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Resenha Crítica Lanchas Torpedeiras Bryan Cooper

Por:   •  26/2/2019  •  Resenha  •  1.567 Palavras (7 Páginas)  •  129 Visualizações

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 Rodrigo de Alcântara Grunewald

O PODER DAS LANCHAS-TORPEDEIRAS

Resenha Crítica do Livro: Lanchas-Torpedeiras autor: Bryan Cooper

        

  1.  Introdução

Bryan Cooper nasceu em 1932 em Paris. Ele começou sua carreira de escritor como jornalista, trabalhando para a revista Raf Review durante seu Serviço Nacional. Já foi roteirista de filmes, televisão e rádio, além de ter sido conselheiro de Relações Públicas de Donald Campbell na sua tentativa de quebra de recorde de Velocidade em Terra, no Utà, em 1980.

Ele escreveu diversos livros sobre história militar, tais como: “The Ironclads of Cambrai”, “Tank Battles of World War I”, “The War of Gun Boats” e “PT Boats”, de 160 páginas, traduzido por Edmond Jorge, com o título “Lanchas-Torpedeiras”, publicado pela editora Renes em 1973, no estado do Rio de Janeiro, que será abordado nessa resenha.

Ao escrever a obra literária o autor aborda como essas pequenas embarcações foram desenvolvidas e sua utilização pelos beligerantes durante a Segunda Guerra Mundial nos principais teatros de guerra, como no Canal da Mancha, nas Filipinas, nas Ilhas Salomão e no Mediterrâneo.

O livro escrito com extrema riqueza de detalhes e de alta originalidade permite ao leitor compreender através de fatos históricos que a defesa das águas nacionais foi tão importante quanto o domínio das águas costeiras inimigas, destacando o uso das lanchas-torpedeiras como fator preponderante neste cenário.

  1.  Desenvolvimento

Para que se possa ter um completo entendimento da utilização das lanchas-torpedeiras bem como seus porquês, Bryan Cooper nos apresenta o processo evolutivo dessa arma, que se iniciou com a criação das minas flutuantes pelo engenheiro americano David Bushnell. Posteriormente, a obra nos mostra a contribuição de diversos estudiosos no amadurecimento desse recurso bélico, tendo como destaque o Capitão Hunter Davidson, que em 1864 teve a ideia de fixar uma carga explosiva na extremidade de uma longa vara que se projetava a partir da proa de uma embarcação.

Embora a eficácia da arma tenha sido comprovada pela utilização do próprio capitão Davidson, ela foi negligenciada pelas potências da época devido as suas limitações, tendo como principal delas o fato de, pela grande aproximação da belonave para efetuar o disparo, a explosão também causava danos a ela mesmo. O grande passo para a mudança desse cenário foi a criação do torpedo autopropulsado, por Robert Whitehead, que era um dispositivo acionado por ar comprimido. Este dispositivo tornou-se a arma que revolucionou a guerra no mar e mostrou ao mundo a importância das lanchas-torpedeiras, que surgiram posteriormente com o desenvolvimento do motor a explosão.

O autor revela as diversas situações que as lanchas-torpedeiras foram empregadas, como escoltar navios mercantes aliados, participar de operações combinadas, invadir portos inimigos, derrubar bases de inteligência em costas inimigas, capturar navios mercantes, realizar operações de busca e salvamento, executar ações ofensivas contra submarinos e colocar minas em águas rasas, além de seu papel mais importante, que era atacar navios inimigos, sob o comando de seus tripulantes.

Sua alta velocidade, o fato de serem altamente manobráveis, e também seu pequeno tamanho, são alguns exemplos que o autor coloca para justificar o sucesso das lanchas-torpedeiras. Ele também destaca as limitações desses pequenos barcos, tendo como o raio de ação seu principal ponto negativo devido ao alto consumo de combustível, além de sua vulnerabilidade ao ataque diurno e a incapacidade de operar em mares agitados e profundos, devido a fragilidade do casco.

No decorrer de sua obra, o autor expõe como cada país beligerante atuou quanto a aquisição das lanchas torpedeiras. A Itália, por exemplo, foi o país que inicialmente mais investiu nesses barcos, quando entrou em guerra em 1940 possuía mais de cem dessas belonaves em serviço. Eles foram batizados de MAS (Motoscafo Armato SVAN), um dos mais velozes barcos do mundo atingindo velocidades de até 42 nós.

Já os Estados Unidos, demonstrou grande falta de interesse em lanchas-torpedeiras durante a Primeira Guerra Mundial e também no período do pós-guerra, tendo  o único desenvolvimento ocorrido em 1920, quando a Marinha investiu em projetos para fins experimentais. Foi somente em 1937 que Roosevelt, Secretário da Marinha e um dos poucos a avaliar o valor dessas embarcações, patrocinou uma apropriação de US$15 milhões para o desenvolvimento, devido ao interesse demonstrado por outros países e batizou essas embarcações de Barcos PT (Patrol Torpedo).

Por outro lado, na Alemanha, onde o Tratado de Versalhes limitou o número e o tamanho de navios que poderiam ser construídos por sua marinha, o interesse na construção das lanchas-torpedeiras foi impulsionado mais rapidamente. Além disso eles levavam vantagem por possuir o motor a diesel, muito menos inflamável do que os motores a gasolina. Essas embarcações ficaram conhecidas como Schnellboote (barcos rápidos).

O interesse japonês em barcos a motor torpedeiros era o menor dos grandes poderes navais, devido a carência de motores adequados, eles se concentraram na construção de navios de guerra maiores, e arriscaram investir nas embarcações tipo Shninyo, de um homem suicida, obtendo falha.

 Por fim, na Marinha Real elas eram chamadas de MTBs (Motor Boats), de um começo modesto de apenas dezoito embarcações no início da Segunda Guerra, as Forças Costeiras se transformaram em uma "marinha privada" de mais de mil embarcações.

Baseado nesses conhecimentos, o livro se desenvolve em três áreas principais de conflito, onde as lanchas-torpedeiras desempenharam um papel significativo, e em termos gerais, suas operações atingiram um pico em três fases distintas da guerra.

Primeiramente, aborda a luta nos “Mares Estreitos” nas águas do Canal da Mancha, no Estreito de Dover e no Mar do Norte, que, em 1942, começou desastrosamente para os Aliados. Porém com a evolução tecnológica, a partir do desenvolvimento de um sistema altamente eficiente de radiogoniometria pelos britânicos, fez com que os comandantes das lanchas-torpedeiras detectassem e combatessem os comboios de Schnellboote alemães, estabelecendo o controle sobre os mares estreitos que separam a Grã-Bretanha da Europa.

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