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Resenha - Expansão Portuguesa no Mundo de Luís Felipe Barreto.

Por:   •  15/10/2015  •  Resenha  •  1.620 Palavras (7 Páginas)  •  665 Visualizações

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Dentre as nações europeias Portugal foi a primeira a lançar-se à expansão marítima em busca de novas rotas comerciais e fontes de matérias-primas. Isto se deve à visão vanguardista dos portugueses em traçar novas rotas comerciais em busca de fortalecimento financeiro para o seu estado. Nosso objetivo aqui é traçar um paralelo da análise feita pelo historiador português Luís Felipe Barreto, em seu trabalho “O Sentido da Expansão Portuguesa no Mundo”, e do filme “1492: a Conquista do Paraíso” traçando a partir das informações fornecidas por eles como se deu e se desenvolveu o processo de lançamento dos portugueses a terras e mares desconhecidos até então.

O autor ressalta que o fator inicial para o sucesso obtido pelos portugueses foi primeiramente o seu posicionamento geográfico. Apesar de possuir uma população relativamente pequena, Portugal localizava-se em uma região central entre os grandes centros comerciais da época. Localizando-se próximo ao norte da África, e tendo em suas águas as principais rotas comerciais da Europa até então. Esta posição geográfica é alinhada às questões econômicas quando a coroa portuguesa, percebe que o desenvolvimento marítimo pode ser o principal fator de crescimento econômico, territorial e de influência de Portugal. Desta maneira ainda no século XIV, os Portugueses começam a desenvolver a sua tecnologia marítima, com fortes investimentos em tecnologias e também em navegadores experientes, capazes de multiplicarem informações a fim de ampliar os conhecimentos dos portugueses quanto as técnicas de navegação. Com isso o crescimento das rotas mercantis portuguesas foi cada vez mais importante economicamente para a coroa.

A partir disto, são criados tratados comerciais com outros países europeus, como a Inglaterra por exemplo. O mar torna-se a grande saída, a grande forma de libertação dos portugueses frente ao reino de Castela (cabe aqui citarmos a crise ocorrida entre os anos de 1383 e 1385 quando o rei de Portugal Fernando I morreu sem deixar herdeiros, e então há uma guerra entre Portugal e Castela para a ocupação do trono português. Este confronto termina com a ascensão de João I ao trono, e a instauração de um tratado de ajuda mútua entre Portugal e Inglaterra). A partir de então, com o crescimento da importância das rotas mercantis, a consolidação do reino e o fator geográfico já citado, Portugal reúne as condições necessárias que lhe permitem lançar-se em busca de outros mercados para consumir seus produtos e para fornecer-lhes matérias-primas para seus produtos. Cabe aqui citarmos também os desenvolvimentos tecnológicos feitos pelos portugueses como a bússola e o astrolábio, que permitiram a eles estabelecerem melhores rotas de navegação.

Possuidor da tecnologia, dos recursos e da boa localização geográfica, Portugal agora se lança ao mar obtendo resultados que nenhum outro país alcançara até então. De acordo com o autor o sentido existem determinadas características que norteiam a expansão marítima portuguesa, podemos destacar dentre elas, o pioneirismo temporal em relação as outras nações europeias da época e também a pluralidade civilizacional atingida por eles.

Como citado anteriormente, Portugal conseguiu reunir as condições necessárias para aventurar-se mar adentro em busca de novas fronteiras. O detalhe que é frisado muito bem pelo autor é o fato disto ter ocorrido bem antes dos demais países da Europa. É destacado que no início do século XV, Portugal já alcança a costa africana, e em 1934 cruzam o limite do Cabo Bojador, lugar este que até então nenhuma outra frota havia cruzado. Outro ponto citado é o feito de Bartolomeu Dias que se torna o primeiro navegador a cruzar o Cabo da Boa Esperança, lingando o Oceano Atlântico ao Índico. Conquista essa, que abre caminho para Vasco da Gama alcançar e inaugurar a tão sonhada rota de comércio marítimo com a Ásia. Assim como a chegada alguns anos depois de Pedro Álvares Cabral às terras brasileiras. Para consolidar esse pioneirismo o autor traça um paralelo com as outras nações europeias, este, mostra a diferença de tempo que outros países levaram para atingir feitos importantes com suas navegações. Este, destaca que a primeira grande conquista espanhola é datada de 1942, com a chegada de Cristóvão Colombo à América, acontecimento descrito no filme que também serve de base a este trabalho. Franceses e ingleses obtém conquistas relevantes apenas em meados no século XVI, enquanto os holandeses vão alcançá-las apenas no final deste século, ou seja, se obtivermos com base o início da expansão portuguesa, esta antecede as outras em quase um século.

Tal pioneirismo traz diversos benefícios a coroa lusitana, por ter sido o primeiro a alcançar novas terras e mercados consumidores, eles agora possuem a prioridade garantida frente a acordos comerciais fincados com esses novos mercados. Desta forma, o efeito da concorrência dos demais países pode ser retardado pelos portugueses que conseguiam garantir seu mercado apesar da chegada de novos navegadores de outros países europeus.

Outro paralelo traçado pelo autor diz respeito que apesar das conquistas de seus vizinhos continentais, Portugal era, ao final do XVI, a única nação a possuir rotas de comércio com os quatro continentes além da Europa. Isso colocava o país como a maior força marítima existente no mundo até então.

Essa tão grande dispersão é posta em contrapartida à pequena população portuguesa. Que era, no século XVI de cerca de dois milhões de habitantes, número muito inferior ao de ingleses, espanhóis e franceses. De acordo com o autor a miscigenação portuguesa com esses povos serviu a eles como uma compensação frente a sua pequena população. Ele afirma que a baixa quantidade de portugueses torna-se uma ameaça à soberania portuguesa frente as demais nações, uma vez que com o aumento da concorrência se faz necessário manter vivo em constante movimento os mercados consumidores portugueses. Desta forma o fato de ter conseguido ser o primeiro país a ter contato com esses povos, além de possuir um bom contingente de portugueses e descendentes em outros continentes auxiliou os portugueses a reduzirem os reflexos desta baixo quantitativo

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