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Resenha avaliação desmistificada

Por:   •  28/6/2017  •  Resenha  •  2.929 Palavras (12 Páginas)  •  457 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

Elimaira Cristina Rangel

RESENHA:

 AVALIAÇÃO DESMISTIFICADA

FRANCA-SP

2017

Avaliação desmistificada – Charles Hadji

        O autor Charles Hadji, inicia sua discussão sobre a finalidade do emprego das avaliações no ensino dizendo que hoje é disseminada uma “cultura da avaliação”. O método avaliativo teria segundo ele, a função de avaliar o rendimento do ensino e de sua eficácia no aproveitamento do aluno, permitindo, portanto uma autoavaliação por parte do aluno a respeito de suas próprias dificuldades. Com essa colocação, a avaliação impulsionaria um melhor êxito na escola.

        Para analisar a funcionalidade concreta da avaliação, o autor apresenta três pressupostos que guiam a sua reflexão: o primeiro é que “a avaliação é sempre algo diferente de uma pura e simples medida cientifica”; o segundo é “o ato de avaliação é um ato de confronto, de correlação”; e o terceiro e ultimo se refere “que, em grande parte, implica arranjos e é o fruto de negociações”. Ainda sobre o norte de sua discussão, o autor apresenta em seguida três perguntas que devem guiar o raciocínio: a primeira pergunta seria “deve-se abandonar toda pretensão à objetividade quantitativa?”; a segunda pergunta refere-se “deve-se recusar-se a julgar?” e a terceira e ultima pergunta seria “deve-se continuar a avaliar?”.

        A intenção do autor durante sua analise reflexiva é propor um modelo de avaliação com “intenção formativa” que seriam colocadas em pratica pelo “professor-avaliador” durante uma “aprendizagem assistida por avaliação”. Assim, Charles acredita que compreendendo o método avaliativo, ficaria mais fácil de colocá-lo em pratica.

        Na primeira parte de seu trabalho, o autor busca trabalhar com os conceitos da avaliação, na tentativa de compreender que a avaliação formativa, “não passa de uma utopia promissora”, como anuncia o próprio titulo do capítulo.

        Para Charles, existe uma convicção a respeito da avaliação, segundo a qual a maioria entende que a avaliação está relacionada ao aprendizado, ou seja, a avaliação está a serviço da aprendizagem sempre.

        A avaliação está relacionada também ao ato de ensinar, pois os professores utilizam do método avaliativo para apontar o aproveitamento dos alunos, portanto a avaliação consequentemente também verifica a eficiência do ensino (ao que parece, essa afirmação coloca no professor a responsabilidade do desempenho do aluno na avaliação: se o aluno foi bem ou mal, tudo depende da eficiência do professor ao ensinar). Nesse sentido, vê-se do ponto de vista pedagógico que a avaliação formativa se torna um método valido no âmbito escolar.

        Entretanto, o autor aponta que a avaliação formativa não é bem delimitada e assim, chama-a de “utopia promissora”. Mas o que seria a avaliação formativa? Colocando-se outra questão: Seria possível compreender e aprender o que é a avaliação formativa na prática durante o ensino?

        A partir da instrumentação de um processo sob o qual é possível obter um julgamento, há uma avaliação instituída. O autor volta os olhos para esse tipo de avaliação, onde mais usualmente o processo de avaliação ocorre por meio de prova, onde o aluno é ou não aprovado. Entretanto, vale resaltar que essa avaliação instituída não possui caráter formativo nem “não formativo”. Assim existe a necessidade de traçar o que é a “formatividade”, chegando à conclusão que a avaliação formativa se opõe a não formativa.

        A avaliação livre de normas é caracterizada como uma utopia pelo autor, entretanto a submissão às normas é algo contestável. A avaliação normativa (avaliação que impõe normas) se opõe a avaliação criteriada (avaliação que tem um objetivo a ser atingido). Nenhuma dessas duas avaliações -normativa e criteriada- pode ser somente formativa: tudo dependerá do método e da utilização empregada. A avaliação formativa seria aquela com objetivos definidos, porém a formatividade não reside na “forma externa da atividade de avaliação”.

        A avaliação prognostica – ou diagnostica- precede a ação. Essa avaliação tem como característica a ideia de que através dela é possível fazer um “balanço” do aprendizado, observando naquele que aprende seus pontos fortes e fracos. Já a avaliação que ocorre depois da ação é chamada de avaliação cumulativa.

        A avaliação formativa é a avaliação que acontece durante a ação formativa, portanto tem a função de regular o “processo ensino/aprendizagem”. Ao certo, a formatividade da avaliação deve ser julgada de acordo com a forma que é utilizada. Desta forma o autor declara que a avaliação formativa, se consolida de tal forma – na sua “formatividade”- quando tem a intenção de aperfeiçoar o aprendizado, tomando um caráter corretivo.

        Esse tipo de avaliação ganha a definição de utópico, pois segundo Hadji, a avaliação formativa não possui um modelo ideal (não sendo nem científica, nem operacional), sendo oferecida como uma “ajuda aos professores” que podiam usa-la para fazer suas constatações. Assim, a avaliação formativa ganha uma finalidade, mas não consegue mostrar o caminho que se deve seguir, tornando-se uma “utopia promissora”.

        A avaliação formativa vista como uma “utopia” é valida somente para a colocação de que a avaliação seja uma prática pedagógica com finalidade educativa.  E assim sendo, essa expressão faz relação com um modelo inacabado da avaliação formativa.

        Para poder compreender melhor o quesito da avaliação formativa, o autor coloca que os professores podem desenvolver novas práticas, entretanto, afirma que uma parte do contexto avaliativo, sempre será apenas idealizado.

        Para auxiliar na compreensão dos professores, o autor afirma que a avaliação não é um instrumento de medida. Uma vez que os resultados dependem da utilização dos instrumentos, ou seja, o resultado da avaliação depende do porque e do para que ele foi empregado. Dessa forma Hadji quebra com o conceito enraizado entre os discentes e docentes: a avaliação ela não pode se um instrumento de medida de rendimento, porque a medida em si deveria se estabelecer como uma regra geral, e isso não acontece: cada método avaliativo tem uma finalidade. Há assim a necessidade de tornar o instrumento de avaliação em algo mais confiável.

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