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Resenha e a cobra fumou

Por:   •  21/4/2017  •  Resenha  •  1.764 Palavras (8 Páginas)  •  816 Visualizações

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Estudo feito a partir do filme, “E a cobra fumou”, direção Vinícius Reis. Procuramos neste estudo nos concentrar na tentativa de reconstruir a trajetória da F.E.B. (Força Expedicionária Brasileira) do momento da  convocação passando pela viagem e chegando até a tomada de Monte Castelo,  do perfil dos pracinhas ao campo de batalha, baseando-se nos depoimentos dos ex-combatentes, oficiais e praças.

        Como o dito popular se transformou com a guerra na Itália, muitos diziam que o Brasil só iria enfrentar a Eixo formado por Alemanha, Itália e Japão, se a cobra fumasse, ou seja, uma coisa improvável. Hoje em dia quando Falamos que cobra vai fumar, quer dizer que vamos lutar com força e energia para garantir a vitória, ou que a vitória será certa, vemos dessa forma como essa campanha foi feita e os percalços dos nossos combatentes desde a formação da F.E.B. (Força Expedicionária Brasileira) o embarque e o campo de batalha.

A CONVOCAÇÃO.

        Todos os homens brasileiros sabem muito bem o que é ser reservista, não importa qual seja a sua profissão ou qualquer outra coisa, quem tem idade entre 18 anos a 45 anos é passível de ser convocado em caso de guerra, nos dias de hoje é uma realidade muito distante, mas nos anos de 1943 e1944, não era, foram convocados muitos entre as idades de 18 a 30 anos para formar a F.E.B. (Força Expedicionária Brasileira). Alguns depoimentos nos surpreenderam muito, o do Sr. Mario que não queria ir à guerra, mas como foi convocado, temendo perder os direitos civis viu se no dever de cumprir a sua obrigação cívica, e de um senhor que não tem mais informações, também combatente residente no Conjunto Habitacional dos pracinhas Rio de Janeiro RJ, ficou tão nervoso e abalado que deixou cair à convocação, outro senhor, o primeiro entrevistado que era bancário. Juntando uma força de soldados, alguns convocados e outros voluntários, de toda a forma, destreinados e sem saber o que esperavam no campo de batalha, realmente era para se duvidar, de que a F.E.B. (Força Expedicionária Brasileira) pudesse se destacar com feitos grandiosos. Porem as histórias contadas no filme nos mostra, o valor e a honra com o qual lutaram todos esses pracinhas, muitos não sendo reconhecidos e relegando a sua história a mera falácia, muitos de nós brasileiros nem os reconhecemos no dia a dia.

A VIAGEM

        No embarque, não comentaram, mas pela marcha do desfile que vimos deve ter sido bem melancólico, muitas famílias ali veriam o seus filhos, maridos, e noivos pela ultima vez, o sentimento dos pracinhas deveria de ser o de um boi indo para o abatedouro, quase nenhum deles sabia a rota que seguiriam, e muito menos o que iriam combater, sabiam que combateriam o Nazi-Fascismo, mas nem sabiam direito o que era isso, no depoimento do Sr. Moises também morador do Conjunto Habitacional dos Pracinhas Rio de Janeiro RJ, era de que nada se sabia sobre o que combateriam ou pelo que lutavam. Essa foi a estratégia usada pelo alto comando, com a finalidade de que não vasassem informações. O mar também não era nada fácil, para fazer esses navios chegarem ao porto de Nápoles deve ter sido muito difícil, com escolta da marinha dos EUA, e muitos pracinhas não estavam adaptados ao mar. O cabo Antônio São Paulo Filho reclama da comida que era de forma muito diferente da comida com a qual os brasileiros estavam acostumados, também o único que relata sobre a viagem, reclama das manobras do navio e que até a tripulação do navio, homens acostumados ao mar, enjoavam dessa maneira a viagem não era muito apreciada. Ao chegar a Nápoles, não restam duvidas, estavam em área de guerra, o mesmo Antônio São Paulo Filho retrata o porto com muitos navios virados, a cidade devastada, fabricas e vias férreas destruídas. Esse desembarque deve ter sido impactante para os pracinhas, pois o primeiro contato com a área de campanha, ou como os oficiais dizem o teatro de ações, não deve ter sido nada agradável, visão essa que marcou o Cabo Antônio São Paulo Filho para sempre, a sua memória ao falar da chegada já relata tudo isso com pesar de quem saiu de um país em ordem e chega a um país arrasado com a guerra.

PRACINHAS E OFICIAIS

        Praça, no sentido militar são os que tem patente de soldado, cabo e sargento, todos esses são do efetivo operacional, na sua grande maioria, todos os relatos do campo de batalha, traduzem bem a diferença de visão dos praças, os estiveram efetivamente em combate e dos oficiais, que não tem grande participação no combate. Essa divisão nos põe em choque das visões uma glamorosa de participação histórica na segunda guerra mundial, e outra mais real na dura vida do front de batalha, na dificuldade e incerteza do amanhã no medo da morte.

        Explorando a visão dos oficiais é comum vê-los exibindo medalhas e honrarias nacionais e estrangeiras, mas muitos de nada sabem do front de batalha, as divisões militares, tem três níveis de hierarquia, os praças, os oficias e oficiais superiores, apenas alguns oficiais entraram em combate, um deles é o hoje General Plinio Pitaluga, á época um Capitão, que rendeu um pelotão de alemães, cercando-os em combate, os demais nada acrescentaram sobre o campo de batalha, mas sim o conhecimento de histórias do seus conhecimentos e amizades feitas no campo.

        Já os praças nos passam uma realidade do campo com a qual, Hollywood jamais pensaria em contar, as mazelas que a guerra trás, como a fome e a doença, diversos relatos são tão vivos pra ex-combatentes que os remetem imediatamente ao dia do acontecido, porque essas memórias mesmo que longínquas são muito vivas ainda, foram marcadas com o fogo do combate. Essa maneira especial de ver o campo de batalha somente os pracinhas tem, é necessário saber que eles estavam lá, sentiam frio, fome sede, viam a destruição que a guerra trás, especialmente o Sr. Carlos Sliar Cabo do batalhão de artilharia, via a destruição e sabia que eram séculos de historia sendo destruída por bombas. E o Sr. Mario SD. 602, como se identifica, viu-se em uma situação de degradação humana, no qual uma mulher casada se vende como prostituta, ao perceber a situação, ele com toda a honra nega-se a ter relações com a mulher, porem lhe ajuda com o que pode, ou o que tinha na sacola. A visão desse tipo de coisa era apenas de que teve diretamente na guerra, e viu as suas consequências, o desastre social que ela causa.

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