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Resenha Gramsci

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Por:   •  23/6/2014  •  1.186 Palavras (5 Páginas)  •  1.066 Visualizações

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MOCHCOVITCH, Luna Galano. Gramsci e a Escola. São Paulo/SP. Ed. Ática, 3ª edição, 2001.

Neste trabalho, tentaremos abordar a reflexão filosófica, a didática, a pedagogia e a educação, presentes no livro “Gramsci e a Escola”, da professora e mestre em Filosofia da Educação, Luna Galano Mochcovith.

Antônio Gramsci foi um grande pensador marxista italiano e, ao contrário de alguns pensadores, que chegam a admitir que a escola é imprescindível para a reprodução do sistema capitalista, Gramsci nos diz que a escola pode ser transformadora, proporcionando às classes subalternas os meios iniciais para que se organizem e se tornem capazes de “governar” aqueles que as governam. Mas como? É o que pretendemos expor no decorrer deste trabalho.

Gramsci foi profundamente engajado na luta de classes e foi nessa produção teórica própria, a sua perspectiva da transformação da sociedade que orientou a sua reflexão, e no que isto produziu a sua própria característica. Pensando nesta transformação, ele desenvolve uma série de conceitos novos para compreendermos melhor a superestrutura, o Estado e a ideologia.

A principal agência defensora dos interesses das classes dominantes é o estado, que usa a repressão e a dominação ideológica para produzirem um consenso social que aceita a direção que esta classe dominante dá a sociedade, isto se chama subordinação intelectual.

Podemos observar isto claramente até os dias atuais no Brasil. Por exemplo, oitocentas mil famílias controlam oitenta por cento do PIB, e controlam como? A princípio com esta mesma subordinação intelectual, além de outros fatores como concepção do mundo, senso comum, bom senso e outros conceitos que veremos adiante.

O senso comum é a base de sustentação da ideologia dominante, sendo caracterizado pela religião popular, as crendices, o folclore, que desenvolve no homem comum a concepção de um mundo que é produto da história. Oposto ao senso comum está o bom senso que usa a filosofia para criticar a superação da religião e do senso comum. É no bom-senso que devemos desenvolver para transformá-lo em consciência de classe e termos uma concepção de mundo mais coerente e homogêneo.

O principal instrumento para desenvolver este bom-senso seria a filosofia de práxis, que se caracteriza por ser um processo contínuo e permanente, respondendo aos problemas atuais do momento histórico, criticando o senso comum e as filosofias dos intelectuais.

O intelectual orgânico é aquele que difunde a concepção de mundo revolucionário entre as classes subalternas. Eles são criados através da massa, se organizam como líderes de partido político da classe operária, permanecendo em contato com a massa, tornando seu porta-voz. Não poderia aqui deixar de lado uma indagação. Seria Luiz Inácio Lula da Silva um intelectual orgânico? Tem todas as características de um. É um produto da massa, veio por intermédio de um partido e nesta última eleição de 2006, observamos claramente os ditos “intelectuais” da burguesia tentarem desqualificá-lo como tal; mas, voltemos ao nosso trabalho.

Gramsci também conceitua hegemonia que se manifesta pelo domínio e pela direção intelectual e moral, mas como explica Cambareri (apud Mochcovitch): “[...] Um grupo social básico domina quando liquida o submete o grupo adversário, dirige quando se opõe à frente dos grupos afins ou aliados”. (p. 21)

E, com referência mais específica à relação entre hegemonia e educação, outro autor, Williams (apud Mochcovitch) diz: “[...] As instituições educacionais são em geral os principais agentes de transmissão de uma cultura econômica, bem como cultural”. (p. 23)

Este processo de educação se dá com uma formação social mais ampla em instituições como a família, as definições e a organização prática do trabalho e a tradição seletiva a um nível intelectual e teórico.

Temos que destacar também que Gramsci não pensa na reprodução simplesmente, mas na perspectiva da transformação da sociedade. O que lhe interessa é mudar a hegemonia burguesa e a classe operária somente conquista sua própria ideologia através da consciência política, se afirmando assim, como classe dirigente e dominante, mobilizando a maioria dos trabalhadores.

Refletiremos um pouco sobre a educação brasileira a partir das idéias de Gramsci, pois, “toda relação de hegemonia é necessariamente uma relação pedagógica” (Riuniti, apud Mochcovitch, p. 27), temos que entender a educação como instrumento de luta. A educação é fundamental e esta luta também se dá através da sociedade política e civil.

A sociedade civil, para Gramsci, não

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