portugueses lucrando às custas dos índios. Após o descobrimento do Brasil, fica bem claro que os portugueses queriam explorar as terras em busca de pedras preciosas, especiarias, mulheres, etc. O choque dos portugueses, ao verem a forma como os índios viviam também fica explícito no filme. Com bastante diversão é um filme de bom entendimento da história brasileira, mas analisando no geral, vê-se uma preocupação em entreter e ao mesmo tempo romacear a história dos protagonistas e criando personagens fictícios.