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A Cultura Medieval Portuguesa (Séculos XI a XIV)

Por:   •  13/1/2016  •  Resenha  •  1.444 Palavras (6 Páginas)  •  510 Visualizações

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II – As áreas culturais

1 – Os dados da geografia urbana

“De facto, é quase um lugar-comum dizer-se que o Norte de Portugal é a área por excelência da cultura cristã, clerical, guerreira e rural; o Sul, da cultura árabe ou moçárabe e urbana.” (p.24)

“Impõe-se, primeiro, estudar cada um destes sistemas isoladamente; a seguir, verificar como se deu o processo de aculturação em que eles se defrontaram e influenciaram mutuamente. Este fenômeno provocou a eliminação de alguns elementos de ambos os lados e a preservação de certos resíduos de um lado e do outro, projectados ou não em diferenças sociais.” (p.24)

“É verdade que existem diferenças consideráveis entre o litoral e o interior: aquela zona é sempre mais *civilizada* do que esta.” (p.24)

“O que caracteriza o Sul, no seu conjunto, é precisamente o caráter urbano da sua cultura.” (p.24)

2 – Norte cristão e rural

“Os seus pólos ativos situam-se nos mosteiros e nos palatia da nobreza local.” (p.25)

“Estes preferem instituições religiosas mais maleáveis. Embora também se interessem por toda espécie de interpretações simbólicas, preferem as de conteúdo moral. Além disso, cultivam a retórica e a gramática, os conhecimentos técnicos como a geografia, a astronomia, a agrimensura, a medicina, etc.” (p.25)

“Na verdade, a mudança da liturgia polariza, para os meios populares, o conjunto das novidades que deviam perturbar profundamente os hábitos ancestrais da maioria da população.” (p.26)

“A sua supremacia social, fortemente baseada no parentesco e nas actividades militares, dita os principais aspectos das suas preocupações culturais.” (p.26)

“Embora os testemunhos conservados não o atestem com tanta evidência, é provável que a nobreza cultivasse também a memória da sua proximidade com o poder régio e da sua superioridade face ao campesinato, que dela dependia, e cuja proteção ela devia assegurar.” (p.26)

“Os exigentes e utópoicos ideais cluniacenses, todavia, agradavam à nobreza, justamente na medida em que a envolviam na mesma áura de intimidade com o sobrenatural, como protectores e familiares que eram dos monges. Acentuava a sua superiosidade. Mas introduzia também um factor de separação entre a aristocracia e o campesinato.” (p.27)

“A separação entre o clero e o laicado fazia parte, portanto de uma estratégia destinada a revelar a oposição radical entre o bem e o mal, entre as virtudes e os vícios...” (p.27)

“De facto, a magia torna-se cada vez mais perseguida por autoridades civis. Converter-se-ia em bruxaria, quando praticada ocultamente e em privado.” (p.28)

“No mesmo sentido, exigia de todos os leigos, nobres ou vilãos, o respeito pelos lugares sagrados, a prática regular dos sacramentos e, de maneira muito particular, a submissão às regras da moral sexual e do regime de alianças matrimoniais que a Igreja passou a ditar com maior vigor.” (p.28)

3 – O Sul moçárabe e urbano

III – Fisionomia cultural dos grupos sociais

“Com o activo papel dos nobres na Reconquista e a intensificação da acção pastoral do clero em contacto com os centros exteriores à Península Ibérica, acentua-se o processo de identificação cultural dos dois grandes grupos da classe dominante, a nobreza e o clero.” (p.32)

1-A Nobreza

“Do patrimônio cultural da nobreza passa então a fazer parte um culto especial pela épica, que até então não lhe pertencia exclusivamente. O seu público principal devia ter sido, até aí, o dos cavaleiros vilãos dos concelhos.” (p.32)

“Nas povoações de fronteira, em constante ambiente de guerra ofensiva e defensiva, e que até economicamente dependiam das expedições de saque no campo do inimigo, as suas actividades militares eram fortemente estimuladas pelos jograis e cedreiros que andavam de terra em terra, e aí contavam as suas histórias e canções de gesta.” (p.32)

“Mas a partir da época em que os exércitos régios, por meados do século XII, atraem muitos jovens nobres sem fortuna, que as estrutura linhagísticas impedem de herdar, os cavaleiros da corte apropriam-se do gênero.” (p.32)

“Desde o fim do século XII, com a formação de cortes senhoriais e a maior complexidade da corte régia, a produção cultural nobre diversifica-se: surge a poesia lírica e a satírica, com as suas cantigas de amor, de amigo e de escárnio ou maldizer, e altera-se a memória linhagística pontuada por narrativas de proezas dos antepassados, como mostram os livros de linhagens.” (p.33)

“Com a vinda do conde de Bolonha, que ocupa o trono português desde 1248, surgem, finalmente, as influências da França do Norte, que trazem consigo os romances de cavalaria e a matéria da Bretanha.” (p.33)

“Os novos temas são agora os acontecimentos e as intrigas da corte, o amor cortês, o prestígio social e os sinais da hierarquia social, como o vestuário e o dinheiro, as estória de fidelidade e de traição.” (p.33)

“A identificação precisa de vários trovadores permitiu definir melhor o processo de criação cultural, ao verificar que eles são geralmente bastardos e cavaleiros sem fortuna, ou seja, um grupo de dependentes que a corte sustenta, e aos quais confia o seu entretenimento nas horas de lazer.” (p.33)

2-O Clero

“Durante o século XII, os monges beneditinos prolongam o ideal cluniacense, mas entram em decadência e acabam até por seguir, com pouca criatividade, a produção cultural das outras ordens religiosas.” (p.33)

“Os cônegos regrantes formam a escola mais activa e original, com os seus vários textos de vidas de santos, geralmente com destinatário e intenções bem marcadas.” (p.33)

“Os primeiros cistercienses limitaram-se a importar livros,

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